Capítulo 14

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Hey, como estão? Fiquei assutada pois o número de comentários dos últimos capítulos caíram muito, o que está acontecendo? Não deixem de votar e comentar por favor.

Aproveitem o capítulo 😘

***

Louis ficou em pé, no meio de seu quarto desconhecido, procurando alguma coisa – qualquer coisa – que pertencesse a Harry. Não havia sinal algum dele. Nenhuma pilha de livros ou revistas em sua mesa de cabeceira. Ele gostava de livros sanguinários (os dois gostavam), histórias de guerra e revistas de negócios.

Nenhuma pilha cilíndrica de moedas que ele levava nos bolsos das calças, todos os dias. Nenhuma gravata pendurada na maçaneta da porta. Nenhum tênis sujo gigante. Nenhuma meia ou camiseta solitária amassada.

Ambos eram bagunceiros. As roupas ficavam normalmente emboladas juntas, no chão, em abraços exagerados. Às vezes, convidavam pessoas para visitá-los propositadamente, como um motivo para arrumarem tudo, que nem malucos, antes que as visitas chegassem.

Mas o carpete (castanho-escuro; ele não tinha qualquer lembrança de tê-lo escolhido) estava imaculado, recém-aspirado. Ele foi até o guarda-roupa (eles o haviam encontrado tombado, do lado de fora da casa de alguém, para que fosse retirado pelo caminhão da prefeitura; era outono, como agora, e eles tiraram uma camada de folhas marrons, revelando um padrão de mogno trabalhado). Estava cheio de pesados cabides de madeira com roupas bonitas que presumivelmente pertenciam a Louis. Embora ele tivesse uma sensação de prazer ao sentir os tecidos brilhosos, enquanto passava os cabides, ansiava por apenas uma das camisas de Harry. Até mesmo uma tediosa camisa branca de trabalho. Enrolaria as mangas ao seu redor, como os braços dele. Mergulharia o nariz no colarinho.

Conforme fechou o armário e olhou ao redor do quarto, ele percebeu que estava com um cheiro e uma aparência que não lembava nem um pouco Harry. Sobre a cama havia uma colcha branca e uma fileira de pequenas almofadas azuis brilhantes.

Louis achou que a cama parecia absolutamente linda (na verdade, era a cama de seus sonhos), mas Harry teria falado que toda essa beleza o deixaria instantaneamente brocha, então, tudo bem, se era o que ele queria, mas Harry já estava avisando. Havia uma gravura de Margaret Olley, de um jarro de flores, pendurada acima da cama, algo que Louis sabia que faria Harry se retrair, como se tivesse sido acometido por um ataque de náusea. A penteadeira tinha uma série de vidros de cores diferentes ("Qual é exatamente o sentido disso?", Harry teria perguntado) e um vaso de cristal com um imenso buquê de rosas. Esse era o quarto que ele teria criado para si mesmo, se estivesse morando sozinho. Ele sempre quisera colecionar garrafas de vidro bonitas, mas achava que jamais o faria.

Exceto pelas rosas. Ele se lembrou de que aquela exata imagem das rosas surgira em sua mente quando ele estava na ambulância no dia anterior. Foi até a penteadeira e as estudou. Quem lhe havia dado? E por que estavam em seu quarto se ele detestava esse tipo de buquê?

Havia um pequeno cartão ao lado do vaso. Harry? Seria Harry querendo-o de volta, esquecendo que ele não gostava de rosas? Harry querendo afirmar algo, ao mandar rosas, sabendo que ele detestaria?

Ele pegou o cartão e leu: Querido Louis, espero que possamos fazer aquilo novamente, um dia – da próxima vez, no sol? Ian.

Oh, Deus, ele estava namorando.

Ele despencou sentado na cama, segurando o cartão no meio dos dedos incrédulos.

Namorar deveria ser algo de seu passado, não de seu futuro. De qualquer forma, ele nunca gostara disso. A sensação constrangedora de estar sentado no carro com alguém, pela primeira vez; a possibilidade aterrorizante de ter comida nos dentes; a súbita sensação de tédio exaustivo, quando você percebia que era sua vez de levantar o próximo assunto na conversa. Então, o que você gosta de fazer durante os fins de semana?

Memories - L.S (Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora