• Capítulo 20 •

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Capítulo 20 •

Sequei minhas lágrimas da maneira que pude, já que Enzo deitou sobre mim, Pietra me abraçou e ficamos os três juntinhos.

Continua…

Por Inês.

Acordei com Enzo e Pietra rindo, olhei no relógio e me levantei rápido, eu estava muito atrasada. Enzo me olhou através de suas pernas, ele dava cambalhota com a ajuda de Pietra. - Inês - Bom dia meus amores! Pietra - Bom dia mamis! Enzo me olhava. - Enzo - “Bum dia mama” - Beijei os dois e corri ao banheiro e tomei um banho. Desci com Enzo no colo, tomamos café e cada um foi para seus afazeres, quando cheguei na empresa Pedro estava à minha espera. - Inês - Desculpe o atraso! - Entramos juntos em minha sala, Paula entrou logo depois. - Paula - Amiga, eu achei a célula que precisávamos! - Ela estava eufórica, fiquei muito feliz. - Inês - Isso é ótimo! - Pedro nos olhava. - Paula - Mas você sabe pra que ela serve né? - Seu tom de voz era atencioso. - Inês - Sim, eu sei! - Por que agora tudo estava girando ao redor da minha filha? - Paula - Muitas crianças serão salvas! - Ela disse feliz. - Inês - Uma pena só ter encontrado agora! - Suspirei. - Inês - Você tem razão, vamos salvar muitas crianças! - Pedro nos observava. - Paula - Eu sei o quanto te dói, mas não se culpe! - Ela me abraçou. - Inês - Eu fui falha amiga, e você sabe muito bem! - Pedro se levantou. - Pedro - Eu vou sair, para que conversem melhor. - Paula o olhou. - Paula - Não, eu já vou! - Quando a porta fechou Pedro me olhou curioso, talvez querendo saber em que fui falha. - Inês - Hoje nós vamos no lugar da ampliação! - Ele suspirou. - Pedro - Claro! - Eu o olhei. - Inês - Como está sua namorada com a gravidez? - Seu sorriso era enorme. - Pedro - Está muito feliz, aliás estamos muito felizes. - Dei um leve sorriso. - Inês - Que bom Pedro, ter uma criança em casa é incrível! - Ele me olhou. - Pedro - Eu gostaria de ter visto a Pietra crescer, sei que perdi tudo dela. - Inês - Ela sempre foi muito esperta, andou e falou muito rápido. - Lembrei de alguns momentos com ela. - Pedro - Obrigado! - O olhei. - Inês - Por que me agradece? - Ele suspirou. - Pedro - Por ter cuidado da minha filha, por ter feito ela hoje uma moça de bem e com ótimos valores, obrigado por protegê-la enquanto fui um babaca ausente. - Confesso que fiquei emocionada. - Inês - Eu só fiz minha parte de mãe, não vou dizer que foi fácil, mas consegui! - Me senti orgulhosa, realmente não foi fácil, mas Pietra era muito calma e isso me ajudou muito. - Pedro - Você acha que sou capaz de cuidar e educar um bebê? - Seus olhos buscavam os meus, mas eu não queria olhá-lo diretamente. - Inês - Você tem a sua namorada, ela quem vai quebrar a cabeça, já você só ficará com a melhor parte. - Ele me olhou risonho. - Pedro - Por que diz isso? - Eu dei risada. - Inês - É a verdade, vocês pais só brincam, sujam os bebês, mas quando os bebês choram e sujam a fralda volta pro colo da mamãe! - Demos risada. - Pedro - É, você tem razão! - Suspirei. - Inês - Eu tenho razão porque sou mãe, e sei muito bem como é. - Ele respirou fundo. - Pedro - Eu posso te fazer uma pergunta? - fiquei curiosa. - Inês - Faça! - Ele ficou sério. - Pedro - Você disse uma coisa ontem, que não saiu da minha cabeça. - Ele fez uma pausa. - Pedro - Você disse que estava livre, mas anteontem saiu fora de si dizendo que ia resolver assuntos do seu casamento. - E agora, falo ou não? Respirei fundo. - Inês - E eu fui! - Fiz uma pausa. - Inês - Miguel me traiu e fui acabar com o nosso noivado. - Suspirei. - Inês - Agora eu estou livre! - Ele estava boquiaberto. - Pedro - E o filho de vocês, como vai ficar a partir de agora? - Filho de vocês? Do que ele estava falando. - Inês - Que filho? - Ele me olhou surpreso. - Pedro - Aquele menino que veio aqui com o Miguel, ele não é o pai? - Um leve sorriso saiu de meus lábios. - Inês - O Enzo é apenas meu filho, inseminação artificial. - Pedro me olhava sem entender. - Pedro - Você tão linda, não encontrou um homem de verdade para ser o pai? -  Eu apenas suspirei. - Inês - Bom, eu não queria alguém dividindo o meu filho comigo. - Alguém bateu na porta. - Inês - Entre! - Meus olhos estavam fixos na porta, quando entrou um rapaz loiro, olhos verdes, era