Capítulo 2 Desafio

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JULIET FRANZIU AS SOBRANCELHAS em busca de um pretendente solteiro ou viúvo que fosse rei de algum país importante, pois decerto seu pai só pensaria em fazer acordo com alguém que pudesse beneficiá-lo muito. Não se lembrava de ninguém em particular agora, a não ser que fosse aquele velho.

— Se o rei Edmundo acha que colocará as mãos em cima de mim, está muito enganado! — Irrompeu Juliet em meio a sua fúria. — Eu o mato na lua de mel!

— Você está noiva do rei Edmundo? — Perguntou chocada Lúcia, seus olhos âmbar abertos como pratos.

Passos apressados ressoavam sob o caminho atrás delas, interrompendo qualquer praga que Juliet pensava em dizer a Lúcia, sobre aquele velho assanhado, que julgava ser Vossa Majestade Edmundo. Maria Solar apareceu diante das princesas com o lábio franzido, vestido preto básico em decote quadrado, e na sua mão estava a enorme agenda pessoal da princesa Juliet.

— Alteza. O rei solicita sua presença no salão. Imediatamente.

Juliet subiu o olhar até encontrar com os olhos frios e profissionais de sua secretária pessoal. Ela não iria perder o controle agora. Não podia. Do outro lado do salão, estava uma multidão só esperando um único erro seu.

— Estou indo — murmurou.

Os dedos de Juliet estavam gelados, porém firmes, quando cruzaram na frente de seu corpo de modo habitual. Seu rosto estava quase sem cor, devido à notícia que Lúcia tinha dado, e os olhos estavam escuros. Escuros, jovens e assustados. Maria pensou que nunca tinha visto a princesa assustada antes. Em todo o tempo que trabalhava com ela. Jamais.

— Está tudo bem por aqui, alteza? — Maria perguntou varrendo os olhos além das duas meninas no jardim, em busca de possíveis ameaças. Confirmando que não havia nenhum perigo real ali, Maria tornou a perguntar: — Sente-se bem?

— Sim. Vamos.

Sem dizer nada mais, passou por ela sem se despedir de Lúcia, que tinha permanecido parada, feito uma das estátuas e esculturas do jardim. Maria tentou correr sob os seus saltos grossos e altos atrás dela, mas não obteve muito sucesso, mesmo que Juliet também estivesse calçando um salto alto, fino e bem maior que seus quase dez centímetros.

Juliet atravessou o salão, pegou uma bebida qualquer de um garçom e bebeu sem se importar que tipo de bebida fosse aquela. Era champanhe e desceu borbulhando.

O rei avistou a princesa lá de cima do palco, ela por sua vez ergueu a taça em guisa de brinde. O olhar reprovador dele em sua direção era notório. Ele se ergueu do trono e começou o que Juliet esperava ser o discurso de agradecimento.

Durante dez longos e sofridos minutos, Juliet viu a multidão se manter em silêncio sob o peso das palavras do rei. Aparentemente todos ali acreditavam em suas palavras gentis, elogios e cumprimentos a outro membro da família real.

— E agora, para iniciarmos o baile de Primavera, convido a minha filha, princesa Juliet Genevieve Brandan, a dançar a primeira música, com o nosso tão estimado príncipe Regente de Althea, Liam III.

Ela olhou ao redor a procura de seu parceiro, conforme se adiantava até o meio do salão, o brilho das joias e o cintilar dos cristais ofuscaram a sua visão embaçada pela raiva. Havia um cheiro no ar ali que só podia ser descrito como elite. Não precisou procurar muito, contudo, o príncipe muíço se postou diante dela fazendo uma profunda reverência, em todo esplendor de seus quase dois metros de altura.

Assim que a orquestra começou a tocar uma valsa, o príncipe colocou a mão dela sobre o seu ombro, ao mesmo tempo em que depositava uma mão sob a sua cintura. Juliet acompanhou-lhe os passos com naturalidade. Adorava dançar, mas preferia fazê-lo quando não estava fervilhando de raiva.

O designo de JulietWhere stories live. Discover now