Acordei com o som de máquinas apitando. Tinha várias máquinas ligadas a mim, e uma mão segurava a minha mão direita.
Sorri olhando aquele maluquinho que eu tanto amo.
Me estiquei e peguei o celular, tirando uma foto.
Porque eu amo esse seu jeitinho fofo, que faz você ficar sempre do meu lado.
-Espero que essa foto tenha ficado bem tirada-ele disse e eu ri.
Então lembrei de algo importante.
-Cadê as crianças?-o olhei.
-Bem...
-Dylan cadê as crianças?!
-A Kim está bem-ele disse e eu deixei uma lágrima escapar-Tal como a irmã e o tio-sorriu forçado e eu sorri também.-Porém... a Kim está em coma-ele disse e o meu sorriso se desfez.
-Quero ver ela-me levantei devagar.
-Você é doida? Não pode desligar as máquinas assim!!
-Tô pouco me fodendo, qual é o quarto
-Aqui ao lado.
Saí do quarto junto dele e entrámos no quarto.
-É tudo culpa minha-acariciei a bochecha da minha filha e lhe dei um beijo na testa.
-Não é, e você sabe-ele me abraçou
-Cadê o Henrique? E o Ric?
-Não falei nada pra eles.
-Tá. Cadê os outros meninos?
Ele ficou pálido.
-Estão em outro quarto-ele começou a estalar os seus dedos das mãos.
-Eu sei que você tá mentindo-o olhei.
O empurrei e saí correndo, me deu uma tontura mas continuei.
Cheguei na receção.
-Como estão Melina e Daniel Collins?-a olhei.
-Bem...-ela olhou o computador-Eles deram entrada n hospital ontem minhas horas, mas.. faleceram antes de chegar... Eu sinto muito-ela me olhou.
Senti o meu mundo desabar, vieram várias outras tontura, junto de lágrimas. Levei as mãos à boca e me senti zonza, senti o meu corpo ficar pesado e tudo ficou escuro.
(...)
Acordei e olhei à minha volta. Logo as memórias do que tinha acontecido passaram pela minha cabeça, e o que eu fiz?
Simplesmente comecei a chorar e a tirar todas as máquinas que estavam ligadas a mim.
-O MEU IRMÃO-gritei jogando o que tava no criado mudo no chão-A MINHA FILHA-gritei virando uma pequena poltrona que tinha ali.
Saí correndo do quarto e alguém me pegou pelos braços.
-Mel, Mel olha pra mim-ele me apertou contra si.
-EU QUERO O MEU IRMÃO, EU QUERO A MINHA FILHA-gritei me debatendo-Eu matei eles.-o olhei-Eu só quero morrer Dylan, quero morrer-chorei no seu peito.
-Hey, olha pra mim-ele fez eu o olhar-Você é a pessoa que menos merecia isso, você só precisa pensar na Kim, você não matou eles tá?-ele chorou me olhando-Você não matou-ele me abraçou.
Ficámos assim, bem daquele jeito.
Abraçados, sentados no meio de um corredor de hospital, eu chorando sentada no seu colo e ele chorando com a cabeça no meu ombro. Porque ambos precisávamos daquilo. Ambos precisávamos não de uma conversa triste, mas de um abraço reconfortante.
-Os senhores estão bem?-uma enfermeira perguntou e eu me levantei a olhando.
-Você acha que nós estamos bem?!-a olhei.
Comecei a andar e o Dylan segurou o meu pulso.
-Calma, vou só... Apanhar ar fresco
Suspirei e saí dali, assim que saí do hospital um bando de jornalistas me rodeou.
-Melissa Collins? É verdade que recentemente voltou com Henrique Carter?
-É verdade que a sua filha e o seu irmão morreram?
-Quem falou isso pra vocês?-os olhei confusa.
-Eu-escutei uma voz de mulher e barulho de salto.
-Como você soube?!-cheguei perto dela.
-Vá lá-ela me olhou-Você não acha de foi uma pessoa qualquer a conduzir o camião néh? Eu falei Melissa, tenho vários contactos-sussurrou e eu lhe dei um tapa.
-EU VOU MATAR VOCÊ SUA VAGABUNDA, ASSASSINA-gritei lhe dando um murro.
Peguei ela pelos cabelos e me dirigi à grande escada do hospital, os jornalistas apenas observavam.
-ME SOLTA SUA LOUCA, ASSASSINA
A empurrei da escada e deixei uma lágrima escapar.
-Sim eu sou-sussurrei.
Voltei a entrar e corri pro quarto da minha filha.
-Se você soubesse o quanto eu lamento-sussurrei a olhando-Eu amava tanto a sua irmã quanto o seu tio. Vocês três eram tudo para mim... E agora dois planetas saíram do meu universo.-chorei-Eu perdi duas das únicas coisas que me mantinham viva... E a culpa é minha
YOU ARE READING
Encantadora Nany-O Reencontro
RomanceEu tinha de encarar a verdade. Eu sabia que voltar pro Brasil não ia ser fácil, sabia que íamos acabar nos cruzando. Como eu ficaria um ano em uma casa a dois quilômetros de outra, sem me cruzar com o dono? Sim, ao fim de seis anos eu voltei, ao fim...