Tudo tem uma hora certa, cada situação em que a vida nos coloca, cada momento, e muitas vezes a gente se perde no tempo, não consigo contar quantas oportunidades perdi, quantas vezes me atrasei... É triste olhar para trás e perceber o quanto deixamos passar.
-Eu entendo o quanto é difícil encarar essa lápide mesmo depois de dois anos, ler o nome dela ou ouvir me causa tanta nostalgia e é incrível como eu só consigo me lembrar de momentos bons ao lado da Rita. E aonde eu quero chegar?-Marina encarou mais uma vez aquela lápide que já apresentava desgaste- Depois de tudo que aconteceu eu amadureci e tento encarar essa situação da melhor maneira e como todos aqui bem sabem a Uyara já cumpriu a pena.
-com licença, você poderia me emprestar uma caneta?
Ouvi uma voz rouca vindo de trás, enquanto ajeitava tudo para sair da livraria.
-claro!- estendi a mão entregando a caneta para aquela desconhecida cujo eu mal havia reparado.
Então me levantei e observei enquanto ela autografou o boné de uma garotinha e forcei um pouco para me lembrar que aquela era uma atleta.
-obrigada-agradeceu a moça de cabelos negros com um largo sorriso.
Um sorriso que eu jamais tinha visto, misterioso mas imensamente aberto, tinha algo que me intrigava.
-imaginei que você fosse um pouco mais alta sabe... Você joga vôlei correto?
-sim, correto! É o que todos dizem-ela suspirou enquanto passava a mão pela nuca.-e você? Imagino que seja bióloga ou algo do tipo, julgando físicamente.
-tenho cara?
-é, Você tem.
-bom, me formei para ser psicóloga mas me tornei escritora, por essa você esperava?
- não mesmo, e o que a senhorita escreve?
- você perdeu a tarde de autógrafos, chegou quase duas horas atrasada.-respondi apontando para o cartaz sombrio.
- não pode ser, apenas o livro mais comentado do ano?
- imaginava que eu seria um pouco mais velha ou mais cheinha?-disse abrindo um leve sorriso.
- Rita, não é mesmo?
- a própria.
- prazer, Uyara. Sabe, eu gosto do seu nome.
-quero que entendam que ela precisa da nossa ajuda, todos acompanhamos o relacionamento das duas e vimos o quanto havia se tornado tóxico e abusivo mesmo assim não fizemos nada, a gente viu esse relacionamento caminhar para uma tragédia e não impedimos- delicadamente ela colocou os cabelos dourados atrás da orelha-a gente podia ter evitado isso, e agora o que nos resta é abraçar uma velha amiga que errou muito mas que também foi vítima no meio disso tudo. Me ajudem a recuperar a antiga Uyara por favor-disse Marina enquanto tentava ignorar as lágrimas.- não podemos trazer Rita de volta mas podemos ser melhores do que fomos a dois anos atrás.
-eu... estou pronta para recomeçar.-disse aquela que carregava a culpa no olhar.
Todos a encaravam, olhares de pena, olhares que a condenavam olhares também que compreendiam.
-francamente, eu entendo cada um aqui mas não estou pronto para perdoar.-disse Hyago se retirando.-quer saber mais? Isso aqui é uma falta de respeito para com a Bruna, porque ela não está aqui? Não sei se esqueceram mas foi ela quem ficou viúva! Foi a Bruna!
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Caminho dos lírios (Romance Lésbico)
Любовные романы-foi um acidente, um terrível acidente... se eu soubesse o que aconteceria naquela noite.... - você foi condenada! Vai cumprir pena por assassinato! -eu sinto muito... sint...-disse a moça afogada em suas próprias lágrimas.- Me aterroriza pensar que...