IV

616 53 21
                                    


Amores. Eu escrevi esta história há bastante tempo, e além dos três primeiros capítulos que postei, havia outros três, que resolvi não postar por achar que não estavam bons o suficiente. Como várias pessoas me pediram uma continuação, resolvi compartilhar esses outros capítulos com vocês. Espero que gostem. Desde já, agradeço a leitura, comentário, votos, o carinho de vocês para comigo. Um abraço apertado! Suélen

_____

Helena abriu vagarosamente os olhos, e viu a cabana iluminada pela luz matinal. A chuva havia cessado, e ela se espreguiçou, virando na cama. Rapidamente, deu-se conta de onde estava. Ela estava em Dingle, na Irlanda. O motivo era promover a ascensão da pacata cidade, e para isso, um congresso estava sendo realizado com os representantes das empresas mais renomadas do mundo, o que a fez pensar na representante americana que estava ali, com ela, hospedada no mesmo quarto, com quem ela havia dividido a cama, e a intimidade.

Helena se sentou na cama, passando a mão pelo cabelo. Ela olhou em volta, procurando por Melissa, e logo depois, a porta do banheiro foi aberta.

Melissa apareceu. Estava impecavelmente arrumada. Usava um terninho cinza escuro, brincos de pérolas, o cabelo preso em uma cola. A blusa por baixo do blazer era branca, com um decote redondo, e os saltos pretos davam a ela elegância.

-Bom dia. – ela sorriu, e Helena se sentiu repentinamente envergonhada. Dando-se conta da própria nudez por debaixo das cobertas, puxou o lençol mais para cima, tapando também o colo, e disse, desviando o olhar:

-Que horas são?

Melissa parou a poucos centímetros da cama. Depois, caminhou até aquele ponto, sentando-se na beirada, ao lado de Helena.

Como não tinha outra alternativa, Helena fitou-a, e engoliu em seco quando seus olhares se encontraram.

-Você consegue ser ainda mais linda ao acordar... – disse Melissa, com a voz tão baixa, tão profunda, que Helena prendeu a respiração, e Melissa acariciou a nuca dela, aproximando-as para um beijo, envolvente, intenso.

Helena sentia a boca macia de Melissa roçar pela sua, sentia o toque quente e molhado sobre seus lábios, e sentia a língua dela encostando, chocando-se à sua, movimentando-se devagar, e ligeiro, e isso causava nela um burburinho que ela não conseguia controlar, só sentir, e render-se.

Melissa aprofundava mais o beijo, sentindo e perdendo-se nos lábios e na boca de Helena, com o coração acelerado, sentindo o corpo responder aos estímulos que o beijo espalhava, levando-a a perder o controle, esquecer que tinham um compromisso dentro de uma hora. Ela deitou Helena para trás sem parar o beijo, abaixando a coberta que a cobria, deslizando as duas mãos de encontro aos seios cheios de Helena.

Nesse momento, Helena enrijeceu, estremecendo sob Melissa, que ao senti-la trepidar, parou ofegante, fitando a mulher diante dela, no fundo dos olhos.

Podia-se notar nitidamente, apenas nesse olhar, o quanto ela queria Helena, e tudo o que pretendia fazer com ela, até sabe-se Deus que horas.

Na noite anterior, depois de conversarem, tomarem vinho, e flertarem veladamente, elas haviam se amado. Pela primeira vez Helena havia estado com uma mulher, e jamais imaginara o quanto seria bom, como foi com Melissa. Elas dormiram, e mais tarde na mesma noite voltaram a se amar.

Agora, estavam prestes a fazer mais uma vez, mas alguma coisa impediu Helena. Ela suspirou, e desviou o olhar do de Melissa. Puxou o ar tentando encontrar equilíbrio, tentando raciocinar, e disse mais para si mesma do que para Melissa:

Apenas uma noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora