♚ I - 02 ♛

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2 Meses Depois

Tô quase dormindo quando o meu celular começa a tocar.

Ligação ON

— Espero que alguém tenha morrido. Que seja aquele filho da puta do Rafael! — Me viro na cama olhando pro teto

— Ahh amiga também queria — Ela rir — Mas tô na bed, vamos sair?

— Não Lu, nem rola, acabei de chegar da Mbrandão, tô morta.

— Ai Manú, vamos. Você só trabalha, tá insuportável já ficar sozinha, pelo menos esquece a desgraça lá. — Gargalho

— Onde é a festa? — Digo entre risos

— É surpresa!

— Surpresa um caralho, quem vai te levar sou eu! Então fala logo — Digo já irritada, já falei que sou bipolar?

— Affz, lá na Rocinha. — Paro qualquer novo xingamento que me ronda a cabeça

— NO MORRO!? — Grito — Quando foi que passou por lá e roubou o baseado que tu fumou?

— Ai Manu, deixa de drama, é a Ludmila que vai cantar. Tô nem um pouco preocupada com o tráfico daquele lugar.

— Claro que não tá, não é tu que mora lá.

— Ai mano, vamo. Vou me arrumar. Em 30 minutos saia de casa. A galera da festa do Rodrigo vai tá lá, eles adoraram você — Ela gargalha e eu não me controlo

— Lembrei do Rodrigo chegando na festa, depois de comprar gelo, e me vê dançando em cima da mesa da vó dele. — Sua risada descontrolada invade o aparelho

— Aah miga você não lembra das melhores partes

— Vadia, vai se arrumar maluca.

Ligação OFF

Como eu já tomei banho e minha unha e meu cabelo tem que viver arrumado por conta da empresa, só coloco um vestido curto preto e um salto. Passo uma make básica. Pego o celular, a chave do meu carro e vou na direção da casa da vadia

No som do carro toca um funk qualquer, ela coloca o endereço no GPS e vinte minutos depois a gente chega. Damos de cara com 6 traficantes com fuzil bem na entrada, um deles bate no vidro do carro. Não sei se agradeço ou me chamo de idiota por deixar a arma em casa. Desço o vidro.

— Onde as patricinha pensa que vai?

— Na casa da sua mãe? — O medo de morrer surge quando ele não sorrir. Ele não sabia o que era senso de humor? — Não tem show ai não?

— A minha mãe morreu, vai fazer companhia pra ela, te dou a condução. — Ele bate no fuzil, e o meu cú não passa nem sinal de wifi.

—A minha também, é nos? — Tendo fazer toque, mas o cara fica me olhando como se eu fosse a próxima refeição.

— As novinha mete o pé se não quiser conhecer o dono, mata sem aviso, tá ligada? — Na verdade eu não queria conhecer ele, então tentei fechar o vidro e matar a Luana que continuava muda do meu lado

—Não, moço! — Paro o vidro na metade querendo matar a Lu. — A gente foi convidada pela Gabriela Lima, não sei como funciona, a gente só veio. — O cara gargalha

— Ahh, são as princesinhas da lora. Ela avisou que cês vinha

— E foi? — Solto sem nem perceber, o cara não ia com a minha cara, certeza, porque parou de sorrir na hora.

— Dá uma dica, novinha. — Ele quase entra no meu carro e eu encaro ele perto demais. — Fecha a boca pra não entrar mosca...ou uma 7 milimetro que vai sair do meu cano.

O Dono do Morro (Livro 1 - Versão Original)Where stories live. Discover now