Sentimentos expostos em uma tarde

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Após momentos tão intensos e talvez um pouco desagradáveis, o dia amanheceu. A noite passada foi mais que suficiente para deixar um aperto no coração de Max e a culpa na consciência de Chloe. Rachel dormiu em sua barraca com Nathan, pensou por muito tempo sobre todas as coisas, e com seu último suspiro, por fim convencida de que teria feito algo que traria problemas, finalmente fechou seus olhos. As outras garotas dormiram no quarto, Chloe no colchão e Caufield na cama encolhida ao lado de Marsh. A geek se recusou a dirigir uma palavra ou olhar para Price. Seus pensamentos consistem em se perguntar como isso estava acontecendo. Como poderia estar gostando de uma garota? Nem mesmo seus sonhos mais loucos previam algo assim, tão diferente, tão mágico e terrivelmente doloroso ao mesmo tempo.

O sol brilhou deixando-se transparecer pela janela entreaberta, Max abriu seus olhos ainda pesados tendo a visão embaçada. Todos já haviam acordado, só restava ela se esticando lentamente, tentando não conceder o desejo de voltar a dormir. Tocou seus pés no chão gélido caminhando até a cozinha, onde Chloe, Kate e Rachel tomavam café.

— Bom dia, dona preguiça! — disse Chloe com uma certa animação em sua voz.

— Sente-se conosco, Max. — Kate pediu enquanto sorria de lado.

Maxine ignorou todas as falas e apenas se juntou a elas. Fez questão de conversar com todas, menos com a punk. Ainda não havia esquecido o feito na noite passada, e era essa a razão de estar divagando enquanto bebia seu café.

Chloe direcionou seus olhares para Caulfield, porém nenhum deles foi correspondido. Só isso bastou para deixar Price triste, arrependida. Infelizmente nada que fizesse poderia mudar a situação, mas sempre há um desfecho para qualquer estória, mesmo que seja ele triste.

Em meio a alguns cochichos, Nathan Prescott adentrou a cozinha. Após receber atenção de todas, fixou seus olhos em Rachel.

— Vou sair, volto até anoitecer — anunciou com a maior naturalidade.

— Vai simplesmente sair assim, para onde? — questionou Amber levemente irritada.

— Não se preocupe, estressadinha.

Nenhuma explicação foi dada, ele apenas deixou o ambiente se dirigindo até sua caminhonete. Rachel revirou os olhos em rejeição e voltou para seu café. Prescott acelerou sumindo na pista. 

******

A manhã estava quase terminando, Max havia ajudado Joyce na louça, enquanto as outras garotas conversavam lá fora. Até mesmo Kate parecia mais inclusa comparada a Caulfield.

O vento soprava sereno ao lado de fora, fazendo algumas folhas pairarem pelo ar até irem de encontro ao chão. Amber e Price fumavam um cigarro, assim como faziam no passado.

— Você e Max estão num climão… — disse a garota pausando as palavras.

— É, estamos. O que é uma merda, por sinal — confessou a punk, olhando para o chão de forma abalada.


— Eu acho que te devo desculpas, aquele maldito jogo só causou problemas — lamentou Rachel.

— Eu vou te perdoar por não estar disposta a ter mais um desentendimento, mas você não deveria ter feito… — Price procurava as palavras, meio perdida. — Quer dizer, o seu namorado é escroto pra caralho.

— Foi tão ruim assim? Lembro que costumava gostar tanto… — provocou Amber.

Silêncio. Chloe não iria confessar e muito menos negar nada. Apesar de qualquer coisa, ainda guardava um certo carinho ou uma “fraqueza” por Rachel. Até Maxine chegar, a mesma pensava nunca mais se sentir dessa forma com outra pessoa. O tempo sempre nos prova o contrário.

Leaving With Our HappinessWhere stories live. Discover now