Capítulo 2- Sinais

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O relógio já chegava ao meio dia. Tinha sido uma manhã agitada no escritório do Coronel Verona. Já havia tido toda uma ocupação com o caso da garota encontrada morta, agora então, com o acusado encontrado em estado de putrefação, ligações da imprensa, da população pedindo explicações, e dos seus superiores, o qual ficou mais de uma hora ao telefone com o General Ivan, que o intimava a dar uma solução naquele caos o quanto antes. Resolveu depois de tanto stress, ir ver ele mesmo o corpo do acusado. Ligou para um de seus sargentos que estava no local com a perícia forense, para que lhe fosse buscar. Chegando lá, em um matagal distante, já quase em outra cidade, uma verdadeira viagem para chegar até lá, encontrou um ambiente muito diferente do que era normalmente. Policiais tinham aos montes, que ao vê-lo rapidamente largavam o que quer que estivessem fazendo para prestar-lhe continência. O Coronel respondia com um tímido mas firme acenar de cabeça. Ao descer do carro a imprensa que lá estava correu ao seu encontro com mil perguntas, apesar de ter certeza que quase nenhum dos repórteres o conhecia, julgou que eles o tinham como superior por seu uniforme diferente, cheio de condecorações e estrelas. Não tendo escapatória para as perguntas que havia escutado a manhã inteira e na verdade já estava ele mesmo querendo essas respostas, achou por melhor procurar breves palavras que satisfizessem a curiosidade deles. Fez um gesto para que se acalmassem, e diante de uma dúzia de microfones falou:

-No momento não sabemos mais do que vocês. Tenho mais de trinta anos como militar e nunca vi nada dessa forma. Estamos trabalhando com a hipótese de vingança, talvez a criança fosse querida de alguém muito cruel, ou mesmo de execução, a ficha criminal deste homem consta envolvimento com drogas, nunca se sabe. Agora por favor, peço licença. E retirou-se em meio aos montes de jornalistas, que em desordem faziam mil perguntas, mas ele só ouvia a repetição incessante de "Coronel, Coronel, Coronel...". Passou então da área demarcada, onde já não haviam civis. Deparou-se com outros soldados e sargentos, que o prestaram continência, ele respondeu como respondeu aos outros. O Sargento Sam, de sua confiança estava presente, e ao ver o Coronel Verona, correu ao seu encontro, prestou então continência:

-Coronel

-Sargento. O Coronel o cumprimentou como cumprimentou a todos. - Já esperávamos por sua vinda, é realmente algo que nunca vi.

- O que é que tem de tão espantoso?

- Melhor que o senhor veja pelos seus próprios olhos.

- A perícia já examinou o corpo?

- Não por completo. A brutalidade da coisa exige um trabalho maior.

- Afinal de contas o que é que houve de tão brutal? Olhe pra você Sam, parece que viu um fantasma.

- Perdão Coronel, mas ao ver o corpo do homem é impossível não imaginar a dor que ele teve.

O Coronel Verona já se mostrava um tanto quanto impaciente, e mandou chamar o inspetor da perícia.

- Relatório. Rápido que essa história já está me enojando.

- Sim senhor Coronel. A causa da morte foi degolação, ele foi morto por uma lâmina, provavelmente alguma faça com gume especial, que cortou 33 centímetros de seu pescoço.

- Meu Deus!

- Examinando brevemente- continuou o legista depois da exclamação do Coronel- a morte ocorreu há aproximadamente 3 dias, o corpo foi encontrado por caçadores locais.

- E qual foi o relato deles? - Eles apenas passavam pelo local e o cheiro os atraiu para cá. Após virem a cena chamaram a polícia.

- Só isso?

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⏰ Last updated: Sep 22, 2017 ⏰

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