Capítulo 17

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Coloquei o cartão-chave na porta e esperei o local ficar verde, antes de eu puxar o cartão de volta e entrar no quarto, procurando Jack, Mack disse que ele estava dormindo, mas além de muita roupa suja jogada pelos cantos, não achei o italiano em nenhum canto.

- Jack? – Gritei.

- No banheiro! – Ele respondeu e eu segui para onde o barulho tinha vindo.

- Jack, o pessoal quer saber se você vai ficar na Itália nessas semanas, Louis quer ir para Orlando, Mike quer ver Lacey... – Quando eu entrei no banheiro, encontrei meu amigo com os olhos inchados, sentado no chão, encostado ao lado do vaso sanitário com a pior cara que eu já tinha visto. – Oh meu Deus, Jack! – Falei, me jogando no chão, deslizando em sua direção. – O que houve? – Passei as mãos em seu rosto, ouvindo-o soluçar.

- Eu... – Ele falou, abaixando a cabeça nos joelhos novamente, fazendo com que seu choro ficasse alto no banheiro e eu passei minhas mãos em seus cabelos, acariciando, sentindo as lágriams começarem a sair dos meus olhos, mesmo sem saber o motivo.

- Por favor, Jack, não sofra sozinho. – Falei, passando a mão em seus cabelos, mas eu esperei.

Meu amigo ficou com o rosto colado no vaso sanitário por um longo período, seu choro inundou o banheiro, trazendo uma dor horrível em meu peito. Mas eu respirei fundo. Me sentei ao seu lado e coloquei sua cabeça em meu colo, tentando fazer com que ele se acalmasse, mas no fundo, eu sabia que aquilo nunca ia passar.

- Eu a perdi, Alice! – Ele falou, ainda soluçando. – Ela se foi. – Ele falou e eu senti meu corpo arrepiar.

- Ela? – Perguntei, me debruçando sobre Jack e peguei seu celular que estava jogado no chão do banheiro, conferindo as últimas ligações, Gemma. – Sua mãe...? – Falei, sentindo o ar faltar e joguei o corpo para trás, respirando fundo e Jack só assentiu com a cabeça. – Oh! – Puxei o ar forte, sentindo as lágrimas rolarem com mais liberdade de meu rosto.

- Ela disse que estava bem... Mas ela mentiu! – Jack falava, com a voz embargada e eu respirei fundo, abraçando-o fortemente. – Ela se foi, Alice. Eu não sei o que eu faço sem ela! - Ele se sentou, se colocando em minha frente.

- Sua mãe foi a pessoa mais maravilhosa que eu conheci na minha vida, Jack. – Falei, segurando seu rosto. – Ela tem que ser lembrada pela força que ela tinha, cuidar de dois filhos sozinhos, lutar com um marido preconceituoso, cuidar de um vinhedo, assistir o sucesso do filho, lutar contra um câncer e ainda ter o sorriso mais feliz que a gente podia ver. – Falei, não conseguindo segurar as lágrimas. – É uma pena eu tê-la conhecido por pouco tempo, por que eu sinto que esses anos não foram suficientes. – Ele abriu um pequeno sorriso. – Quando pensar nela pense com amor, Jack, com carinho. Lembre-se do seu sorriso, dela nos shows, da animação dela com qualquer prêmio, lançamentos, tudo. – Sorri. – Porque é essa Branca que a gente conhece.

- Obrigado! – Ele falou e eu o abracei novamente, apertando-o em meus braços, tentando dividir alguma parte boa que tivesse dentro de mim.

Saí algum tempo depois, obrigando que Jack entrasse no banho, com uma esperança que isso fizesse com que ele melhorasse. Puxei a porta novamente, encostando meu corpo na mesma, respirando fundo. Eu não estava nada bem, aquela dor dentro de mim era algo que eu nunca tinha sentido na vida, mas eu não podia ser a pessoa mais importante naquele momento, a dor de perder uma mãe era muito pior.

- Alice! – Jessica apareceu e eu virei para ela. – Achou o Jack? Viu com ele?

- Os planos mudaram, junte os outros. – Falei, passando a mão no rosto, soltando a respiração forte.

Total Stranger | Chris EvansOnde histórias criam vida. Descubra agora