Capítulo 2

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Marinette

Eu estou com medo, não sei se devo acreditar no que ele diz.

— Qual é o seu nome? — Ele me pergunta com uma expressão triste e ao mesmo tempo terna.

Eu simplesmente não respondo... Ainda não consigo falar muito bem, e não sei se devo dizer meu nome a ele...
Ele pareceu meio triste com o silêncio que pairava por minha casa, ele definitivamente não tem cara de mal, apesar de sua roupa de gato preto ser um pouco assustadora no escuro junto com seus olhos verdes brilhantes...
Eu sinceramente estou muito incomodada com esse silêncio perturbador... Acho que se ele quisesse me silenciar e me fazer algo... Já teria feito.

— E-Eu me chamo Marinette..  — Respondo com um pouco de nervosismo e aos poucos vou abaixando o taco.
— Bonito nome... O meu é... — Quando ele ia falar alguma coisa, batem na porta. Provavelmente policiais.

Ele demonstra uma expressão de desespero e súplica para que eu não falasse nada. Eu olho para ele e logo desço, e quando abro a porta vejo dois policiais armados.

— Senhorita, há um criminal solto e vimos ele passar por essa rua, estamos batendo de porta em porta para garantir de que não o viram. —Diz o policial, ele tinha um sotaque britânico.
— Ah... Eu não o vi, mas a minha casa está bem tranquila agora, acho que ele não veio por aqui.
— Bem, desculpe por incomodar, boa noite.
— Boa noite. — Falo, fecho a porta e me apoio nela suspirando... O que tá acontecendo comigo? Eu estou enlouquecendo?

Eu logo corro subindo pelas escadas e volto para o meu quarto, quando eu entro eu ascendo a luz, assim vendo o garoto, ele era loiro, e muito bonito. Acabou ficando um clima tenso, ele estava parado, eu ainda estou com medo. E se eu tomei a decisão errada?

— Obrigado — Ele agradece com uma voz meio baixa e rouca, eu logo percebi seus machucados.
— Quem r-realmente você é? — Pergunto esperando ansiosa por uma resposta.
Ele Suspira — Eu... Não posso te dizer... — Ele diz. — Eu só preciso de um lugar para me esconder.
— Atá! Se você quiser se esconder aqui é melhor que eu possa confiar em você! Me diga quem você é! — Exclamo com um pouco de indignação.

Ele fica parado apenas me olhando

Chat Noir

Tá, por dentro estou dando risada, pois, é engraçado vê-la tentando esconder seu medo e ser forte, isso chega a ser admirável. Eu quero que ela confie em mim, mas não sei se confio nela. E revelar minha identidade acabaria com minha vida se ela contasse para alguém... Espera, minha vida já acabou.

Eu Suspiro — Por favor... — Falo.
— .... — Ela não responde mas me olha um pouco desapontada.

— Pretende ficar quanto tempo? — Ela me pergunta com os olhos fixados nos meus.
Eu suspiro e digo — Sinceramente eu não tenho para onde ir.

Marinette

Eu acabei o olhando com preocupação, e caminhei para mais perto dele.

— Você realmente está me dizendo a verdade? — Pergunto com os olhos diretamente ligados com os dele.
— Eu estou... — Ele repete devagar.

Outra vez volta aquele silêncio constrangedor. Essa provavelmente é a escolha mais imprudente que eu já fiz e vou fazer na minha vida, mas, confio nele...

— Isso espero... — Falo enquanto o olho, acabo percebendo que ele não é tão assustador... Quer dizer, ele só está vestido de gato, né?
Eu começo a andar novamente para fora do quarto, parei e virei para trás — Você quer comer alguma coisa? — Pergunto.
Ele me olha com surpresa.

