All Alone [Kim Wonpil]

Parte 2, Hyna

É frustrante olhar todo dia o céu em busca de algum sinal e nunca receber nada em resposta, me sinto sozinha e desamparada. Suspiro enquanto abraço meus joelhos e sinto lágrimas descerem e trilharem o caminho das minhas bochechas até o chão.

Não entendo o porquê disso, por que estou sem ninguém.

Quando eu sair amanhã de manhã queria que houvesse alguém que me diria "tenha um bom dia e bons estudos." Queria que houvesse alguém me incentivando e motivando a continuar, porém todo dia a mesma rotina solitária tem acabado comigo.

Acordar e dar de cara com a casa vazia, imaculada, igualmente como foi deixada na noite anterior. Levantar e comer sozinha, sair para a faculdade e fingir estar tudo bem para todos a sua volta e quando, contra a sua vontade, estiver indo para casa pensar que vai estar o mesmo silêncio da manhã, da noite passada, da semana passada e de todos os meses quais tem corrido de maneira leviana.

Desde criança nem mesmo meus pais me quiseram me largando em um orfanato qualquer, as famílias não me compreendiam e me devolviam como brinquedo, as pessoas da escola sequer olhavam diretamente para mim e agora nem mesmo tenho amigos.

Mas acho que esse é o meu destino, estou fadada a solidão. Estou sozinha como sempre sob a luz do luar, somente o ar frio da noite está do meu lado me abraçando e quase confortando. A varanda é realmente o único lugar que eu quase não me sinto sozinha. O céu noturno e as estrelas acabam me fazendo companhia apesar de inutilmente nunca terem respostas para os meus questionamentos e dúvidas.

Às vezes eu penso que somente eu vivo dessa maneira, que todos têm seus complementos, pessoas quais se importam com eles e que nuca os abandonariam. Porque é assim que deveria ser, todos deveriam ter alguém ao seu lado não importa o quê acontecesse, deveria ser uma lei do universo.

O vento se torna mais intenso, o frio se alastra e nesse momento vejo que foi uma péssima ideia vir para cá com roupas não tão quente. Meu estômago ronca e eu me forço a ir embora da proteção momentânea da varanda para sair de casa e comprar algo para comer sozinha

Afinal é isso que eu sou e sempre serei, sozinha.