# 16 em leitor - ranking em 14/05/18
Eloise encontrou em um livro o príncipe da sua vida. O que ela não imaginava é que a vida lhe daria uma chance de estar frente a frente com ele para conquistá-lo. Agora ela tem que decidir se quer viver a sua p...
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Eloise estava confusa, sabia que jamais encontraria um príncipe assim em seu mundo, mas valeria a pena viver um faz de conta e esquecer a vida real?
- Essas palavras são realmente emocionantes, mas como você pode ter tanta certeza se me conheceu há algumas horas?
Ela sabia que estava sendo dura com ele, mas se fosse permitido realizar uma escolha, entre ficar no desconhecido ou voltar para a sua vida, precisava racionalizar, afinal, o que realmente Raphaël poderia oferecer?
- Eloise, assim que te vi algo despertou dentro de mim. Estou cansado de viver na fanfarrice, quero encontrar uma esposa, companheira, cúmplice e que goste de política, porque será a rainha da Espanha. Você me transmitiu a certeza de uma mulher digna da coroa, além disso, estou encantando com você.
Ele era maravilhoso. Encantador, como havia imaginado. E então, como se era de esperar, ela estava perdida. Por que simplesmente o destino não facilitava as coisas? Raphaël poderia sair do livro, encontrá-la na saída da faculdade para tomarem um sorvete; ou ainda, sua família entraria no livro, aplaudindo seu casamento na Espanha.
Será que a vida estava lhe pregando uma peça? Assim que fizesse sua escolha, tudo voltaria ao normal? Ou estaria tendo uma chance de ficar para sempre com o homem de sua vida?
Lembrou-se saudosamente de seus pais, ela era fruto deles. O primeiro choro, a primeira palavra, os tropeços ao tentar andar, o joelho ralado no tombo de bicicleta, os conselhos, os beijos e abraços de afeto. Cuidavam dela como um cristal, e deviam, naquele momento, estar preocupados. Imagens dos amigos, cada um com suas qualidades e defeitos, foram essenciais em todos os momentos da sua vida. Como era bom estudar, pensou ela, escolher livremente uma profissão e trabalhar. Em 1689, mulheres não tinham voz.
Lágrimas mais uma vez ameaçaram cair quando se lembrou que todas as pessoas de seu mundo real eram inigualáveis.
- Desculpe, Raphaël, mas eu não posso... – Disse ela, agora limpando as lágrimas insistentes. – Você é um homem incrível, nossa! Nem acredito que tive a oportunidade de te conhecer. Se você pertencesse ao meu mundo, com certeza eu já estava casada com você.
Sem entender, ele tentou argumentar:
- Você não está apaixonada? Eu estou apaixonado e posso enfrentar tudo para ficar com você. Somos diferentes, eu sei disso, mas não me importo mais. Há uma magia em você que está me enlouquecendo.
Que tortura, era o momento mais difícil da vida dela. Depois de tudo isso, como faria para esquecê-lo? Dizem que o tempo cura...
- Raphaël, estou apaixonada por você faz tempo, mas, infelizmente, isso não é o suficiente. Uma paixão construída há pouco tempo, não nos conhecemos profundamente. É um passo enorme diante de tudo que deixaria para trás. Pense também como sua família me receberia, quantos problemas teríamos que enfrentar. Nossa paixão resistiria?
Ele balançava a cabeça, estupefato pelas palavras de Eloise, o coração totalmente despedaçado pelo fato de a razão dela estar falando mais alto que o coração. Ela temia o futuro porque seu passado era doce e forte, por isso, a aventura do inesperado era arriscada.
- Você sempre será especial para mim, Raphaël. Não posso ficar com você nesse momento... se pudesse te levaria para minha casa. Mas, chegou a hora de partir. – Mais lágrimas molhavam o vestido dela. Como era difícil se afastar dele. – Desculpe, não consigo deixar tudo para trás. Caso nós não nos encontremos mais, tenho certeza que o destino se encarregará de cicatrizar nossas feridas. Merecemos ser felizes. Adeus!
De repente, tudo girou. Em um passo de mágica ela estava em seu quarto novamente. De tão rápido, seu retorno foi quase imperceptível, mas sentia a cabeça girando e o corpo mole. Olhou-se de cima a baixo verificando se estava inteira. E, então, sentiu a única coisa que havia trazido de sua viagem: o perfume de seu príncipe estava impregnado em seu corpo, como uma tatuagem invisível que custaria em abandonar a sua pele.