Chat Noir

Eu me surpreendi com ela me perguntando se eu queria comer, mais pela parte de estar se preocupando, faz tempo que alguém não se preocupa comigo. Eu assenti e nós descemos para a sala, ela me deixou sentar no sofá reparando nos meus machucados. Mesmo com ela sendo legal, ela parece distante... Talvez eu a tenha incomodado pelo fato de todos acharem que eu sou um assassino. Mas, parecia natural dela, não sei explicar.
Admito que isso é bem constrangedor, ela não me conhece e está me ajudando quando tudo aponta que eu sou "do mal". Além dá enorme falta de assunto pois a situação que estamos passando acabou ficando tensa.

— Eles não vão te achar né? — Ela pergunta.
— Provavelmente... Não, está se preocupando comigo? — Falo com um tom de galã tentando brincar um pouco.
— Pf... Não, é que se te pegarem aqui eu vou ser considerada cúmplice, e todos os finais não terminam bem pra mim — Ela fala cruzando os braços.
— Aí, desilusão dói sabia? — Falo apertando a minha mão direita em meu peito.

Marinette

Eu rio de sua última frase. Agora ele não me dá tanto medo, talvez ele estivesse falando a verdade, talvez não tenha sido ele quem matou aquelas pessoas, mas mesmo assim, preciso ficar atenta.
Eu decidi não fazer perguntas
Muito íntimas como: e sua família?, Decidi tentar criar uma conversa para nos conhecermos.
— É... Por que está vestindo de gato? — Pergunto, não que eu esteja criticando, pois, acho que ele fica lindo assim.
— Ah, eu particularmente não sei... Meio que faz parte de uma "transformação" — Ele diz a última palavra fazendo o sinal de aspas com os dedos.
— Aah... E o que essa "transformação" faz? — Falo repetindo o mesmo ato.
— Bem... Basicamente me coloca em um traje e aprimora meus poderes — Ele fala como se fosse simples, mas eu sei que é mais detalhado do que isso.
— Ata — Digo rápido, não satisfeita com a resposta.

Mas uma pergunta estava me matando por dentro que eu tive fazer​.

— Por que acham que você é um criminal? — Pergunto enquanto me sento ao seu lado.
— Eu estava no local errado na hora errada... Errada para mim, porém certa para o verdadeiro culpado. — Ele suspira.
— Am? Você sabe quem ele é? — Pergunto curiosa.
— Não exatamente... Assim como eu, ele se esconde por trás dá máscara. —Ele responde.
— Mas... O que exatamente você faz? — Falo com um olhar confuso e me arrasto para um pouco mais perto.
— Bem... Eu luto contra criminais.— Ele responde olhando para o lado.
— Mas... Eu nunca ouvi um "Garoto vestido de gato combate o crime". — Digo confusa e ao mesmo tempo debochando dele.
— Ha-ha, eu prefiro trabalhar nas sombras, além de que há muita coisa que acontece em Paris que poucos sabem. — Ele rebate e eu bufo.

Tá, não é tão ruim conversar com ele.

Chat Noir

Confesso que a personalidade dela é interessante.

— E você? — Pergunto olhando diretamente para seus olhos.
— Am?... — Ela boia.
— O que você faz dá vida? — Digo com um ar mais relaxado e com um sorrisinho.
— Ah, bem... E se eu te disser que nada? Eu apenas sou uma estudante normal... E uma pessoa sem histórico nenhum — Ela diz e olha para cima passando sua mão sobre sua cabeça.
— Ah, você parece ser mais que isso — Digo me inclinando um pouco para frente.
— ATA, tipo o que? — Ela pergunta arqueando sua sombrancelha.
— Ah... Eu ainda não descobri — Respondo. — Ainda...
— Hm... E porque você quer descobrir? — Ela Pergunta com um falso sorriso.
— Quer mesmo saber? — Inclino minha cabeça para bem perto dá dela com um sorriso provocador.
Ela prende sua respiração, mas logo dá um tapa leve em minha cabeça — Idiota... — Ela fala e eu começo a rir.

A Lua, o Sol e a Verdade - AU - Marichat/Adrinette Where stories live. Discover now