Prólogo

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Meu pai nunca se esquece de contar a história do meu nascimento todos os anos quando comemoramos meu aniversário.

Era dia 25 de julho de 2004 e provavelmente quase todos os brasileiros estavam tensos com o jogo do Brasil contra a Argentina que iria acontecer em uma hora. Meu pai estava pronto para se sentar no sofá juntamente com todos da nossa família quando minha mãe, que estava na cozinha, gritou:

— A bolsa estourou! — Ela já vinha sentindo algumas dores, então não foi surpresa nenhuma acontecer logo naquela hora.

Meu pai saiu o mais rápido que pode com a minha mãe sentindo as contrações, entrou com ela no carro e correu para o hospital.

Mais de uma hora depois minha mãe ainda estava sofrendo as dores do parto e, quando ela finalmente entrou na sala para dar à luz, meu pai entrou com ela, mas ficou muito tenso pensando no jogo que se desenrolava e ele não conseguia fazer nada.

Eles passaram muito tempo lá na sala de parto, com o médico instruindo minha mãe com o "força, pode colocar força!" e quando eu finalmente dei a graça de sair, no exato minuto que escorreguei para fora, o barulho da gritaria, dos fogos de artifício e de qualquer outra coisa que tenha o som muito irritante, invadiu a sala e todos já sabiam o que tinha acontecido: o Brasil ganhou a Copa América!

Meia-hora mais tarde, quando minha mãe estava no quarto descansando e eles finalmente me levaram para ela, meu pai perguntou qual seria o meu nome — eles haviam discutido algumas opções, mas minha mãe disse que decidiria assim que eu nascesse. Minha mãe é professora de sociologia, mas isso não retirou a surpresa do meu pai quando ela finalmente falou:

— Ele vai se chamar Karl Marx!

Todos Querem Beijar Karl Marx (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now