𝗖𝗼𝗻𝗳𝗶𝘀𝘀𝗼̃𝗲𝘀 𝗲𝗺 𝗣𝗼𝗲𝘀𝗶𝗮

07: No fim das contas

Eu posso mudar de forma

se você quiser, 

posso ser outra pessoa até. 

Mas, se chorar, 

vai me deixar? 

Faça o que quiser, 

só não esqueça que, querendo ou não,

ainda sou sua mulher. 

Você querendo ou não, 

vou estar aqui no fim do dia. 

Apodrecendo na poltrona verde. 

Estática como um cadáver, 

cuja outra vida rouba o leite. 

No fim das contas, 

eu te amo. 

Ou ao menos isso achava, 

mas quando vi você estático, 

parado como

um cadáver cuja outra vida

o chupava, 

não pude não pensar

que estava fadada. 

Presa com à você, acorrentada 

como sua mulher. 

Querendo eu ou não.