alguém que eu já vi na vida, mas onde? Pedro e eu nos levantamos. - X - Eu sou o Tarcísio - Ele fez uma pausa. - Tarcísio - Desculpe entrar sem ser anunciado, mas eu vim com a Pietra. - Com a minha princesa? - Inês - E cadê a minha filha? - Ela entrou em minha sala, sua cara era de tensão. - Tarcísio - Eu gostaria de pedir a mão da Pietra em namoro. - Caí sentada na  cadeira, minha filha tinha crescido. - Pedro - Você é o rapaz que minha filha comentou. - Oi? O Pedro sabia eu eu não? Minha filha deixou de confiar em mim! - Pedro - Se você a faz feliz, eu permito. -  Pietra e Tarcísio sorriram animados, eu me levantei. - Inês - Eu não aprovo! - O sorriso de ambos se desfez. - Pietra - Como assim mãe? - Ela estava indignada. - Inês - Eu não conheço esse rapaz, pra falar a verdade eu nunca ouvi falar nele. - Outra vez traída, respirei fundo e os olhei. - Inês - Saiam já da minha sala! - Todos me olhavam confusos. - Pedro - Calma Inês, o rapaz só veio pedir nossa permissão! - Tarcísio me olhava. - Tarcísio - Eu amo a sua filha! - Meu corpo todo tremia, eu estava irritada. - Inês - Ou eu falo baixo demais ou vocês estão surdos, eu mandei saírem já da minha sala! - Bati na mesa irritada, eles saíram rápido. Já chega de ser traída. Saí de minha sala e Paula estava abraçada com Pietra, com certeza ela também já sabia, todos me olhavam, ignorei os olhares e me aproximei de Pedro. - Inês - Vamos? - Ele apenas me acompanhou, Pietra ia receber um grande castigo. Entramos em meu carro, coloquei o cinto de segurança, Pedro me olhava sério. - Pedro - Me deixa dirigir? - Ele fez uma pausa. - Pedro - Você está nervosa, é bom que eu dirija! - Eu o encarei. - Inês - Você ainda não me viu nervosa Pedro, entra nesse carro agora! - Ele acha que sou o que, uma louca no trânsito? - Inês - Você tem multa na carteira? - Pedro - Só tomei uma! - Dei risada dele. - Inês - E eu nem uma! - Ele deu risada. - Pedro - Você deve dirigir a 20 por hora! - Coitado, nem sabe meu apelido. - Inês - Então veja se eu ando a 20 por hora! - Quando saí do estacionamento Pedro ria, mas eu apenas brinquei com ele, dirigir é comigo mesmo, desviar dos carros era a minha especialidade, depois da de pisar no acelerador. A pista exigia 80 km/h e os queridos a 50 km/h, dei seta e entrei a minha direita, logo que estacionei o carro Pedro desceu quase correndo. - Inês - E aí, o que achou dos 20 quilômetros por hora? - Ele me olhava. - Pedro - Você é maluca? - Dei risada. - Inês - Admite que sou boa motorista! - Pedro - Isso eu não posso negar! - Fiquei contente com isso. - Inês - Chega de papo, vamos ao trabalho! - Tudo estava certinho, logo as obras começariam. Quando estávamos voltando para o carro uma chuva repentina começou, corri mas a lama do terreno me fez escorregar, Pedro me segurou e também caiu, eu fiquei embaixo dele, começamos a rir sem parar e no momento em que parei seus olhos fixaram nos meus. Meu corpo pedia os lábios de Pedro, acho que ele ouviu, pois se aproximou do meu rosto e encostou nossos lábios, não me movi e ele também. Mas eu queria mais, e ele também, nosso beijo se transformou em algo avassalador e quente, mesmo com a chuva gelada, sua língua invadiu minha boca, eu queria ser dele novamente. O que eu estava fazendo? Empurrei Pedro com toda minha força, ele estava confuso com minha reação. - Inês - Nunca mais faça isso! - Eu queria chorar, fui fraca de novo, caminhei rápido até o carro, antes de entrar Pedro segurou meu braço. - Pedro - Ei, calma! - Tentei me mostrar brava. - Inês - Não me toca! - Soltei meu braço. - Inês - Vamos voltar ao laboratório, lá você pega seu carro e volta pra sua casa! - Pedro - Está bem! - Ele fez uma pausa. - Pedro - Nosso beijo ele.. - Eu o interrompi. - Inês - Ele não significou nada e não deveria ter acontecido! - Entramos finalmente no carro, se eu tinha acelerado antes, agora eu voei. - Inês - Avisa a Paula que tive que voltar pra casa? - Pedro me olhou. - Pedro - Claro! - Agradeci e fechei o vidro, quando cheguei em casa corri ao banheiro, tirei minha roupa e entrei no chuveiro, meu cabelo estava cheio de lama. O gosto do beijo de Pedro ainda estava em minha boca, levei a mão em meu lábio, fechei meus olhos e senti novamente o beijo.

Juntos até o fimWhere stories live. Discover now