Complexo de Cassandra

Masturbação

Leiam até o final, surpreendente spoiler do futuro dessa história. Beijinhosss amores!!! 

Heloísa, através de métodos ainda não conhecidos, tenta descobrir o que Charlie tanto pensa. A hora não é considerada, mas não descarta a hipótese que o ruivo tenha morrido de olhos abertos. Ele respira?

— Você deveria abrir a porra da boca, está me assustando. — Heloísa estilhaça o clima denso que os envolve.

— Quem diria que a francesa impaciente estaria implorando por ouvir minha voz. — Charlie contém a gargalhada, buscando manter a compostura — Você tem progredido, Helô.

Ela estranhamente não se importou em ouvir seu apelido sendo proferido por Charlie, talvez estivesse cansada demais para brigar.

— Você quem constatou isso, não eu. — revirou os olhos.

— Hoje, acredito que a sessão será excelente para você. — ele analisou a sensitiva tentando transparecer segurança.

— Tenho medo de perguntar o que é.

— Heloísa é uma mulher incrível que detém de um poder significativo, apenas um cego não notaria a coragem que floresce dentro de si, porém julgo que você não entende ao certo como essa determinação pode ser valorizada devidamente. — suspirou antes de prosseguir. — Você precisa desvendar não apenas sua personalidade, é necessário dominar o conhecimento sobre o próprio corpo. — Heloísa cruza os braços na altura do peito — Não estou dizendo que seu entendimento é supérfluo, você é uma mulher formada, mas acredito que tem muita coisa que é essencial sua compreensão.

— E você pretende me ensinar tudo que preciso saber? — ela sussurra com sarcasmo.

— Não, longe de mim ensinar algo que não tenho pleno conhecimento. — Charlie sorriu gentilmente. — Não domino meu corpo como gostaria, tenho problemas de aceitação, porém ninguém nunca me instruiu a buscar ajuda diante esses assuntos, tive que lidar com a depressão sozinho.

— Está dizendo que o Senhor também sofre com problemas emocionais?

Sorriu, mas manteve a postura rígida.

— Claro, Heloísa. Julgou que diante minha profissão eu era livre de empecilhos pessoais? Apenas busco aconselhar as pessoas da melhor maneira, oferecer um suporte que nunca me disponibilizaram.

— Então quem vai me ajudar a lidar com isso? Encontrei outra coisa que precisa ser lidada, ótimo. — bufou.

Helô, em um ato automático, sustenta o peso da cabeça nos braços sentindo novamente a sensação de aberração.

— Você mesma ou não é capaz de amar o próprio corpo?

— Nunca amei outra pessoa do modo que amo a mim mesma. — confessa.

— Era isso que eu desejava ouvir. — Charlie sorriu sem pudores. — Acho essencial essa conversa diante as circunstâncias, você está vivendo em um lugar desconhecido com pessoas nunca antes vistas, porém isso não significa que você deva se privar de algo que é tão natural.

Heloísa sentia-se desconfortável com a conversa, expor sua vida, em todos os sentidos, para Charlie não é algo que lhe agrada. O assunto sempre fora algo que desejava manter consigo, ninguém deveria ter conhecimento sobre um assunto tão íntimo. Ela nunca reprimiu suas vontades e desejos, relacionava-se com as pessoas porque sentia vontade, nunca se privou de nada diante a opinião alheia, apelidos ofensivos os olhares indiscretos não tornariam a situação diferente.