14. UMA CHANCE PARA TYLER.

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Tyler chega às sete e meia em ponto na casa de Nathan. Mesmo passando alguns perrengues com os ônibus, ainda prezava a pontualidade.

Tanto que foi o primeiro a chegar.

-Olha! Não é que você veio mesmo? -O namorado de sua amiga diz, simpático.- Puxa uma cadeira aí, a Pri só chega às oito.

-Ham... Okay... Você não... Precisa de ajuda?- Tyler se sentia intimidado perto dele. Parecia... Adulto demais.

-ah não, não precisa! Já estou quase terminando!- O rapaz diz, terminando de colocar algumas frutas na mesa, que estava repleta de diversos alimentos para um café da manhã.

Seria uma surpresa para Pricila.

Após todos os outros chegarem eles ficaram conversando e quando Pricila chegou cantaram parabéns e serviram o café.

-Nossa, eu nem imaginava!- A aniversariante diz, dando, em seguida, uma mordida no seu pão com presunto e queijo.

-Era essa a intenção.-Tyler respondeu tomando um gole do suco de laranja.

Após o café, todos começaram a jogar baralho e conversar. Só que o rapaz não sabia jogar então ficou de fora dessa.

-Você não vai jogar?-Uma garota morena, de cabelos perfeitamente cacheados e olhos castanhos brilhantes, pergunta.

-Eu não sei.

-Não sabe o quê?

-Não sei jogar.

-Ata... Fica tranquilo. Eu também não. Qual é o seu nome mesmo?

-Tyler.

-Há... Tyler...

-E o seu?

-Jeniffer.

-Oi Jeniffer.- O garoto diz fazendo a moça soltar uma imprevista e leve risada, que o fez sorrir. Após o jogo todos foram almoçar e ficaram a tarde inteira tomando teres enquanto comiam pipoca.

Quando escureceu, Tyler foi pra casa depois de se despedir de todos.

Ao abrir a porta do apartamento de Bruno, encontra uma cena que faz seu coração disparar.

Bruno sentado no sofá com a cabeça baixa e Paulo no outro.

-Pai? O que você está fazendo aqui?-O rapaz pergunta.

-O que eu estou fazendo aqui?! O que você está fazendo aqui??

-Eu moro aqui. Você me expulsou de casa, esqueceu?

-Você acha que tem direito de sair de casa sem autorização e ainda não dar sinal de vida durante dias?!- Paulo o ignorou, ficando mais alterado.

-Sim. Acho.

-Escuta aqui moleque! Você vai voltar para aquela casa e vai parar de birra, agora!

-Não volto nem morto.-Tyler permanece sério e imóvel perto da porta.

Bruna agora observa a situação.

-VOCÊ VAI VOLTAR AGORA!- Paulo puxa o braço de Tyler com toda a sua força e o garoto estanca no chão, ficando parado ali.

-Eu não vou morar na mesma casa que aquela vadia!- Mal terminou de falar, Tyler ouviu um estalo é uma dor atordoante em seu rosto.

-Nunca mais se refira a ela desse jeito. Ou você volta pra casa agora, ou eu chamo a polícia!

-Você não pode fazer isso.- Tyler diz, firme mas ainda sentindo seu rosto arder por causa do tapa.

-Quer pagar pra ver? Eu sou o advogado mais famoso dessa cidade! Acha mesmo que não consigo te colocar num manicômio por um mandato judicial?

O rapaz, pela primeira vez abaixou a cabeça. Sabia muito bem que seu pai era capaz de fazer qualquer coisa para ter o que quer. E nesse momento ele cedeu.

Chegando na casa, Tyler pegou as malas e foi direto para o seu quarto. Enquanto arrumava suas coisas de volta no guarda roupa, uma frase não saia da sua cabeça: "Preciso sair daqui".

Depois de algumas horas ele escuta um barulho que há tempos não se ouvia naquela casa: conversa. E uma voz de criança se destacou em meio às vozes.

Tyler desceu e deu de cara com seu pai, a amante e uma menina que aparentava ter uns três, quatro anos.

Todos pararam e o encararam. Até que Paulo começou a falar.

-Tyler, tem alguém que você precisa conhecer.- Ele fala num tom amargo.

-Da última vez que você disse isso, não foi alguém agradável.

Paulo suspirou e pegou na mão da menina.

-Essa é Melissa. Sua irmã.

-Minha o quê?!

-Durante meu relacionamento com Jaqueline, nós tivemos uma filha e achei que estava na hora de vocês se conhecerem.- Quando terminou de falar, Paulo sentiu um leve puxão na barra de sua calça e abaixou para ouvir o que sua filha dizia.

A menina perguntou algo de forma inaudível e Paulo apenas confirmou.

-Sim filha, ele é o seu irmão.

-Eu sempre quis ter um irmão.- A menina diz dando um sorriso inocente.

Nesse momento, um ódio inexplicável tomou Tyler para si, dos pés a cabeça, mas ele conseguiu se controlar e apenas subiu as escadas, indo para seu quarto, antes que fizesse coisa pior.

Aquela mulher não ia chegar assim e acabar com tudo.





Guarde esse nome: Jeniffer.

UMA CHANCE PARA TYLEROnde histórias criam vida. Descubra agora