Capítulo Um

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E lá estava eu deitada sobre aquela cama com aquele monstro em cima de mim, tudo ao meu redor estava estranho eu não estava dentro do meu corpo eu estava em pé na porta olhando para mim mesma sendo estuprada.

Corri em sua direção tentei fazê-lo para mais não conseguia tocar nele e ele parecia não perceber minha presença.

Parecia que eu estava invisível, ele não me ouvia e continuava a gritar de prazer aquilo era nojento não podia ser real como estava ali olhando tudo aquilo.

Quando me viro de costas para não ver mas aquela cena percebo que tem mais pessoas no quarto, os meus pais a Amber e mãe também todos estava bem ali parados vendo tudo.

Eu gritava mas eles não me ouviam, fui na direção de cada um tentei pedir ajuda tentei fazer com que eles me vissem ali naquela cama sendo usada por aquele nojento mas ninguém me ouvia, nem me ajudava.

Todos ficavam só olhando eu ser abusada e usada como um objeto nas mãos daquilo que se diz ser um um homem.

- Não. - Grito enquanto abria os olhos e voltava de mais um dos meus pesadelos.

Pulei da cama rapidamente e esperei aquelas imagens horríveis saírem da minha mente, já faziam seis anos des que aquele monstro começou com esse martírio sem fim.

Aquilo se tornou uma rotina todas as vezes que os meus pais tinham que ficar até tarde no trabalho eles o chamavam muitas vezes tentei fazê-los perceber que eu não queria que ele vinhesse eu queria que eles percebessem que eu era abusada por aquele monstro.

Mais eles nunca perceberam eles nunca entenderam o porquê de eu sempre chorar quando eles saiam e de estar sempre dormindo quando eles chegavam ou melhor fingia que estava dormindo para eles não perceberem a porcaria de lixo que eu estava me sentindo, também me pergunto se eles nunca perceberam meus olhos inchados pela manhã, todas as noites que aquilo acontecia eu não conseguia nem ao menos piscar os olhos com medo de que aquelas imagens vinhessem me assombrar então a única coisa que me restava era chorar.

Deixar as lágrimas gritarem algo que eu não conseguia falar, porém, ninguém presta atenção naquilo que é o óbvio sim quando está tudo em silêncio ninguém parece ligar para nada é como se por estar em silêncio a mente humana subentende que nada está acontecendo.

Mais estava acontecendo e a única coisa que eu queria era que alguém só prestasse atenção em mim pelo menos olhasse para mim e me visse, me enxergasse.

Entrei no banheiro lentamente retirei minha roupa e liguei a ducha esperei a água ficar quentinha e deixei ser tomada por aquela sensação maravilhosa de estar em baixo da mesma.

Vesti uma roupa qualquer peguei minha mochila e desci as escadas rapidamente.

- Hanne? - Gritou a minha mãe.

- Que? - Perguntei direto.

- Eu e seu pai vamos ter que passar a noite fora. - Ela disse e o pânico tomou conta de mim assim que ela terminou de falar.

- Não me diga que a senhora não chamou o Damon para vir. - Perguntei tentando esconder ao máximo o pânico que estava querendo explodir em meu tom de voz.

- Claro ele disse que iria vir a noite para você não ficar sozinha. - Ela disse e meu coração parecia estar quase explodindo.

- Mãe pra que isso já estou grande. - Falei tentando fazê-la despensa-lo

- Hanne filha você só tem 17 filha. - Ela disse como se eu fosse uma criança.

- Mesmo com 17 anos já passei por coisas bem piores do que ficar em casa sozinha - Gritei e só depois me dei conta do que eu fiz então corri para a porta e fui para a escola.

Lágrimas desceram pelo meu rosto e não conseguia segurá-las às vezes penso no fato de que pareço ser dramática mas depois repenso e olho para o lado de que ninguém tem o direito de achar nada sobre mim até porque se quiserem achar alguma coisa sobre mim, então que ache que sou um droga de garota infeliz que tem um pênis nojento sendo enfiado no rabo frequentemente desde os seus 11 anos, pois achar isso sim me ajudaria em alguma coisa.

Cheguei na escola bem rápido já que ficava a uns 10 minutos da minha casa entrei na mesma e comecei a vagar por aqueles imensos corredores cheios de pessoas caminhando para todos os lados porém lá estava eu invisível como sempre ninguém me enxergava, não do jeito que eu queria.

Entrei na sala e me sentei no meu lugar de sempre que era no fundo da sala longe de todos e no único lugar que eu queria fica.

Ao meu lado está a Amber a minha melhor amiga e filha do meu estuprador, porque ando com ela primeiro porque sempre fomos amigas e a considero uma irmã mesmo antes de tudo isso começar, segundo porque o Damon disse que se eu me afastasse da Amber algo pior aconteceria e vamos combinar de que pior que ser frequentemente estuprada seria uma escolha um tanto indesejada, e não seria um sacrifício falar com ela já que eu realmente gostava dela.

- Bom dia Hanne. - Ela disse sorridente como sempre.

- Oi. - Respondi em um tom de voz mais feliz que pude.

- Vamos estudar hoje a noite. - Ela perguntou.

Não estava acreditando que ela realmente estava me chamando para estudar hoje a noite, essa a melhor notícia que eu podia ter recebido.

Com a Amber lá em casa o Damon não  faria nada comigo hoje ou melhor ele poderia até nem ir.

- Claro. - Respondi rapidamente o mais entusiasmada possível.

Como sempre as porcarias de aulas passaram se arrastando até que finalmente o fim do dia chega então vou atrás da Amber na esperança de que ela não saísse de perto de mim um minuto sequer.

- Vamos Amber. - Perguntei a puxando para irmos logo para casa.

- Nossa que pressa é essa? - Ela perguntou.

- Temos que estudar hoje esqueceu. - Falei sorridente.

- Des de quando você fica feliz em ter que estudar. - Ela parou no meio da calçada.

- Acho que finalmente tomei vergonha na cara. - Tentei disfarçar a realidade o que pelo visto foi uma missão bem sucedida.

- Então tá mas só vamos estudar mais tarde esqueceu menina estudiosa. - Ela disse me dando um leve empurrão.

- Vamos fazer assim você fica lá em casa nós comemos algo e assistimos alguns episódios de alguma série e depois começamos a estudar. - Falei já entrando em desespero.

- Tá bom, o que eu não faço pra você estudar. - Ela disse e depois rimos as duas, porém, a minha risada era de alívio já que eu havia ganhado essa batalha bom pelo menos até agora.

Quando chegamos em minha casa tentei abrir a porta o mais rápido possível mas infelizmente ouvi algo que me fez congelar.

- Para onde pensam que vão mocinhas. - Ouvi uma voz dizer e eu sabia exatamente de quem seria.

Quando me virei lentamente lá estava ele nos olhando com aqueles olhos aterrorizantes, lá estava o meu estuprador o Damon.

Lágrimas Que Queimam Where stories live. Discover now