Capítulo 4 - O Primeiro Bilhete

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Pensando bem, todo primeiro encontro não é aquele que marcamos com alguém em determinado lugar, todavia é o que no meio do nada, faces se cruzam e olhos entrelaçam quase em perfeita harmonia, despertando em dois corações um entrosamento que pode gerar um amor condicional. E quase em todos estes encontros improvisados são pré-encontros para estabelecer um romance contínuo, uma paixão intensa e até um amor sólido em busca do amor incondicional. Neste denominado pré-encontro imprevisto e inesperado é que ocorrem os improvisos e, em muitas vezes o amor...


Ao entrar naquele restaurante, João visualizava o local como o mesmo que em outras vezes já havia almoçado... Não como nas outras vezes, as quais ele se alimentava bem. Neste dia, se completava sete meses sem a sua amada.

Por volta, das 13h30min da tarde, ele toma aposento na cadeira de madeira, faz um breve agradecimento no seu espírito pela alimentação e, ao pegar o garfo e a faca, ambos bem areadas, e no brilho espelhado dos talheres, ele ver um vulto como se alguém se aproximasse da mesa, o qual estava assentado só. Quando ele levanta a cabeça, um pouco a sua direita, uma bela atendente, de olhos castanhos claros, cabelos cacheados não muito compridos e com uma voz doce e lenta, lhe diz:

_ Deseja alguma bebida?

_ Sim. Uma 'lata' de refrigerante de 'guaraná'. Por favor. - A resposta de João foi meio trêmula, por causa da impressionante jovem, que ele nunca havia visto naquele restaurante.

A jovem volta, e traz consigo a bebida e um copo de gelo com limão, a seguir, ao colocá-los, na mesa, ela se encosta, com um dos seus braços num braço de João, nisto ele deixa de olhar para a mesa e fitam-se os olhos no rosto dela, quando ela iria escrever na "comanda" (a refrigerante solicitada), alguém a chama para ela pesar a refeição de clientes, porque era "service-serfice". Nisto, ela deixa a comanda e a caneta sobre a mesa... Além de ser bela e meiga, João percebeu nela uma simplicidade diferenciada de uma menina urbana.

A presença daquela atraente 'menina' aos olhos de João naquele restaurante deixava uma impressão surpreendente. No entanto, Ele comia a comida com mais apetite, porém com mais lentidão pra mastigá-la. O jovem João disfarçava, assistindo uma televisão do seu lado, esquerdo, mas às vezes olhava de relance àquela garota com seu jeito delicado de atender. E, quase sempre ao olhar à meiga criatura, estava em evidência que ela buscava-o também com seus olhos...

Ao terminar a refeição, João um pouco surpreso com o que estava sentindo naquele instante, também se sentia grato pelo atendimento caprichado daquela moça inesperada, foi aí, que veio em sua mente a imprevista idéia de escrever algo, já que, a moça havia esquecido uma caneta ali sem nenhum propósito... Mas, aonde ele escreveria? Para todo imprevisto há o improviso!

Ele pensou se tinha algum papel em sua 'carteira'. E nada. Ao olhar ao seu redor, ou melhor, bem na sua frente "um porta-guardanapo" e com guardanapos... A idéia improvisada era apropriada no exato momento. E, ele não pensou duas vezes, e escreveu naquele fino papel chamado de 'seda':

Oi,

Pra você ser melhor ainda,

Só faltou: dar-me comida na boca.

João Carlos

A nova atendente levou sua mão direita ao seu bolso em busca da caneta. Percebeu João à falta da caneta, exclamou à distância:

_ Esqueceu aqui, Polly Anne! – Ela arregalou os olhos, aproximando-se dele, pensou dentro de si "quem disse meu nome a ele"? Após, a bela atendente ficou defronte a João:

_ Quem lhe falou meu nome?

_ Ninguém. Eu ouvir te chamarem "Polly Anne"...

_ Mas não é Polly Anne. É Polly Anna!

_ Ah... – disse o João e acrescentou – "Ainda bem!".

"Polly Anna", ele repetiu no seu pensamento para nunca mais esquecer, se acaso não a visse mais. E os dois se despediram, antes que alguém notasse o pré-encontro de olhares correspondidos, e de um sutil bilhete deixado sobre uma mesa para uma garota em pleno ambiente de serviço.

Junto com a comanda ela pegou o bilhete, a qual João já havia embrulhado em uma proporção menor e, como se conferindo a descriminação na comanda, Polly Anna devolveu-a apenas, e disfarçadamente colocou o pequeno papel de guardanapo na palma de sua mão direita e fechou-se a propósito... A propósito ela, só não sabia que dentro daquele papel conheceria o nome de alguém que se tornaria permanente por toda sua vida. 

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⏰ Last updated: Apr 19 ⏰

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O PROPÓSITO DO AMOR (2007-)Where stories live. Discover now