Capítulo 25

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*** Laya ***

Alice estava parada em frente a porta do porão. Ela precisava entrar logo, mas se eu colocasse pressão ela ia acabar desconfiando. Me aproximo silenciosamente por trás dela e a empurro para frente.

Ela se desequilibra e acaba caindo escada a baixo. Por reflexo, vou até ela para tentar ajuda-la, mas me afasto. Não queria estar lá quando...

De súbito, me lembro do Allan que havia ficado só na sala. Fecho a porta do porão e corro até a sala de segurança.

Estava com uma sensação estranha como se houvesse algo atrás de mim. Olho para trás, mas acabo tropeçando em algo. Uma dor lancinante me invadiu quando caí bem em cima do meu braço.

Me levanto sem muitas dificuldades, mas ao ver o que estava na minha frente, volto a cair no chão.

Foxy me encara com uma expressão de raiva, ele se aproxima de mim colocando seu gancho na gola da minha camiseta me erguendo do chão.

- Olha só o que temos aqui, cadê o seu extintor agora? - foxy fala abrindo sua boca caída no que parecia ser um sorriso - Você é muito parecida comigo sabia, agora você e seus amigos vão ficar pressos aqui pra sempre por sua causa.

Coloco as duas mãos no braço do Foxy tentando manter seu ganho longe do meu pescoço.

- Eu não sou igual a você! - puxo minha roupa que se rasga, me fazendo cair no chão. Me levanto rapidamente e vejo Foxy me encarando, ainda com um pedaço da minha blusa presa em seu gancho.

Começo a correr no sentido oposto. Eu era menor e tinha carne ao invés de metal, talvez eu pudesse ser mais rápida do que ele.

Dou a volta para ir até a outra porta da sala de segurança. Olho para trás e não vejo sinal do Foxy me perseguindo. Uma onda de alivio me invade, mas acabo tropeçando de novo em algo.

Dessa vez acabo batendo a cabeça com força em algo metálico. Caio no chão mais por dor do que por falta de equilíbrio. Coloco a mão na testa sentindo um galo se formando.

- Olhe por onde anda menina! - uma voz metálica fala, de modo ameaçador. Olho para cima e vejo Bonnie me encarando com olhos vermelhos brilhantes cheios de ódio.

Me levanto para fugir dele, mas paro ao ver Foxy no fim do corredor. Ele me olhava de um jeito estranho enquanto caminhava debilmente na minha direção. Ele estava pior do que eu imaginava, ele andava mancando e se apoiando na parede, parava a cada passo com uma expressão de dor. Se eu tivesse corrido em outra direção ele jamais me alcançaria.

Me levanto e tento considerar as opções, o único problema é que não haviam opções. Foxy começa a raspar seu gancho na parede me dando calafrios.

- Está tentando se proteger de uma raposa correndo pra toca de um coelho? - ele fala sorrindo maliciosamente.

- Parece que essa raposa esta ferida não é mesmo garota? - Bonnie fala devolvendo a provocação.

- Não se meta Bonnie! - Foxy fala de modo baixo e ameaçador - Por que não vai cuidar do outro garoto e me deixa brincar sozinho? - Ele muda o tom parecendo um pouco mais amigável com Bonnie, mas seu olhar na minha direção ainda era de puro ódio.

Bonnie me empurra para o lado e vai em direção ao Foxy. Por um instante achei que eles iam começar a lutar, mas Bonnie apenas passa por Foxy. O corredor era apertado para os dois, então quando Bonnie passou os dois trombaram os ombros, fazendo com que Foxy caísse no chão.

A cena foi um tanto cômica, mas segurei o riso para evitar mais problemas com aquela raposa. Ela se levanta com uma certa dificuldade, não tirando os olhos de mim nem por um segundo.

- Game over - ele diz gargalhando enquanto se preparava para o bote.

*** Allan ***

[...]

- Chegou a sua vez garoto - disse uma voz metálica entre risadas - Hora de morrer!

Eu sabia que a porta me manteria a salvo, mas ainda sim estava com medo. A luz do lado de fora me dava visão de uma silhueta bizarra, com longas orelhas. Só podia ser o Bonnie.

Olho ao redor procurando algo que pudesse servir de muleta. Sabia que não tinha chances de derrubar um deles assim como a Laya fez, mas sem uma muleta se quer podia fugir.

Maldição.

Maldita hora em que eu entrei nessa pizzaria. Se você estivesse dentro dela, a sua única vontade seria sair. Se estivesse fora, sua única vontade seria voltar. Maldição, maldição, maldição!

Minha raiva é inebriante. Olho envolta e meus olhos caem sobre uma perna de mesa no canto da parede.

Do lado de fora posso ouvir vozes, mas não me importo com o que dizem. Engatinho até a parede, mas acabo colocando a mão em algo mole no chão, o que me faz cair e bater com o queixo no chão. Sinto o gosto salgado do sangue em minha boca. Ótimo! Mordi a língua.

Olho para minha mão e vejo uma batata mole. Eu havia escorregado em uma batata frita velha? O pior era que eu não olhava com nojo para minha mão, por um segundo pensei em lambe-lá. A que ponto eu cheguei?

Limpo minha mão no chão e alcanço o pedaço de madeira. Ele era de madeira maciça e estava coberto de pó, mas pelo menos não estava podre. Era muito pequeno para servir de muleta, mas servia para se apoiar.

Me levanto abruptamente ao ouvir uma voz feminina do lado de fora, me aproximo da porta e vejo que o coelho havia desaparecido. Abro a porta e encontro Laya no chão olhando para o Foxy ao fim do corredor se abaixando para dar um bote.

Rapidamente puxo Laya, mas Foxy é mais rápido. Ele pula encima dela com o gancho, mas ela ergueu os pés mantendo o peito do animatronic afastado, impedindo o golpe com o gancho.

Laya puxa minha " bengala" me fazendo cair ao chão. Bati de cara outra vez, meu nariz começa a doer insuportavelmente e me sinto um pouco tonto. Escuto um som alto e metálico, e logo estou sendo puxado para dentro da sala.

A porta e fechada e me sinto mais aliviado. Coloco a mão no nariz sentindo um líquido espeço fluir por ele.

- Essa é a última vez que você vai tocar em mim, sua vadia magrela! - Escuto a rouca voz de Foxy abafada atrás da porta, as palavras eram cheias de ódio e com promessas que não deviam ser ignoradas.

Laya parece não escuta-lo. Ela se aproxima de mim com um olhar preocupado.

- Meu Deus, você está sangrando muito - ela olha pra mim como se não soubesse o que podia fazer - Me desculpa, não era minha intenção, eu só queria me livrar do Foxy - ela fala meio que evitando encarar meu nariz.

- Não tem problema, ele nem está quebrado. Além do mais nem doeu muito - Aquilo não era 100% verdade, e acho que ela sabia disso.

- Obrigada, se não fosse por você o Foxy me mataria.

- Não foi nada, afinal é pra isso que servem os amigos. Aliás, cadê a Alice e o Nick? - minhas palavras parecem tê-lá atingido como navalhas. Por um instante acho que ela vai começar a chorar, mas o barulho das portas se abrindo ganha nossa atenção.

- O que foi isso? Feche as portas! - ela fala desesperada.

- Não dá, a energia acabou. Agora começou a caçada, e não tem mais onde se esconder.

Five Nights at Freddy's: Bem-Vindo Ao Seu PesadeloWhere stories live. Discover now