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Depois das comemorações sagradas que temos no final de cada mês, os dias foram passando mais rápidos do que eu esperava. Saelor vinha tentando se aproximar de mim cada vez mais, me presenteados com vestidos e joias, mas para mim nada disso importava. — Aaron fazia breves aparições em meu quarto sempre que tinha um tempo livre para me atormentar, mas tenho que assumir, ele me fazia bem. Não deixava com que me sentisse só, por um só momento, me fazia odiá-lo mas de uma maneira boa. Aaron sempre me provocava, mas não voltou a me beijar novamente, nós dois sabemos que não podemos ter nada, por mais que ambos estivessem sedentos de desejo. — Serena continuava a me laçar olhares silenciosos e nada mais que poucas fases saiam de sua boca. Ela parecia querer ajudar, mas de alguma forma não podia fazer nada a não ser insistir com que eu seguisse em frente, com que prestasse a atenção aos sinais. Sinais os quais eu não fazias a mínima ideia de quais seriam.

Ee estava distraída fazendo Tulipas nascerem em meio a begônias, impossível, mas não para mim, quando escuto alguém se aproximar. Não preciso me virar para saber que é Saelor. Ele vem me rondando cabisbaixo a um bom tempo, e agora que meus dias em Forceu se podem contar nos dedos da mão, ele vem parecendo mais impaciente com a minha distância.

— Calyn.

Sua voz me chamou a atenção. Ele sempre demonstrou ser alguém solitário e triste, mas sua voz estava mais rouca, como se tentasse conter o aperto que possivelmente havia em seu peito. Seus batimentos estava acelerados e o suor que escorreu sobre sua nuca indicou que estava nervoso. Me virei para o encarar, deixando de lado o gelo que estava disposta a lhe dar.

— Por favor, poderia vim comigo?

Ele estendeu a mão, e fiquei alguns minutos cogitando a ideia de recusa-la, mas estava cansada de sentir raiva então, sem dizer nada apenas a aceitei, deixando que ele me guiasse pelos corredores que já conhecia tão bem. — Subimos vários lances de escada e nenhum de nós disse nada. Mas os batimentos de Saelor continuavam rápidos, sua mão sobre a minha suava, ele engolia em seco de três em três minutos. Soltei um suspiro pesado, nunca gostei de ver outras pessoas sofrerem. Por mais que estivesse magoada, não me dava o direito de fazer o mesmo com ele.

Saelor abriu uma pequena portinha que tinha no alto do último lance de escada e a segurou para mim passar por ela.

Fiquei boquiaberta ao ver que estávamos no terraço do palácio, grande parte dele era de vidro, mas aonde estávamos não era. No chão não havia nada mais que um lençol para qual Saelor me puxou, fazendo com que sentasse de frente para a maravilhosa vista do Jardim. A vista do alto era ainda mais linda do que de perto.

— Eu estava aqui, vendo você lá em baixo e me perguntando como pude perder a oportunidade de ter alguém como você perto de mim, Calyn. — Ele suspira. — Não posso deixar que você vá embora ser saber o que eu fiz de errado. Se foi algo que eu disse, peço desculpas, se foi algo que alguém lhe disse Calyn, quero que saiba que os pensamentos que eu tinha por você mudaram a partir do momento em que a conheci melhor.

Abaixei a cabeça por um momento, não conseguindo encarar seus olhos. Ele foi delicado quando pousou a mão cuidadosamente me meu rosto e o levantou para que eu olhasse em seus olhos azuis cintilantes.

— Não posso mudar o que fiz ou falei no passado, mas permita-me mudar o futuro Calyn. Permita-me te amar, te dar o carinho que sei que deseja ter. Não vou mentir, já estive com outras mulheres, mas você é diferente de todas as outras, não por seus dons, mas por quem você é... Você é o que ninguém jamais poderá ser, você me conquistou com seu jeito e sorrisos — ele colocou uma mecha de meu cabelo para trás de minha orelha e continuou a me fitar, acariciando meu rosto, — Suas palavras duras, em minha mente são como lâminas em meu coração. — Ele fechou os olhos — Não quero. Não posso deixar que você vá embora pensando mal de mim, essa pode ser a última vez que olho em seus olhos, que sinto a maciez de sua pele, a beleza de seu olhar, o doce som de sua voz, o perfume do seu corpo... Me desculpe por ter falhado, Calyn.

Sétima Filha - Beijada Where stories live. Discover now