Implorar

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Pov Daryl

Acordo xingando em alto e bom som. E sinceramente, não tem absolutamente nada a ver com a musica irritante que começa a tocar. Tem a ver com o fato de que sonhei com Brooklyn durante todo o tempo em que consegui dormir, e que estou completamente duro por isso. Implorar. Rá. Eu nunca imploraria por nada. Nem mesmo por aqueles lábios malditamente sedutores.

Sento atordoado e procuro pela garrafa de água. Antes que eu a alcance a musica para  e isso só pode significar que Brooklyn está aqui. Xingo novamente e tento focar em qualquer imagem broxante possível, mas o som da voz dela, baixo e gelado só me ferra um pouco mais. Logo depois a porta se abre e ela entra.

Postura ereta, olhar confiante, cabelos amarrados em um rabo de cavalo alto. Calça colada, regata vermelha. Meu olhar sobe e desce por seu corpo. Oculto minha situação da melhor maneira possível.

-Bom dia, gracinha- diz e me limito a grunhir.

-Levante-se- diz e cruza os braços.

-Não- respondo e ela franze a testa para mim-Não posso fazer isso agora.

-Não pode?- resmunga e eu solto o ar pela boca, completamente puto, quando seus olhos castanhos passam por meu corpo de forma analítica e ela parece entender. Um sorriso divertido brota em seus lábios - teve bons sonhos, caçador?

-Poderiam ser melhores- resmungo e ela sorri mais ainda.

-Imagino que sim. Vou tomar café, enquanto você resolve seu- ela para aperta os lábios segurando uma risada e então completa: - seu probleminha matinal.

Soco a parede, irritado com tudo o que está acontecendo. Ela volta cerca de uma hora depois e me dá um sanduiche embalado. Espera que eu termine de comer, me leva para o banheiro de sempre e espera que eu tome banho. Quando saio, ela e Dwight estão em uma discussão, ele exaltado e ela com aquela típica frieza cheia de descaso e poder.

-Ordens do Negan- diz Dwight e ela rola os olhos.

-Enfie as ordens do Negan no cu- resmunga de volta, mas depois dá de ombros- Não faça merda, D.

Ele trinca os dentes mas acena em concordância. A rainha do gelo me lança um olhar demorado e até mesmo meio culpado antes de ir embora.

(...)

Negan me faz de empregado. Poderia ser pior. O intuito da coisa toda é me humilhar, e isso me irrita como o inferno, mas eu faço o que tenho que fazer.  Uso cada mínimo pedaço de mim para ignorar as gozações de Negan e de Simon.

O dia se arrasta entre limpar o chão, os banheiros e mais um monte de merda, incluindo Simon virando um copo inteiro de refrigerante ou sei la o que só para que eu tenha que limpar tudo de novo.

Dwight me leva de volta para a cela, segurando a parte de trás do moletom e tudo o que eu quero e virar e quebrar seu pescoço com minhas próprias mãos.

É madrugada quando ouço um barulho suave no corredor e em seguida na porta. Levanto-me e observo com atenção, sem armas tudo o que posso usar em minha defesa é meu próprio corpo.

Quem entra é Brooklyn. Meu corpo relaxa, como se confiasse nela e eu xingo.

-Oi- diz e parece meio confusa sobre estar aqui. É a Brooklyn mais simples que já vi. Usa um short curto, uma regata solta e cabelos presos em um coque.  Talvez fosse dormir, não sei.

-Oi- respondo me sentando e desviando o olhar da luz da lanterna. – O que faz aqui?

-Não estava muito afim de dormir, e...- ela desvia o olhar e suspira. Um pedaço da armadura de gelo abandonada.- Acho que queria conversar com você.

The devil's wife Where stories live. Discover now