"O Trono e a Espada"

Capítulo 21

MARATONA parte 3.

*Quarto que Lia está hospedada em Gálio, na foto acima.

Ezeque está sentando no trono, meus pais estão ao seu lado em pé, todos me olham com ódio.

-O que você está fazendo ai Ezeque?
Pergunto preocupada.

-Você não conseguiu Lia, por culpa sua eu terei que ser rei, não poderei seguir meu sonho de ser fotógrafo, vou viver preso aqui, nessa porcaria de trono.

Ezeque cospe suas palavras em mim, lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto, uma dor forte se instala no meu coração.

-Você achou que era capaz, mas não foi! Eu odeio você Liana. E por causa de tudo, você está banida de Florence.

Nesse momento guardas se aproximam de mim e começam a me arrastar para fora do salão. Eu tento sair, mas eles me seguram com muita força. De repente uma pessoa que eu não consigo ver o rosto, vem correndo e me entrega uma espada. No exato instante que eu toco nela, sinto uma força muito maior e desconhecida por mim. Eu então me desvencilho dos guardas, e saio correndo, para bem longe...

Abro meus olhos e a luz que entra pela janela, me faz despertar. Sinto meu corpo cansado, minha respiração ofegante, e a cama que eu dormi, nem lençol tem mais, tudo está no chão.
Eu sento na cama e me dou um tempo para entender o que aconteceu, tive um pesadelo muito estranho, estou em Gálio, minha cama está desarrumada, perai, eu estou em Gálio!
Rapidamente me levanto e dou uma arrumadinha na minha cama, não quero que as criadas pensem que sou uma doida, quando vejo que a cama está parecendo que alguém normal dormiu ali, vou até a mesa e toco o sininho chamando alguma criada, sento me na cama e espero que alguém apareça.

Ontem eu nem tive tempo de reparar no quarto, ele é bem diferente do meu, sua cortina é alaranjada, a cama é centralizada no quarto, enquanto no meu ela é mais próxima da parede e da varanda, o quarto aqui é bem confortável, não tenho nada a reclamar. Ouço uma batida na porta e deixo a pessoa entrar, uma mulher que aparenta ter uns quarenta anos entra, ela se apresenta como Neli.

-Bom dia Neli, hm, o café já está sendo servido ou eu acordei tarde demais?
Pergunto para ela pois eu estou totalmente fora de hora.

-Bom dia vossa alteza, na verdade a senhorita acordou bem cedo, agora são sete e meia, e tanto o rei quanto o príncipe só vão acordar as oito e meia. Mas se a senhorita quiser, pode voltar a dormir e as oito e meia eu te acordo.
Ela diz calma e tranquila.

-Não, eu não vou conseguir dormir de novo. Já quero me arrumar.

Ela apenas assente com a cabeça, vai até a arara que está com todos os vestidos que eu trouxe de Florence, e pega o que eu escolhi para hoje, eu tomo um banho, visto meu vestido e deixo o cabelo solto.

-Vossa alteza está linda, sempre com vestidos deslumbrantes.
Ela diz sorrindo.

-Muito obrigada. E é verdade, meus vestidos são lindos, mas tudo graças a minha criada Miranda, que tem mãos de fadas quando o assunto é costura.

Eu falo contente, me lembrando de Miranda.

Neli me diz que o café ainda não está todo pronto, mas que irá trazer uma bandeja com algumas coisas para mim.

Eu me olho no espelho, estou em pé, me analisando e me lembrando do sonho que tive. Suspiro. O tempo está acabando, daqui a três meses Ezeque vai assumir o trono, se eu não conseguir provar aos ministros, e aos meus pais que eu é quem posso governar Florence, tudo vai ir por água a baixo. Mas o que eu tenho que fazer? Ezeque tem ficado cada vez mais preocupado com a chegada do seu aniversário, e eu tenho medo de não conseguir ser rainha. Sinceramente, não sei o que fazer.