Meu lá menor

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O vento enlaçava seus cabelos enquanto eu pensava no amanhã. Eu pensava no tempo e pensava no adeus. Desde o começo do encontro, eu pensava na despedida e como dito, uma hora os caminhos se vão por rumos diferentes.

Não quero que seu adeus soe triste e frio, ou ao menos que soe como adeus. Mas para quem se apega incorretamente, indevidamente, até o mais doce tchau remete a um distanciamento qualquer. Você me disse oi e eu esperei pelo seu adeus. O som da nota reproduzida soou por tantos compassos, que eu confesso cheguei a pensar que duraria para sempre. Mas não só de uma nota se faz uma música. Enquanto você segue por lá, eu sigo por dó e quem sabe um dia encontremos um mi por aí e façamos um lá menor. Enquanto isso, eu estudo meus modos de ser, minhas variações, meus tons tão acidentais. Quem sabe um dia aprendamos a tratar os encontros e despedidas não como um ato de separações e partidas, mas como uma harmonia que dança no encontro do nosso modo melódico de ser. 

O silêncio das mariposasDonde viven las historias. Descúbrelo ahora