Capítulo XXIX

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Enquanto Claus ia até a mata os outros homens se espalhara ao redor da fazenda; saí atrás de Claus algo me dizia que o coração dele estava certo ao se dirigir para lá. Corri tanto que não que não conseguia me aguentar em cima das pernas quando cheguei às árvores. Minhas pernas tremiam pelo esforço, medo e ansiedade.

Quando me aproximei da clareira ouvi um choro convulsivo de homem.

Corri!

A cena que vi me fez perder as forças e cai de joelhos no chão.

Minha tia estava deitada no chão com a cabeça nos braços de Claus, totalmente desfalecida. Claus acariciava seu rosto e chorava. Entre seus soluços vez ou outra falava coisas como:

-Não me deixe Mary, não aguentaria te perder outra vez. - Ou.- Você não pode fazer isso comigo de novo!

Fiquei assustada!

Minha tia tinha partido também! Chorei de desespero! 

 As cenas que procederam ao falecimento de meus pais vieram todas em minha mente, a dor invadiu violentamente meu peito. Fiquei ali chorando em meu sofrimento por alguns minutos.

Não conseguia ver nada a minha frente!

Queria sacudi-la, acordá-la, não era a hora dela!

 Essas palavras viram a minha mente com tanta força, que parecia que o sol havia entrado em minha cabeça e iluminado tudo. E se repetiram mais duas vezes com tanta clareza que não tive dúvidas.

Quando olhei para minha tia, minha mãe estava a seu lado. Será que estava sonhando? 

Ela sorria e fazia sinal para que eu me aproximasse de tia Mary. Será que era sonho?

Se fosse sonho precisava acordar e ajudar tia Mary.

Levantei caminhei rápido, ajoelhei-me ao lado de tia Mary, tentei ver como ela estava, mas Claus não a soltava.

Peguei o pulso dela e não consegui sentir nada. Não podia me desesperar. Olhei para cima e minha mãe sorria me encorajando.

Precisava ouvir seu coração, Claus não a soltou! 

Tentei conversar com ele para solta-la. Mas ele não me ouvia. Peguei seu rosto em minhas mãos e o fiz olhar para mim, seu olhar estava perdido.

- Claus!!!!- Dei um grito tão alto que ele saiu de seu transe. Solte-a!Ela está viva! Afirmei com tanta certeza que imediatamente ele reagiu. Deitou-a no chão com cuidado e pude então, colocar o ouvido em seu peito e constatar o que meu coração já sabia.

Ela estava viva! Seu coração estava bem fraquinho. Mas estava ali, batendo! Olhei para minha mãe, ela não estava mais ali. Não deu tempo de ficar triste ou procurá-la.

Precisávamos tirar tia Mary dali, socorrê-la.

Falei para Claus:

-Claus, preciso que você mantenha a calma e me ajude, o coração dela está bem fraco, não vou conseguir sozinha. Precisamos levá-la com cuidado até John ou o pai dele. Qual deles está na fazenda?

-Dr. Larsen.

-Então vamos. Você consegue carrega-la até a saída da mata com muito cuidado?

Ele fez que sim com a cabeça.

- Eu vou correr na frente, pegar o seu cavalo ir até a fazenda e pegar uma carroça, tudo bem?

-Sim, pode ir! –disse ele um pouco mais confiante.

-Tem água em seu cavalo?

-No alforje pendurado na cela, tem uma garrafa.- disse ele.

-Vou deixar no chão próximo à árvore que o cavalo está amarrado, faça a beber.

Quando as folhas caemWhere stories live. Discover now