Capítulo 10

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Augusto

Acordo, olho para o teto. Vem aquela sensação costumeira de me perguntar onde eu estou, mas dessa vez a dúvida não passa. Olho em volta, as paredes são rosa claro a cama onde estou tem um cheiro bom e adocicado. Me levanto assustado e minha cabeça gira, droga acho que vou vomitar. Levanto correndo procurando um banheiro e acho uma porta no canto do quarto, só pode ser o banheiro, corro e entro, está vazio, chego na privada e começo a tossir, mas não sai nada, acho que é só enjoo mesmo, não sei. Sento no banheiro ao lado do vaso e acabo dormindo um pouco.

Acordo algum tempo depois, ainda estou no chão, o que eu bebi ontem? Escuto vozes lá fora.

- Nossa Helena larga de ser chata, porque não entende? Hoje é domingo, domingooo! Eu quero sair com minhas amigas para o cinema, a culpa não é minha se você trouxe esse bêbado que diz ser conhecido para dentro de casa, ele está há horas apagado, não vai levantar agora, entende?

- Mas se ele acordar passando mal... ok, sai e me deixa aqui mesmo sozinha! Vai saber se ele acorda mal e eu tenho que levar ele sozinha ao hospital, ou talvez ele seja louco e quando perceber que estou sozinha me ataque... apesar que ele mora no mesmo condomínio que eu... mas não conheço ele ao ponto de não desconfiar né.

- Para de drama Helena!

- Porque todo mundo diz que sou dramática?

- Hahaha, advinha só maninha, porque você é! - sua voz é bem irônica - vou ver como ele está.

Escuto passos vindo pela casa e entrando no quarto.

- Ah meu Deus, Helena ele sumiu. Caramba cadê ele?

Alguns passos de corrida pela casa depois.

- Como assim ele sumiu Ellen? Já olhou no banheiro?

- Nossa o banheiro, é mesmo, como sou idiota.

Uns passos se aproximam e vejo um rosto angelical lindo e jovem aparecer no canto da porta.

- Ei, oi, você acordou! Qual seu nome mesmo? - ela me olha no chão, parecendo se dar conta de onde estou - porque está no chão? Você caiu?

Não sei o que dizer a ela.

- Helena você lembra se o pai da sua aluna é mudo, tipo assim, ele consegue falar?

Começo a rir, de onde saiu essa menina, é uma Helena mais jovem deve ter uns quinze anos.

- Ei, ta rindo de mim palhaço? Não admito que zombem de mim. Você fica ai calado feito um besta, não é culpa minha.

Fecho a cara e paro de rir.

- Sim eu falo mocinha, me chamo Augusto, não estou zoando de você, só achei engraçado.

Ela me manda um sorrisinho debochado e some de vista.

- Tá vendo Helena? Ele está bem, está ate conseguindo rir de mim, posso ir para o cinema?

- Argh, ok, ok, mas você tem até as 22:00 para estar aqui.

- 23:00?

- 22:00!

- 22:30 então?

- Ok Ellen, 22:30 e não se fala mais nisso.

Escuto passos apressados saírem do quarto, um novo rosto surge no canto da porta. Não gosto de admitir isso, mas ela é linda, incrivelmente linda, com seus olhos azuis, sua pele de porcelana, os cabelos ondulados e castanhos que hoje estão presos em um rabo de cavalo. Seus olhos sempre tem aquele ar de mistério que eu amo observar, sua boca é rosada e convidativa, os peitos médios e a bunda, nossa bem redondinha e do tamanho ideal para seu corpo pequeno. Logo após pensar isso sinto culpa, lembro de Amanda, como posso já estar admirando outra mulher que ainda mora perto de mim, não posso pensar essas coisas, faz pouco tempo que ela foi embora.

Uma pestinha me trouxe o amor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora