Cativa no inverno - Camren G!P - AOB [#wattys2019]

Capítulo 2 - Medo

Espero que gostem ✌

******

Camila tirou o cinto de segurança e saiu correndo do carro, deixando sua porta aberta. O ar frio a cercou no momento em que ela deixou o conforto do veículo. Arrepios quebraram sobre sua pele, fazendo-a estremecer.

A mulher estava a cerca de nove metros de seu carro, deitada de costas e com os olhos fechados. Ela olhou para o pára-choques, mas não viu quaisquer entalhes ou sangue. Camila franziu a testa, olhando para o corpo da mulher.

– Senhora? Senhora? Senhora, você está bem? – Medo fez sua voz tremer.

Nada. A mulher não se moveu, contraiu-se ou piscou.

Merda, até onde ela podia ver, a moça nem sequer parecia estar respirando.

Levou-lhe um momento encarando-a para perceber que os membros da mulher estavam começando a se contorcer.

Estalos e ruídos soavam, como se seus ossos estivessem quebrando. Os olhos de Camila se arregalaram.

Ela olhou, boquiaberta, enquanto a mulher se contorcia e pêlos brotavam.

Puta merda! Mas que-?

Sim, era oficial; ela tinha visto filmes de terror demais. Porque não havia nenhuma maneira que esta mulher estivesse realmente mudando diante de seus olhos.

O rosto dela estava se alongando. Descrença a manteve no lugar olhando para a moça, em choque completo.

Talvez a moça tivesse tomado ácido demais e se esqueceu?

A mandíbula e nariz dela tomaram a forma de um focinho, e sua boca se abriu para mostrar caninos de Yorkshire do tamanho da xícara de chá de Dinah.

Já não se importando se a mulher estava ferida ou não, Camila virou-se e correu de volta para seu carro. Porem, um forte e penetrante rosnado a fez parar como uma idiota.

Ela olhou para o interior do veículo. Outra das grandes criaturas peludas, que se pareciam muito um lobo com esteroides, estava dentro de seu carro.
Como diabos essa coisa chegou ai?

Ela ficou boquiaberta quando voltou o olhar para a besta se transformando no chão. O tempo parou. Ela engoliu em seco e observou o animal estendido.

Seu bom senso gritou: Corra!

Agarrando a longa saia de seu vestido e amaldiçoando-se por estar usando chinelos em vez de seus tênis habituais para dirigir, ela correu para a densa floresta fria. Dois uivos altos perfuraram o silêncio mortal atrás dela. Os pêlos em seus braços se arrepiaram, implorando para ela se mover mais rápido.

Camila odiava o fato de estar usando um vestido, sem shorts sob ele.

Calor espalhou-se com cada esfregar de suas coxas, tornando-se desconfortável para ela correr. Muito em breve elas estariam em atrito.

Caramba! Ela deveria ter perdido algum peso.

Foda-se; ela deveria ter tomado o maldito vôo que Dinah ofereceu para ela. Se tivesse aceitado, ela não estaria correndo nessa maldita floresta, com lobisomens em seu encalço, em um vestido branco horrível e chinelos.

Um riso histérico borbulhou dentro dela. Dizer que ela estava com problemas era o eufemismo do século. Respirações correram para fora dela, e momentos depois ela sentiu cãibras em seus pés.

Claramente, ela conseguiria ser espancada até a morte porque estava fora de forma.

Quem manda ser sedentária?!

Com cada passada, ela fazia promessas a todos os deuses que já tinha ouvido falar. Prometendo que, se saísse viva, ela viveria melhor, faria exercício, teria uma alimentação saudável, e pararia de comer chocolate. E banana. Pera, a banana agente negoceia, posso comer 3 por semana.

Dois rosnados altos soaram de cada lado dela. Camila parou de repente em seu caminho.

Era inútil continuar. Seus pulmões queriam explodir em seu peito.

Ela olhou ao redor, entre as árvores em sua volta, observando os arbustos escuros com grandes troncos e folhas grossas.

Onde diabos ela estava?

Feixes de luz filtravam através das pequenas aberturas entre os ramos. A falta da luz do sol fez a hora assemelhar-se à noite em vez de tarde. Adrenalina manteve a temperatura do seu corpo quente, e parou de sentir muito frio com o vestido de alças finas.

Folhas trituraram a sua esquerda, e ela sacudiu a cabeça na direção do barulho. Um dos grandes lobos ferozes apareceu de trás de uma árvore.

Ele era tão grande que ela não conseguia parar de olhar. Ramos estalaram a sua direita. O som a fez voltar-se para ver o outro animal lá em pé. Como uma espectadora em um jogo de ping-pong, sua cabeça ia para frente e para trás entre as duas criaturas.

– Uh, cachorrinhos legais? – Camila perguntou dando um sorriso nervoso.

Sangue trovejava em seus ouvidos.

Pavor espalhava através dela, o que tornava difícil pensar claramente. Sua temperatura descia para o Pólo Sul, onde o frio penetrava em seus poros, balançando-a até sua profundeza.

Camila deu um pequeno passo. Ambos os animais se aproximaram dela.

Seu peito subia e descia com cada silvo de ar de seus pulmões.

Ossos estalaram, primeiro de um, em seguida do outro lobo. Alguns momentos depois, havia uma mulher e um homem de boa aparência e muito pelados em pé à sua frente. Camila olhou para cada uma de suas virilhas.

Cacete! Que gostosos!

Oque?! Não me julguem, sou bissexual, e.. Ah deixa pra lá, voltem a atenção a história.

– Olha... uh, vocês dois fiquem ai. Eu estou avisando. Eu sei... uh... eu sei caratê e outras coisas de autodefesa.

Seu olhar se desviou da virilha da mulher, para o do homem. Era definitivo; ela estava indo para o inferno.

– Você precisa vir conosco. – O cara quente e bem-dotado disse, com um sério franzir de testa.

– Você está brincando comigo? Eu já vi todos os filmes de terror conhecido pelo homem. Certamente vocês não se parecem com os deformados com costumes canibais incestuosos. Todo mundo sempre morre nesses filmes, e eu não vou ser a primeira na vida real. De nenhum maldito jeito.

A gost..garota de olhos azuis deu um sorriso, que mostrou uma covinha.

Ai meus nervos.

Criaturas incestuosas não deveriam ser todas feias e coisas assim?

– Lauren quer ver você. – Covinhas sorriu. – Meu nome é Perrie, e esse é o meu irmão, Guilherme. Não se preocupe, nós não vamos fazer mal a você. – ela piscou para Camila.

– Oh, bem isso me faz sentir bem melhor. – Camila rolou seus olhos, ironizando. – Sério? Vocês não vão me fazer mal? O bandido sempre diz isso.

Serazi que eles não assistiam filmes de terror?

Camila tinha visto o suficiente para saber que não deveria ir com o cara ou a moça mau.

– Vamos lá, apenas encontre Lauren, e você poderá dizer-lhe como acha que somos parte de um culto da floresta que está levando-a para ser comida no jantar. – Sarcasmo pingava da voz de Guilherme.

Camila ergueu o queixo e olhou para ele. Se eles estavam indo para matá-la de qualquer maneira, por que ter medo? Essa garota Lauren- quem quer que seja - iria receber uma bronca dela.

Bem, se eles não planejavam matá-la, então ela ia precisar de um vestido novo, um chuveiro, e um pouco de maldito chocolate prontamente.
Com bananas.

******

Eai o que estão achando?