Caso: 14

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---Puta que pariu! -Taemin sussurou de forma rápida e colocou a mão no peito- Não brota assim, não... Gente...

---Ta perseguindo a gente?! -indaguei furioso- Será que eu vou ter mesmo que reportar a polícia?!

---Agora é crime ir ao banco, também? -ele colocou a mão na cintura e me olhou friamente- Ah, então era você que eu salvei daquele Cachorro Louco? -ele direcionou o olhar a Taemin e sorriu, me ignorando totalmente-.

---Siim! Meu nome é Lee Taemin, prazer, e, ah, muito obrigado mais uma vez. -eles se cumpimentaram sorridentes e eu permaneci enojado-.

---Prazer Lee-ah, eu me chamo Jungkook. -ele levou a mão até a franja castanha e jogou pra trás, fazendo a mesma cair de volta em algumas ondulações, e pude ver ele me olhar de canto de olho- Jeon Jungkook. E não precisa agradecer, ja disse, foi apenas o nosso trabalho.

Jungkook...Jeon Jungkook...?

NÃO ACREDITO! 

Era o mesmo Jeon Jungkook da formatura. O mesmo que deu aquele discurso bonito e o mais bonito dos formandos. O cara que eu fiquei imaginando os "shipps" dos nossos nomes sem querer.

Jimin...?
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Pude escutar a voz de Taemin ecoar bem longe em meio aos meus pensamentos.
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 Não creio, o que ta acontecendo comigo? Que sentimento repentino de vergonha e queimação no estômago é esse?
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Jimin, cê morreu?
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A voz retornou ficando cada vez mais perto, e tive uma sensação de uma leve brisa atingir meu rosto, como se fosse mãos balançando em frente ao mesmo.
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Por que eu sinto que minhas bochecas estão coradas e eu deveria correr daqui, agora?

---KIM PARK JIMIN!!! -senti minha bocheca arder, Taemin tinha me dado um tapa- Acorda, cara!

---O-o quê? -balancei minha cabeça freneticamente para sair de meu transe e passei a mão no meu rosto- TU ME BATEU CARALHO?! -dei um forte empurrão no meu amigo, o que fez o mesmo de chocar em algumas pessoas que estavam atrás de si-.

---Hey, hey, hey... -A suave e levemente grave voz de Jeon se fez presente, e vi seu forte braço se por em frente ao meu peito, como se estivesse me barrando- Quantos anos você tem, cara?! Ainda não percebeu que está dentro de um banco? Que tem várias pessoas aqui e seguranças? Acha mesmo que aqui é lugar de escândalos?

---E o que você tem a ver com isso?! -respirei fundo e fitei Taemin a minha frente- Desculpa, Tae, foi um ato reflexo.

---Não faz mais isso, quase me matou de vergonha! E eu sei que não foi sem querer, você sempre faz isso, temperamental! -ele fez um bico- Palhaço.

Ri meio se jeito e me virei pra frente novamente, esquecendo dos olhares incovenientes vindo de trás de nós.
Foi aí que percebi que eu seria o próximo à chegar ao caixa eletrônico, assim não iria demorar tanto pra irmos embora e esquecer do que aconteceu hoje.

Eu não vou com a cara de muita gente, sou desconfiado mesmo, mas esse aqui se superou. Porque além de parecer querer implicar comigo a todo momento, não sai do meu pensamento. E eu não gosto de por homens no meu pensamento, é estranho demais pra mim.

---Olha ai Jimin, ta livre, deposita logo, eu ja cansei de ficar em pé. -Taemin resmungou-.

Me dirigir até a máquina, e concluir o depósito em alguns minutos, logo puxando o braço de Taemin e levando em direção a saída, indo em passos rápidos e pesados. Vi que o acastanhado ainda permaneceu nos seguindo com os brilhantes olhos, mas apenas ignorei-o e segui meu caminho.
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Já de volta ao carro, ambos colocamos o cinto e eu dei partida, voltando pra casa.

