Capítulo 2

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Já em casa, tiro minha roupa e tomo uma ducha, coloco um baby-doll branco e decido tomar uma taça de vinho branco no sofá. Mas a imagem de James não abandona minha mente. Acabo dormindo e acordo assustada com o barulho das meninas chegando, mas não somente elas, como seus acompanhantes e... James. Se eu estivesse de pé, teria caído.

Olho para minha amigas sem entender o porquê dele estar com elas, e ao mesmo tempo, as fuzilo com o olhar. Mas então começam com uma enxurrada de perguntas.

- Mel, você está bem? – Lucy fala e eu só confirmo com a cabeça, ainda sem acreditar na minha visão.

- Amiga, fala para a gente. Ele te fez algum mal? – Bree interroga.

- Não meninas, ele não fez nada. Eu só queria vir para casa.

- Mas porque você não falou conosco? Teríamos vindo com você. – fala Kate, e antes que eu possa responder, Lucy já vem com outra pergunta, respiro fundo e respondo.

- Gente, eu não queria atrapalhar e gostaria de chegar logo em casa, só isso.

- Você nunca atrapalha – Todas falam ao mesmo tempo.

- Quer que ele saia? – Bree questiona.

- Não, ele pode ficar.

- Ok, mas se precisar grita! – Bree fala por fim, e em tom de ameaça para James. Deu até pena dele. Ela pode ser assustadora, às vezes.

E finalmente, minhas amigas saem da sala, mas não sei até onde isso será bom, pois agora terei que me explicar sobre o que não quero falar.

Neste instante decolisão de pensamentos, James me pergunta onde pode pegar outra taça e vinho,eu somente aponto para a cozinha. Ele volta, em silêncio, enche a minha taça edepois a que pegou para ele, me olha com rosto contraído e me pergunta de forma gentil.

- Por que fugiu de mim, Melissa? – Certo, eu não esperava que ele fosse tão direto comigo, mas também não esperava a presença dele na minha sala. E eu... minto.

- Eu não fugi de você. – Vejo que o corpo dele enrijece, mas ele não altera o tom de voz.

- Ah não?! Então me explica Melissa, como a gente se beija daquele jeito em um momento e no segundo seguinte, você sai correndo sem nem olhar para trás como se eu fosse um leproso?

Não consigo responder isso, e nem cogito a possibilidade de revelar meu passado para ele. Mas acho que James entendeu que eu não quero falar sobre isso, mas que ao mesmo tempo não é nada contra ele. É algo meu. Só meu.

James toca meu rostocom as costas dos dedos e acabo fechando os olhos, percebo que ele está maisperto, e sinto seus lábios nos meus mais uma vez. Mas desta vez, sinto também sua reticência, então eu o beijo também.

Nosso beijo foi doce, suave, carinhoso. Ele realmente não estava tentando me tocar sem minha permissão, suas mãos revezavam entre meu rosto e nuca. Então sem parar de me beijar, me coloca em seu colo, e ainda assim, não tentou nada além.

Minha cabeça estava confusa, mas o beijo estava tão gostoso, que não me afastei novamente. Senti meu corpo arfar, mas ambos decidem continuar no mesmo ritmo. Até que James para e me olha com aquele mar de olhos à minha frente, me deixando à deriva.

- Melissa, quer continuar? No ritmo que você impor. Não farei nada que você diga não. Algo me levou até você, e simplesmente, não consigo ficar longe.

Continuo em silêncio, mas vejo honestidade em suas palavras. Um pedaço do meu coração quebrado diz para confiar nele. Será?

- Mel, não sei explicar. Mas, se aceitar, sinto que podemos dar certo juntos.

Sinceramente minha resposta não foi mais que um sussurro, quase que eu mesma não escuto, mas ele entendeu.

- Sim. – Eu respondo e ele assente com a cabeça. Sério que neste momento pensei em sair correndo, de novo. Fico me perguntando qual o defeito grave que ele tem para agir assim. Como pode um homem tão extremamente lindo e viril, ao mesmo tempo ser tão doce? E acho que ele notou meus pensamentos revoltos e abraça meu corpo, afundando a cabeça na curva do meu pescoço.

- Mel, não sei o que aconteceu com você, mas posso sentir que te apavora. No momento em que me achar digno de sua confiança, estarei aqui para te ouvir. – Ele fala quase como uma prece.

E nisso sela noslábios com um beijo. Continuei em seu colo, recebendo seu carinho. Foi quandopercebemos que o vinho tinha acabado, mas eu já estava com muito sono. 

James delicadamente me recolocou no sofá, recolheu a garrafa e taças vazias, levou até a cozinha. Quando voltou, pegou minha mão e me ajudou a levantar, para que pudesse me abraçar. Que delícia de abraço!

- Mel, vou deixa-la descansar.

Deu-me um beijo casto na testa e foi até a porta, mas não sei o que me deu e segurei seu pulso. Isso o fez olhar meio aturdido. Ele olhava para meus olhos e para a minha mão o segurando, e de volta para meus olhos, como se me perguntasse o que eu queria dizer com isso. Então eu respondi.

- Não vá! Fique James! – Acredito que ele se lembrou de toda a noite e de como veio parar no sofá da minha casa. Vi dúvida nos seus olhos, mas havia mais lá.

- Por favor? – Quase inaudível.

Ele me pegou em seusbraços e me beijou, ele me apertava contra seu peito e nosso beijo foi ficandomais intenso. Até que paramos para recuperar o fôlego e ficamos nos olhando, o melcontra o azul.

James beijava todo o meu rosto, desde a minha testa até meu maxilar. E voltava para meus lábios. Parei e olhei para ele.

- Vamos dormir James? Só dormir, ok? Nada de gracinhas! – E estamos sorrindo juntos.

- Claro Mel, me guie.

- Última porta, lado direito. – Ele ainda me leva em seus braços, sempre me beijando, até a porta do meu quarto. Ele me coloca no chão, entro e peço que ele faça o mesmo.

- Quer tomar um banho? Tenho pijama, e algumas roupas do meu pai aqui... acho que devem servir em você, apesar de ser bem mais alto que ele. – Ele ainda me olha receoso.

- Claro, pode ser sim. Obrigado.

Percebo seu olhar me seguindo enquanto pego pijama, e toalha para ele.

- Aqui, fique a vontade. Tudo o que precisar, como sabonete, escova de dente, enfim, tem no armário do banheiro. – Ele me beija e vai tomar banho.

Cárcere -  ✔️ DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now