1 - TRUNFO

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    Minha irmã mais velha, sempre diz que tem a melhor família do mundo e eu sempre penso que ela só pode ser adotada ou tem um jeito muito arco íris de ver a vida. Do tipo que ver e fala com unicórnios voadores e dançarinos de rasga-tanga. Que acredita em felizes para sempre e no poder da amizade. Porque se tem um título que a família Oliveira merece: é o de mais pirada e intrometida do mundo inteiro, quiçá do universo, no caso de existe vidas em outro planeta.

       Brincadeira. São os melhores. Amo vocês com coramão e tudo. Só no caso de um dia minha mãe leia pensamentos e veja eu pensando nisso, não quero ser expulsa de casa, sou a melhor parte da família.

      Sorrio com esses pensamentos loucos sinal de que o cansaço está vencendo minha sanidade. Espreguiço-me no sofá e posso sentir meu corpo inteiro tenso, implorando por uma massagem daquelas que só meu irmão sabe fazer.

      Estou toda quebrada. Cansada de correr entre faculdade, estágio e trabalho. Não sei como Belly conseguia conciliar e muito menos como fazia isso sem perder uns 60 quilos. Porque eu comecei essa vida a pouco tempo e já estou mais magra que um louva Deus com fome. Tanto que das raras vezes que meu gêmeo veio aqui nos visitar começou a perturbar chamando de chassi de grilo, dizendo que estou andando igual uma cobra cipó. Só os ossos balançando. A situação feia, apesar dele pega pesado com o bullying, sei que daqui a pouco não restará nada para Thomas apalpar.

     Tenho que parabenizar minha irmã. Ela fazia isso tudo parecer bem fácil. Agora entendo porque estava encalhada, vivia sem tempo pra nada, também não tenho mais tanta disposição pra namorar ou sair depois que comecei a trabalhar.

      A vida está me sugando como se ela fosse o aspirador e eu a partícula de pó.

— Cheguei família linda! — ouço Belly berra no meu ouvido e quase me estabaco no chão de susto.

      De onde essa doida surgiu?

— Que susto, vadia!

— Cala a boca e vai pegar minhas malas — alguém avisa que ela não mora mais aqui! — porque já tou carregando muita coisa. — completa alisando o barrigão.

        Levanto do sofá pra abraçá-la pois apesar de ter me deixado surda. Estava com saudades dessa vadia. Belly e Max resolveram ficar um mês em lua de mel, apesar de terem dito que não iam ter uma por causa do restaurante recém inaugurado, acabaram optando por ir antes da bebê nascer e nunca mais terem a chance.

— Não sei por que você veio de mala e tudo pra cá se não mora mais aqui. — Provoco ainda abraçada a minha irmã. 

         Sei que ela veio pra cá por está quase tendo o bebê, claro a gente que vai cuidar delas nos primeiros dias do pós parto. Vou amar tê-la novamente aqui em casa. Mamãe vai ter menos tempo pra mim.

— Também estou feliz em te ver Telly... — apalpar minha bunda — Apesar de que me lembro de você um pouco mais visível.

      Vai começar o bullying!

— Como foi de viagem? — pergunto com um sorriso sacana, tentando mudar de assunto. De críticas e piadinhas já bastam do Ricky e da mamãe. Sei que emagreci ninguém precisa ficar me lembrando não.

      Nesse momento Max entra na sala resmungando com as mãos cheias de bolsas e pacotes de fraldas.

— Estou devolvendo sua irmã por defeito de fábrica. Ela incha com o tempo — brinca soltando sem delicadeza, tudo no chão.

— Nem pense nisso, não aceitamos devolução depois de usada.

— Eu ainda estou aqui. — interrompe a brincadeira fingindo está magoada. — Max assim você quebra as coisas da sua filha.

Operação: não Caso - (DEGUSTAÇÃO) Livro 2🎈🎉Where stories live. Discover now