---Por que tava tão chato hoje? -Taemin quebrou o silêncio irritante de alguns minutos-.

---Eu sempre sou assim. -falei sem interesse-.

---Nem sempre. Foi por causa do policial? -vi de canto de olho o loiro tombar a cabeça pro lado, me encarando- Se sentiu intimidado por ele ser tão bonito e ter te segurado como você fosse uma princesinha indefesa? -ele riu com deboche-.

---Não gosto dele. -disse sem tirar os olhos da pista- E para de falar dele, ele me deixa desconfortável...

---Sexualmente desconfortável? -ele gargalhou e eu mordi o maxilar- Jimin, eu percebi você ficando envergonhado quando ele disse o nome dele, eu senti seu nervosismo enquanto estava perto dele. Qualquer um seria capaz de notar, e acho que até ele mesmo percebeu---...

---Lee, dá um tempo! -exclamei aborrecido e o olhei por alguns milésimos mas logo voltei a fitar a estrada- Taemin... -respirei fundo- Dá pra parar de encher meu saco?

---Aish, dá próxima vez não me chama, eu não vou vir. -ele se encostou no banco e cruzou os braços fitando a rua também e eu ri anasalado-.

---Você que começou a falar merda, sem draminha ta bom? -lhe dei uma breve olhada e fiz a curva, entrando na nossa rua- E eu sei que você vai vir. Ah, não me chama de "Kim Park Jimin", eu não gosto do sobrenome que os pais do Taehyung me deram, pra mim eu sempre vou ser o "Park", filho de Park JiSong. (Mãe dele). -estacionei em frente a sua mansão, e o mesmo logo tirou o cinto e abriu a porta do carro, o segui com meus olhos e ele se retirou-.

---Tá, me desculpa, eu esqueci. Mas ainda to com raiva de você por ter brigado comigo, você é o pior melhor amigo. -ele fechou a porta com força e eu rir daquilo-. 

Logo virei o carro e estacionei na garagem da minha casa, que era bem em frente á casa do Tae. Desci do carro e vi o mesmo ainda do lado de fora, batendo na porta, a mãe dele nunca deixava aberta, tinha medo de assaltos.

---TIA LEE, SEU CACHORRINHO TA ARRANHANDO O PORTÃO PRA ENTRAR!!! -gritei e o mesmo me olhou com raiva e obviamente xingou algo mas eu não pude ouvir-.

Sorri daquilo e então entrei na minha casa, e me deparo com um Kim Taehyung deitado no maior sofá da sala e com um pote de sorvete de baunilha com pedaços de chocolate em barra, em mãos. 

---Até que enfim, ne! Onde cê tava? -o mais novo se sentou em posição de índio e falou de boca cheia-.

---No banco, papai me obrigou... -resmunguei-.

---Eu sei, a Tia me falou, só queria perguntar mesmo. -ele riu e eu revirei os olhos-.

---E a mãe? -perguntei e me encostei na parede-.

---Bom, depois de me matriular, ela me deixou em casa e saiu de novo, disse que ia resolver uns compromissos. -meu irmão falou-.

---Entendi. -afirmei- Tae... -o chamei e encarei o chão- Ainda bem que só você ta aqui, preciso conversar contigo.

---Eu não fiz nada! -ele largou o pote do doce em suas pernas e levantou as duas mãos, em rendição- Não sei o que a Tia falou, mas ela ta mentindo!

Nessa hora eu dei um eye smile e pudemos escutar um "MOLEQUE ME ERRA!" da parte da empregada, vindo da dispensa.

---Não é com você, é comigo. -me aproximei e dei uma colherada de seu sorvete- Vem, sobe. -fomos em direção a escada, para irmos até meu quarto-.

  CONTINUA   





Unexpectedly, Love (JIKOOK)Where stories live. Discover now