Voltando para casa

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ISABELLA

Agora eu estou no avião, voltando para o Rio de Janeiro. Eu estou tão ansiosa para chegar em casa logo. Eu estou morrendo de saudade da minha mãe e da Nina. E do Rafa, quero abraça-lo, algo que quero fazer desde muito tempo. Por falar nele, fiquei sabendo que a mãe dele já chegou, o pai ainda está relembrando o passado, mas o Rafa disse que ele já está morrendo de vontade de voltar.

Mudando totalmente de assunto, eu acho que essa viagem me amadureceu muito. Nela eu aprendi tanto sobre a minha profissão. Sem contar com estar tanto tempo longe da minha família. Ter que dar apoio moral ao Rafa mesmo estando de longe. Foi tantas coisas que quando se juntaram formou um imenso amadurecimento pessoal e profissional.

Hoje, se Deus quiser, eu vou me encontrar com todos. Já me programei. Quando chegar eu vou ficar em casa com minha família e depois vou encontrar o Rafael. Eu já até combinei com ele para sairmos para jantar.

Abro a minha bolsa, pego o livro que estou lendo, abro na página em que parei e começo a ler.

Pouco tempo depois...

A aeromoça acabou falar para colocarmos o sinto que já estava na hora do pouso.

Depois de o avião ter pousado, eu saio de lá e vou para a área de desembarque. Ando até a esteira e espero as minhas malas, depois de todas em mãos, procuro a minha mãe para irmos para casa.

Acho rapidamente a minha mãe e dou um abraço nela.

-Oi, mãe. Que saudade.- falou ainda envolvida em seu abraço.

-Muita saudade mesmo- ela fala desfazendo do abraço.

-Cadê a Nina ? - pergunto.

-Ela ficou lá em casa. O pessoal ficou sabendo que você estava chegando e veio lá para casa.- ela responde.

-Humm. E a minha avó, ela veio ?- pergunto, torcendo para a resposta ser "sim".

-Veio, e está ansiosa para te ver.

-Que bom que ela veio, estava com muita saudade, ela ficou muito tempo sem ir lá em casa- eu falo, já andando em direção ao carro.

Entramos no carro e fomos para nossa casa.

Eu fui o caminho todo contando para minha mãe o que aconteceu lá, as diversas experiências que tive.

Quando chegamos, a Nina veio correndo me abraçar. Levantei ela e beijei a sua bochecha. Fui até a minha avó com ela no colo e a cumprimentei. Logo após saí cumprimentando os outros parentes que estavam alí.

Algumas horas depois...

Eu acho que vocês já devem ter ouvido que minha família por parte de mãe é meio complicada. Hoje elas tiraram o dia para me perturbar, acho que foi porque eu cheguei. Sabe quando as pessoas falam de você como se você não estivessem no quarto ao lado escutando tudo ? Então era isso que estava acontecendo agora, eu já estou até irritada. Se elas estivessem falando coisas boas ao meu respeito, mas não.

Sinceramente, eu não sou obrigada a isso, acho que vou tomar meu banho para sair logo daqui.

Tomei meu banho e vesti a roupa que iria sair: uma regata branca com várias coisas escritas em preto, uma saia laranja-amaronzado e um salto(pois iríamos ver com uma peça antes) verde-água. Não passei maquiagem, não estava afim.

Mandei uma mensagem para o Rafa, falando que já estava quase saindo de casa e que passaria lá. Peguei uma bolsa branca e coloquei minha carteira, meu celular, minhas chaves de casa. Peguei a chave do carro,me  despedi das pessoas, que continuavam a falar da vida alheia, entrei no carro e abri o portão com o controle. Tirei o carro da garagem, coloquei uma playlist para a 'vibe' que eu estava hoje e rumei para a casa do Rafael.

Chegando lá liguei para ele, para o mesmo descer. Ele desceu, entrou no carro e eu cumprimentei ele com um beijo na bochecha.

-E aí, Rafael, como anda a vida ?- perguntei, transitando meu olhar da rua para ele.

-Bem, tudo voltando aos eixos. E a sua vida ?- ele pergunta me encarando.

-Bem também.- respondi ele e voltei a me concentrar no caminho para o teatro.

Depois disso não conversamos, ficou só o som do carro bem baixo. Ficou um silêncio entre nós, mas ele não era constrangedor, era um silêncio bom, que trazia paz.

Chegamos no lugar onde a peça aconteceria, vi no relógio do carro a hora e percebi que daria tempo de fazer as coisas com calma. Por isso, ao sair do carro, depois de estaciona-lo, fui até o Rafa e abracei ele, um abraço apertado, aquele que eu desejei tanto, esse tempo que fiquei fora.

Depois de algum tempo abraçados, adentramos o local, lá tinha alguns famosos e algumas pessoas da imprensa. Isso porquê era o primeiro dia daquela peça.

Tiramos algumas fotos, que com certeza logo estaria nos sites de fofoca.

Esqueci de falar, o Rafael estava com uma blusa azul-marinho claro, uma calça de lavagem nem muito escura, nem muito clara, e um tênis preto.

Fomos assistir a peça.

Depois da peça...

Quando saímos da peça, fomos para um restaurante de frente para praia, ele é simples, aconchegante e possui uma comida divina.

Enquanto esperávamos o nosso pedido ficamos conversando. Entre essas conversas:

- Rafa, se eu te falar uma coisa que aconteceu lá, você me promete que não vai rir?- perguntei para ele.

- Não sei, acho que não. Eu nem sei o que você vai falar- ele respondeu.

- Ah, então eu não vou te falar, não.- eu falei isso, porque sabia que ele não iria conseguir, ele é muito curioso.

- Tá bom então. Eu prometo- ele falou, mas eu sabia que aquilo só foi da boca para fora, mas como eu queria dividir aquilo com alguém, eu vou falar.

- Então, é que quando eu estava lá, eu me sentia muito sozinha, e quando eu ia no banheiro para fazer cocô,- nesse momento o Rafael começou a rir- deixa eu contar.

- Mas é engraçado- ele falou entre risadas.

- Continuando, eu não tinha ninguém para conversar, aí eu conversava sozinha, tipo um confessionário- concluí a minha história olhando para ele.

Ele não estava se aguentando, ele ria muito.

- Ah pelo amor de Deus, Rafael. Vai me dizer que nunca conversou olhando para o espelho ? Ou então, nunca conversou sozinho ?- perguntei olhando para ele, ansiando pela resposta.

- Claro, acho que é inevitável.- ele falou sorrindo, eu sabia que ele estava querendo rir.

- Então, era quase a mesma coisa- falei me defendendo.

- Mas sei lá, o jeito com que você falou fez parecer que foi uma coisa extraordinária.- ele falou voltando a rir.

Depois nosso pedidos chegaram, nós comemos, pagamos e fomos para a praia, sentamos nos banquinhos que tinham alí e ficamos conversando sobre coisas aleatórias.

Chegou um momento em que começamos a falar sobre nós, a nossa relação que havia mudado. Nós nos olhavamos felizes por tais mudanças, nós fomos nos aproximando, aproximando. E foi assim, de uma hora para outra, que nós nos beijamos. O primeiro beijo daquela noite.

Descrever aquele beijo é impossível, já que foram mistos de sensações, de emoções.

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