Scared Of Happy ( Intersexual )

Dois

Quarto mês.

Camila dormia feito pedra de barriga pra cima e totalmente descoberta para o meu desespero.

Nenhuma malícia.

Em partes.

Camila estava com extremo calor nesses últimos dias, enquanto eu me agasalhava ao seu lado, ela estava somente de roupas íntimas e ainda reclamando de calor.

Grávidas.

Havia começado a ler um livro que falava justamente sobre essa loucura hormonal, e descobri que era normal. Mais estranho ainda era os desejos de Camila, imaginam uma pessoa comendo Nutella com tomate? Então, Camila come essa mistura consecutivamente há duas semanas.
E as dores? Oh sim, Camila estava reclamando também. A contar por todas as vezes que eu chegava do trabalho e ela estava simplesmente deitada me esperando para massagea-la. O que eu fazia com muito gosto e no final....Bom, a melhor parte era o final.
E por falar em sexo, eu estava literalmente acabada, digo, normalmente transavamos todos os dias, e isso agora se duplicava  com Camila grávida.

Acordavamos de madrugada pra transar.

E eu não reclamava, muito pelo contrário. Inclusive tiveram dias que eu quem á acordava.

Sorri internamente ao lembrar da noite que tivemos.

Segurei a bandeja entre os dedos e ouvi Camila resmungar quando viu a luz da grande janela se abrir.

- Que desgraça.

Reclamou e eu engoli em seco.

- Desculpa amor, mas está na hora de se alimentar...- Falei raceosa e ela piscou os olhos relaxando ao me ver.

Ganhei um sorriso lindo e preguiçoso.

- Bom dia amor da minha vida.- Disse e eu sorri.

- Bom dia amor.- Beijei sua barriga carinhosamente.- Trouxe sua vitamina.

Camila me puxou para um abraço e eu ri baixinho.

- Eu te amo sabia?- Falou com voz de bebê me agarrando ainda mais.- Hoje vamos ver nosso bebê finalmente em 3D.

Ela sorriu largo e beijou minha testa.

Eu estava realmente ansiosa, na verdade por dois motivos.

Provavelmente iríamos ver o sexo do bebê hoje, nas últimas consultas dava apenas para ver o pequeno corpo se formando. Mas a doutora disse com mais clareza poderíamos ver no início do quinto mês, e bom, agendou nossa consulta para hoje á tarde.

E isso estava me deixando louca.

Saber se ele estava se desenvolvendo bem.

Saber o sexo.

Ver o rostinho.

Eu estava surtando.

Apertei Camila em meu abraço e ela riu baixinho mordendo a maçã.

- Fica calma amor.

- Não consigo.

Confessei e ela riu baixinho.

- Está igual a mamãe.

- Estou pior.

- Literalmente.

Me levantei aflita.

- Temos que comprar fraldas.

- Lo, ainda não tá na hora...

- Amor, está sim.

Falei e ela gargalhou.

- Okay.