Capítulo VIII

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  - Uau... É tão estranho estar aqui sem a tarefa de entregar O Livro... - Andrea pensou alto assim que entrou na mansão.

  - Vamos lá, Andy, diga para nós o que Emily te dizia quando você tinha que trazer O Livro? - Caroline disse animada.

  - Andrea, não fale com ninguém! Andrea, não toque em nada! Andrea, não pise no chão! Andrea, não respire! Andrea, seja invisível! Oh, eu amo o meu trabalho! - Cassidy imitou Emily e as três riram, Andy mais contida. 

  - Bem... Isso foi bastante maldoso, mas um pouquinho de verdade sim... - Ela assumiu e as meninas riram mais. - Mas não é culpa dela... Miranda, realmente, é bastante exigente e reservada, por isso a gente fica um pouco louco assim.

  - Ah, não! Eu entendo que mãe seja bastante odiosa com vocês, mas Emily sempre parece que está prestes a ter uma crise nervosa. - Isso fez Andy lembrar que uma vez a ruiva de fato quase teve uma crise. Era uma quarta-feira a noite e ela estava esperando O Livro, quando de repente, Emily entrou correndo com um copo enorme com um líquido de cor vibrante na mão.

  - Ems, eu pensei que você já estivesse em casa! 

  - Eu estava, Andrea, mas esqueci o celular aqui! Inferno! Onde eu o deixei?  - A ruiva procurava freneticamente em sua mesa.

  - Por que não liga pra ele? - Andy perguntou já pegando o telefone.

  - Está tocando! - Ela começou a procurar o som ainda abaixada. - Achei! -Ela levantou rápido, pegou o seu grande copo e foi em direção à saída praticamente correndo. - Obrigada, And... 

  - EMILY! 

  - Oh! - A ruiva estava prestes a deixar a área das assistentes, quando foi de encontro ao corpo que vinha em sua direção derrubando todo o conteúdo do copo na mulher em sua frente. Quando a ruiva olhou para saber de quem se tratava, seus olhos arregalaram-se e ela ficou paralisada, como se a mulher tivesse lhe transformado em pedra. 

  - Parece que derrubar essa... Coisa em mim não foi o suficiente, você tinha que criar raízes na minha frente também. - Miranda disse assustadoramente baixo, encarando a ruiva como se fosse arrancar a sua cabeça com as próprias mãos, ali mesmo, na frente de Andy. 

  - Eu... Eu... Eu... Eu... - Emily não sabia o que falar, queria chorar, gritar, correr, fugir, morrer, tudo ao mesmo tempo. Miranda apenas revirou os olhos e passou pela ruiva esbarrando em um de seus ombros e indo em direção à própria sala. 

  - An-dre-ah, traga O Livro e uma blusa, já que a sua colega de trabalho, que já deveria estar no closet, está em estado catatônico e parece que é algo permanente. - Andrea saltou de seu espanto e foi até closet levando a ruiva com ela.

  - O que ela está fazendo aqui? Eu derrubei bebida nela! Eu estou demitida! Eu estou demitida! Eu... Eu... Eu... Eu estou demitida! Não vou para Paris! Não vou conseguir mais nenhum emprego, pelo menos não nessa vida! Eu... - Nesse momento, Emily estava vermelha, parecia que não estava respirando.

  - Ems, Ems, calma! - Andy segurou os braços dela. - Se ela fosse te demitir, você não estaria aqui agora, isso eu te garanto. Agora, por favor, respira fundo! Vamos, comigo... Inspira... Expira... Isso... Devagar... - Aos poucos, Emily foi se acalmando, mas ainda estava muito preocupada. - Agora fica ai, que eu vou levar o que ela pediu, tá bem? Eu já volto! Não saia daqui. - Foi o que Andy disse antes de verificar se O Livro já estava pronto e para sua alegria, já estava.

  - Aqui está. - A morena disse ao entrar na sala da editora com O Livro e uma blusa muito parecida com a que ela ainda estava usando. 

  Assim que Andy deixou tudo em cima da mesa, ela ficou observando a mulher e esperando novas ordens, mas elas não vieram. Ao invés disso, um silêncio desconfortável preencheu a sala, enquanto ela aproveitava para apreciar cada detalhe, cada expressão do rosto da mulher mais velha. Ela era tão bonita, que a morena estava certa de que poderia ficar ali olhando para sempre.

Guerra é GuerraWo Geschichten leben. Entdecke jetzt