for your eyes only [lwt+hes]

uma menina tão atrevida

faz tanto tempo que eu devia ter vergonha de chamar isso de atualização, então vamos chamar de ressurreição dos mortos

Louis e Harry seguiam a senhora pelo corredor da escola. O barulho das crianças correndo e gritando pareciam deixar a mulher mais irritadiça que o normal. Assim que Harry chegara, Sra. Sweetwine olhou para ele como quem estava pronta para atacar. Como se o próprio Harry tivesse ensinado Amber a brigar na escola, passo-a-passo.

— Sr. Styles. Amber espera por nós na minha sala. — ela fez um bico exagerado, os lábios cheios de um batom rosa chamativo. — Devo confessar que nunca imaginei que ela pudesse ser uma menina tão atrevida. Não derramou sequer uma lágrima ou demonstrou arrependimento, como as outras crianças que vêm para a diretoria.

— Ela está falando da Amber ou de um criminoso? — Louis sussurrou para ele enquanto, Sra. Sweetwine abria a porta da sala dos diretores e Harry precisou segurar uma risada quando a senhora virou para eles, certa de que havia escutado muito bem.

— Entrem. Não tenho muito tempo para esse tipo de besteira. — Besteira? Harry pagava uma pequena fortuna naquele colégio para ela não ter tempo? Louis franziu o rosto e parecia prestes a dizer alguma coisa, mas mudou de ideia assim que viu Amber.

Ela estava sentada numa poltrona no canto da sala da diretora, desenhando algo em um caderno, tão tranquila como uma árvore balançando na brisa de verão.

— Oi, papai! — Amber se levantou e abraçou Harry assim que o viu. Ele retribuiu o abraço, afastando-se assim que ouviu a diretora bufar. — Oi, Lou! Você também veio. Aceita uma xíca de chá?

Amber ergueu as sobrancelhas duas vezes, sorrindo para Louis como se eles pudessem botar fogo no mundo sem consequências.

— Sentem-se, por favor. — Sra. Sweetwine pediu, indicando as duas cadeiras que ficavam de frente para sua mesa. Harry e Louis sentaram-se lado a lado e Amber subiu no colo de Louis, se esparramando. — Amber não quis me contar de jeito nenhum o que aconteceu. O pobre garotinho ficou em choque! Os pais dele acabaram de sair daqui e não ficaram nada felizes, Sr. Styles.

Amber soltou uma risadinha travessa e Louis cobriu a boca dela, antes que a diretora estivesse subindo pelas paredes.

— Amber, você quer me contar o que aconteceu? Porque você fez isso, querida? — Harry perguntou, tentando soar firme.

Amber fechou a cara, cruzando os braços na frente do peito e respirando fundo, as bochechas vermelhas pareciam prestes a queimar. Ela sabia que estava certa. Sabia.

— Papai, eu não consegui me segurar. — Amber resmungou, como se dar tapas ou morder outras criancinhas fosse um vício. Ela olhou para as próprias mãos, depois torceu os próprios dedinhos sobre o colo. Harry percebeu que aquela era uma mania de Louis. Harry sorriu minimamente, incentivando a filha a continuar. — Você não vai brigar comigo?

— Sem promessas antes da hora! — interrompeu a Sra. Sweetwine, com um bico maior nos lábios, que afinava mais ainda seu rosto esguio.

— Edgar disse que o papai dele tem uma nova namorada. E eu disse que o meu papai tem um-quase-namorado, Louis. — Sra. Sweetwine engasgou, olhando para Amber no colo de Louis e depois para Harry, então para Louis. O rapaz suspirou, mas Harry sentiu seu coração menos pesado quando notou que não havia nenhum traço de irritação em sua voz. Louis parecia mais preocupado com Amber do que com o assunto de toda a briga, abraçando-a.

— Continue.

— Depois, o Edgar disse "Eca!" e eu disse "O que você disse?" e ele falou "Meu pai disse que meninos não podem namorar meninos. É nojento!" e eu, Amber, fiquei muuuito brava. — ela franziu os lábios, respirando forte pelo nariz, como se estivesse relembrando os momentos da "briga". Por alguns instantes ela pareceu segurar as palavras, como algo que a incomodava, mas não conseguia pôr para fora. Por fim, sussurrou baixinho. — Então, eu soquei o pipi dele e depois mordi a bochecha.