Capítulo 01 - Livro 02 -

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A vida sempre nos surpreende...

[...] 10 anos depois...

Eu e Marcelo estávamos casados, continuávamos nos amando como fora desde o primeiro contato visual que tivemos no meu antigo consultório, isso há 10 anos atrás.

Agora Marcelo tinha o próprio escritório de engenharia civil e Arquitetura que era suas formações. Era no mesmo prédio do meu hospital, que mandamos construir um grande escritório para o Marcelo. No financeiro, nunca nos faltara nada, afinal, estudamos e trabalhamos para isto. Fora é claro, as heranças de ambas as partes que foi uma somatória financeira a nós dois. Morávamos na mesma casa que eu morei com a mãe na mini fazenda dentro da cidade. Na fazenda, ainda eu mantinha minha casa de infância e se algum dia eu tivesse filhos adotados, eu os ensinaria a amar sua infância, assim como eu fora feliz na minha.

Eu consegui vender meu consultório que era separado do meu hospital e fiz outro junto a ele, a mim, seria mais prático trabalhar em um só local. A cada fim de expediente de trabalho, Marcelo subia no hospital me buscar, era um pedido meu, que ele cumpria à risca por dez anos. A rotina na vida das pessoas é natural, porém, devemos cuidar para não cairmos na mesmice corriqueira de um matrimônio. Era dezoito horas quando a tempos não tínhamos um tempo para que nós nos reuníssemos no meu gabinete para conversar e tomar um cafezinho.

Chegou primeiro o Dr. Mateus, bateu na porta — Posso entrar?

Olhei-o — Claro, Dr. Mateus, entre e sente-se!

— Hoje foi uma correria sem tamanho.

— Tem dias que é assim mesmo, e o...

Batidas na porta — Entre, por favor.

— Boa tarde Dr. Luiz, com licença, oi Dr. Mateus.

Dr. Mateus anuiu gesto positivo de cabeça o seu marido. Eu sorri a ele relembrando seu passado quando morou na minha fazenda — Sente-se Dr. Júlio. Me acompanham em um cafezinho fresco que acabaram de me trazer?

— Aceito, obrigado! — Disse Dr. Júlio sorrindo —

— No final do expediente vai bem um cafezinho.

— Concordo — Ressaltei os servindo café — Sabe, Dr. Júlio, eu sinto muito orgulho em tê-lo trabalhando aqui comigo, afinal, desconheço garra e vontade de vencer como a sua. Nesses dez anos que se passaram, eu via dia a dia o seu progresso profissional e como pessoa, não permitiu que a boa vida financeira te transformasse em um homem ruim, assim tem de ser, Dr. Júlio.

Dr. Júlio gargalhou nos fazendo rir, pois, desde que aprendeu a falar corretamente o português, ele deixara, para trás seu linguajar simplório — Mai num é que eu sô dotô hoje em dia? Mãe do Peco, meu guapéca rabujento — Rimos muito das lembranças dele —

Bateram na porta e entrou o Marcelo sorrindo — Boa tarde doutores, oi amor — Me beijou — Ouvi direito o Dr. Júlio tendo uma recaída?

Gargalhamos — Criatura do céu, nóis tamo lembrando de mim lá na roça, sabe. Mai num é que hoje eu num falo mais meu caipirês? — Rimos muito —

Dr. Mateus acarinhou os cabelos do Dr. Júlio — Amor, melhor pare antes que incruste na sua mente e retorne falar seu caipirês.

— Eu só estava brincando de falar errado, não falo mais como foi um dia. — Gargalhou zombando — Mai i cumé que vai o dotô das prediarada?

Marcelo gargalhou gostosamente sabendo que o Dr. Júlio estava brincando com ele por ser Engenheiro Civil e Arquiteto — Ao menos meus prédios ainda estão de pé e as suas crianças como vão, Dr. Júlio?

Diário de um Cowboy Gay - Livro 02 -Where stories live. Discover now