Remetente: Primavera, Destinatário: Inverno

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Que mensagem linda, de despedida sua, Joe...

É incrível como você sabe me deixar com um bico horrível na cara.

Às vezes você me magoa porém mal pode perceber, e quer saber? Eu prefiro não dizer o quanto isso pode doer.

Mesmo que no fundo eu queira bastante que você perceba, às vezes você é um tapado.

Mas tudo bem, Joe. Tudo bem mesmo, porque eu sei que não faz de propósito e sei que faço isso com você também.

E eu também detesto o fato de não te ter todos os dias.

De querer e não poder.

O Patrick passou aqui, bateu na porta e entrou sorrateiramente com flores.

Joe, por favor não ache patético. Não o odeie, não me odeie.

E nem pense em largar essa carta! Continue lendo mesmo que não suporte me ver escrevendo sobre outro homem...

E então ele se sentou no sofá e disse que estava disposto a lutar por mim, fazendo juras de amor e declarações bastante emocionantes.

Ele poderia inflar meu ego de tanta bajulação.

Quando ele tocou no meu queixo, eu só pensei em você. Em como iria odiar isso e em como eu era um ser horrível se acaso tocasse meus lábios com os dele.

Porque minha boca, é sua.

Me diga Joe, se importaria se eu seguisse em frente?

Se eu escolhesse não insistir mais em fazer o destino juntar a nós dois, e aceitasse os fatos, finalmente mudando minhas rotas num novo amor?

Se importaria?

Eu tenho dúvidas.

Por horas eu mal posso te entender, fico pensando se você realmente ficaria abalado se eu arriscasse não amar só você, mas outra pessoa também...

E eu me sinto tão culpada, por apenas me imaginar com ele.

Quando aquela boca se aproximou eu entrei num pânico horrendo e o empurrei. Mesmo que minha sã consciência dissesse a mim que eu poderia estar perdendo uma oportunidade única de ser feliz no amor também, eu desejei distância dele.

Porque qualquer coisa que eu fizesse iria ser pensando em você;

Desejando você;

Querendo você;

E ali, não era você.

Era só mais um dia sem você.

Da Primavera ao InvernoWhere stories live. Discover now