Sonhos de um dia chuvoso (Romance Gay)

Capítulo 2- Encontramos

Não consegui dormir naquela noite. As palavras de Marlon ficaram em minha mente, mesmo ele dizendo que era melhor conversarmos pessoalmente.

Quando a primeira luz do sol entrou pela janela do meu quarto, me levantei. Meus pais, estavam dormindo, os dois são aposentados e com isso, planejaram viajar naquela semana. Se antes eu já tinha amado a ideia, após a conversa com Marlon, eu gostei mais ainda.

Combinei com Marlon de nos encontrarmos de tarde na minha casa, já que meus pais viajariam após o almoço.

Despedir dos meus pais, foi até engraçado. Eles mesmo aposentados há uns 5 anos, nunca tinha viajado sozinhos, e como estavam fazendo 25 anos de casamento, eu me recusei a ir.

Minha mãe Márcia sempre foi apegada a mim, e ela dando tchau com os olhos cheios de água, foi estranho. Isso, porque eles ficarão apenas uma semana na Bahia.

_ Pode deixar mãe, eu vou me cuidar e relaxa que não vou ficar sozinho. O Marlon ficou de vim aqui direto, e com a monografia, eu não terei tempo para nada.

_ Eu sei, eu sei, mas é a primeira vez que viajaremos sem você. Meu filhinho.

Minha mãe, tem essa mania, isso eu já tendo meus 23 anos. Ela ainda me ver como um menino novinho. Acho que toda mãe deve ser assim, não é?

Meu pai, o senhor Gael é muito mais linha dura. Não é de ficar demonstrando os seus sentimentos.

Me despeço deles, e me jogo no sofá da sala. O Marlon irá vim me ver, iremos conversar e eu não sei como isso afetará minha vida.

Tomo um banho, arrumo tudo e ouço a campainha tocar. Chego do parapeito da escada e o vejo. Marlon está de jeans e uma camisa preta. Nossa, ele está com uma cara lotada de olheira. De fato, não fui apenas eu que não dormir naquela noite.

Subimos em silêncio. Noto que Marlon está muito quieto. Sei que ele não irá se abrir fácil, estando frente a frente.

Marlon entra e senta no sofá, ele olha para o chão.

Me aproximo dele e sento ao seu lado, e deixo a minha mão em seu ombro. Ali, o tempo passa, e ninguém diz nada.

_ Marlon, você quer falar sobre o que começou a me contar ontem?

_ Eu quero, mas não consigo. Nós crescemos juntos. Eu vi você viver tudo e agora.

_ E agora, você está se descobrindo. O que há de errado?

_ De errado? Sério? Tudo! Isso vem acontecendo há alguns meses, e eu não sei o que fazer.

Olho para o Marlon, não tem o que fazer.

_ Marlon, calma. Me explica tudo.

_ Você quer mesmo saber?

_ Quero.

_ Eu fiquei com outro garoto, na verdade dois garotos. E um deles eu transei.

Ele transou, eu ouvi isso da boca dele. Me levanto e me viro, eu sou amigo dele. Eu vou ajudá-lo, mas ouvir que ele ficou com outros caras me machuca.

De pé, olho para o quarto do meu pai, da janela eu vejo que está chovendo. A chuva lá fora, representa o quanto por dentro eu estou chorando.

Me viro e digo a Marlon para me contar tudo.