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Aqui estou eu, indo para mais um dia naquele inferno de escola.Acordo às 6:30 da manhã, a luz do sol mal invade o quarto, mas já sinto o peso do dia. Levanto-me com relutância, agravada pela sensação de que hoje será mais um daqueles dias difíceis. Vou ao banheiro, a água do chuveiro parece um consolo momentâneo para a minha alma cansada. Visto o uniforme com a indiferença de quem já sabe o que o aguarda lá fora e desço para tomar café, encontrando meu irmão à mesa à minha espera.


- Bom dia, Bell!_ diz Kaleb com um sorriso que tenta transparecer ânimo.


- Bom dia, Kaleb_, respondo, mas a sinceridade da resposta é questionável.


- O que foi, Bell?_ pergunta ele, percebendo meu semblante carregado.


- Você sabe!_ respondo rapidamente, não precisando explicar mais nada.


- O de sempre, né? Calma, tudo isso só vai ser lembranças ruins para você um dia._ Ouço-o falar com tanta convicção que, por um instante, permito-me acreditar que ele possa estar certo.

Ficamos em silêncio e terminamos o café.

 Logo ele me leva à escola

. Ao chegar, um grupo de meninas se aproxima, como sombras que trazem consigo uma nuvem de tormenta.

 - Olha quem chegou, a esquisitona_ fala Thiffani com um sorriso cruel.


- Verdade, esse demônio. Você nunca irá encontrar seu companheiro_ diz, enquanto as outras riem, ecoando a maldade em suas gargalhadas.


- Ou melhor, se encontrar, ele irá te rejeitar. Quando eu me tornar a líder, expulsarei você daqui, inútil_ Thiffani cospia as palavras, que parecem cortar minha pele como lâminas afiadas.


Logo vejo Thiffani vir em minha direção e me empurrar com força, fazendo-me cair de joelhos no chão frio e impiedoso. Não demora muito para que as outras se juntem a ela, desferindo golpes físicos e verbais, enquanto o resto da escola assiste em silêncio ou com risadas cruéis.Sinto-me à beira do desespero quando finalmente vejo meu irmão descer desesperado do carro vindo ao meu encontro. Ele me pega nos braços, envolvendo-me em seu abraço protetor, e me leva dali para longe daquele pesadelo que se tornou a minha realidade.Tudo fica turvo à minha volta, e então a escuridão me acolhe.(4:00 da tarde)


Acordo lentamente, os olhos se ajustando à luz do ambiente desconhecido. Estou deitada em uma cama de hospital, cercada pelo branco impessoal das paredes. Um enfermeiro se aproxima de mim, seu rosto gentil tentando transmitir conforto.


- Oi, finalmente acordou. Seu irmão estava preocupado, diz ele com voz calma e acolhedora.- Quem é você? - pergunto, ainda tentando entender onde estou.


- Sou Miguel, enfermeiro deste hospital para onde você foi transferida, responde ele, sua voz suave como um bálsamo para minha alma atribulada.


- Transferida? Como assim? -  minha voz sai fraca, carregada de confusão e medo.


- Você foi levada para a enfermaria em um estado crítico. Ao chegar no hospital, não conseguiram fazer muita coisa por você, então lhe transferiram para New York, onde você se encontra agora - explica ele com paciência.


- Nova York? - murmuro, deixando-me envolver pela incerteza do que o futuro reserva.


Miguel me entrega alguns remédios, e eu os tomo, permitindo-me render ao sono que se aproxima, na esperança de que talvez, em algum lugar distante desse pesadelo, haja um raio de luz esperando por mim.


(kalebe)

Depois de resgatar Bell, levei-a para a enfermaria, mas logo ficou claro que ela precisava de cuidados que não poderiam ser fornecidos ali. Então, Bell foi transferida para o hospital de Nova York, onde meu irmão Lucas reside como o supremo da alcateia local. O enfermeiro me informou que ela havia acordado brevemente, mas após administrar alguns medicamentos, ela voltou a dormir. Decidi que quando ela acordasse novamente, eu lhe diria que íamos morar em Nova York, onde esperava que ela pudesse escapar do tormento do bullying e parar de se automutilar. Enquanto esperava, outro assunto me preocupava: meu lobo, Luke, estava agitado de uma maneira que eu não conseguia entender. Ele parecia pulsar com uma energia estranha, e eu não conseguia decifrar o motivo.


"Luke, o que está acontecendo? Por que você está tão agitado?" perguntei a ele mentalmente, tentando entender sua inquietação.


"Algo incrível está prestes a acontecer, algo muito bom!" respondeu ele com entusiasmo, mas sem fornecer mais detalhes.


"Incrível? Bom? O que você quer dizer com isso, Luke?" insisti, mas ele apenas continuou a zumbir de excitação, sem revelar seus pensamentos.


Antes que eu pudesse tentar extrair mais informações de Luke, fui interrompido por uma senhora que se aproximou de mim com um ar solene. Ela me informou que era hora de falar com o supremo sobre minha permanência na cidade. Com um suspiro, levantei-me e segui-a, deixando as especulações sobre o estado de Luke para trás por enquanto, concentrando-me no que estava por vir.

(Aidan)

A notícia da jovem em estado crítico trazida para a nossa alcateia mexeu comigo de uma maneira que eu não conseguia explicar. Eu me sentia agitado, como se houvesse algo mais profundo acontecendo além do que eu podia compreender. Meu lobo parecia inquieto, como se pressentisse algo importante no horizonte.Enquanto eu tentava processar essa informação, Alex, meu lobo, apareceu com uma energia animada, sugerindo que algo maravilhoso estava prestes a acontecer. Antes que eu pudesse entender completamente o que ele queria dizer, ele desapareceu, deixando-me confuso e frustrado com sua partida abrupta.


Antes que eu pudesse me recuperar desse estranho encontro com Alex, Lucas, meu beta, me trouxe de volta à realidade. Ele notou minha expressão perdida e me ajudou a voltar ao momento presente.Após me recompor, Lucas compartilhou comigo a notícia de que seus irmãos estavam agora em Nova York, apesar de antes viverem na Itália. Ele explicou que sua irmã havia sido gravemente agredida na escola e ficara em coma por quatro meses em estado crítico. Ele e seu irmão decidiram que seria melhor virem para Nova York, onde estavam mais perto dela.Senti uma fisgada no coração ao ouvir sobre o estado da irmã de Lucas, mas me mantive firme, oferecendo apoio e solidariedade a ele. Eu me ofereci para receber os irmãos de Lucas em nossa alcateia, sabendo que seria importante para eles estar perto da família durante esse momento difícil.Apesar das preocupações e dos desafios que enfrentávamos, Lucas e eu conseguimos encontrar um momento de descontração e camaradagem. Rimos juntos, compartilhando um momento de leveza em meio às preocupações que permeavam nossa vida na alcateia. Era nessas pequenas conexões que encontrávamos força para enfrentar os desafios que surgiam em nosso caminho.

𝓔𝓵𝓪 𝓮 𝓭𝓸 𝓢𝓾𝓹𝓻𝓮𝓶𝓸Where stories live. Discover now