Capítulo 19

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Marisa
Explicações e Soluções...

Desespero. Essa era a palavra que me definia no momento em que recebi aquela notícia, e desde aquele instante, não soltei a mão de Theo, sabia que ele estava se sentindo mal como eu, mas eu suspeitava que ele sabia de algo que eu não sabia.

E isso só contribuia para eu me sentir mal, minha preocupação com Jessica e Atenas aumentava a cada segundo, sim, Atenas também era minha maior prioridade, havia desenvolvido tanto amor por aquela pequena garotinha, que não conseguia imaginar como me sentiria caso algo acontecesse a ela.

-já estamos quase chegando Senhor Smith - o piloto, Rogers, avisou, mecânicamente, apertei a mão do homem ao meu lado, e ele me olhou, compreensivamente, naquele momento já não éramos mais uma funcionária e o chefe, éramos iguais, preocupados com as duas meninas mais importantes de nossas vidas

  Depois de alguns instantes que pareceram mais séculos, chegamos a casa, dando de encontro com os olhares preocupados e assustados de Rosa e Antony enquanto Mildred mantinha uma calma assustadora, como se soubesse de algo que ninguém mais sabia, algo que não me importei muito no momento, pois por compartilhar daquela preocupação e carinho, abracei Rosa, que murmurarava se culpando por ter deixado aquilo acontecer.

   -e onde está o Wolly? Essa era a prioridade dele, impedir que algo assim acontecesse - um misto de raiva e preocupação se fez presente na voz de Theo quando ele fez aquela pergunta, o que me fez olhá-lo com curiosidade, se ele sabia que alguma coisa dessas aconteceria, por quê não me contou?

  -ele teve uma emergência, recebeu permissão para se retirar - a mãe dele respondeu, tão calmamente que me deixou com medo, mas resolvi não comentar - o melhor a se fazer agora é entrarmos, já que ainda há assuntos a serem resolvidos...

  Concluiu olhando para todos ali, parando seu olhar por longos instantes em mim e no próprio filho, e como se o mesmo entendesse, sem palavra alguma o que devia acontecer, assim, Theo me ofereceu sua mão, e automoticamente, soltei a mulher a quem abraçava, e segurei sua mão, sendo levada pela curiosidade, talvez, ou até mesmo, uma confiança não dita.

   Em minha mente, iríamos para a sala, para podermos esperar por notícias das meninas, mas esse pensamento fora contrariado pelo caminho que tomamos, em direção ao seu escritório, que inesperadamente estava de portas abertas.

    E ao entrarmos, parei, ao ver um notebook aberto e alguma pastas espalhadas no chão, logo a frente de um cofre, também aberto. O qual eu não havia notado nenhuma das vezes que entrei ali.

   -o que significa aquilo? - questionei soltando sua mão e apontando para a tela do aparelho no chão, onde havia uma foto, mostrando o pior dia da minha vida, o enterro dos meus pais, ele se virou para mim, parecia assustado por minha reação, mas ao mesmo tempo calmo, e dessa maneira, ele se aproximou e segurou meu rosto de forma terna em suas mãos

   -eu posso explicar, apenas me deixe falar okay - meu silêncio e minhas mãos sobre as dele foram minha resposta, ele beijou minha testa, como se soubesse o quanto aquilo me acalmava. - a pessoa que levou as duas, foi meu irmão, Benjamin, pai de Jessica

  Naquele instante, toda a calma que ele me dera, foi-se ao chão, como ele podia dizer algo assim, mas minha confiança nele me impediu que eu dissesse que ele estava mentindo pra mim. Então, o deixei prosseguir com seu relato.

   -seu pai, quando vivo era um agente da NSA, que foi responsável pela captura de meu irmão, que na época do nascimento de Jessica era um criminoso, assim, porventura, o mesmo ficou com ela, declarando para nós que ela estava falecida, sendo eu, um garoto na época, nunca acreditei nele, assim como minha mãe, assim, quando completei 16 anos, iniciei uma investigação a procura dela - ele tomou ar e olhou os arquivos no chão, logo me soltando e indo pegar uma das pastas, logo a trouxe para mim, eu mesma a abri e vi fotos e papéis, tudo conectado a ela, e por consequência, a mim - quando descobri que ela estava em sua família, e estava sendo bem cuidada e criada, não tive coragem de a arrancar dos braços da mulher que a criou e nem destruir o coração da irmã que ela ganhou...

   -quer dizer que tudo estava planejado? - indaguei com certa mágoa na voz, aquilo cortou meu coração, mas logo foi reconstruído com um toque de sua mão na minha

  -eu nunca planejei nenhuma das coisas, eu quase lhe atropelar, o fato de você estar sem emprego e eu precisar de sua ajuda com Atenas...- ele segurou meu rosto, que até o momento estava virado para o objeto em minhas mãos - eu ter me apaixonado por você, tudo isso, foi destino

  O silêncio foi compreensivo entre nós naquele momento, uma aproximação lenta e receosa foi feita, senti sua mão ir para a minha cintura e soltei a pasta no chão, não fazendo ideia se tudo tinha caído pra fora ou não, eu não me importava, não naquele instante.

  Nossos lábios estavam praticamente se encostando quando o telefone da sala tocou, chamando a atenção de ambos, viramos nossos rostos pro aparelho e trocamos olhares. Em segundos, ambos estávamos próximos a mesa dele, e ele estava colocando a ligação no viva-voz. A voz que saiu estava carregada em um sotaque britânico, com certo tom animado:

   -irmãozinho, eu tenho uma coisa pra resolver, e acredito que você possa me ajudar...

Não me odeiem por postar no fim do dia, é que eu queria deixar vocês no suspense, adoro fazer isso, e espero que estejam gostando de tudo, ainda tem um pouco mais de suspense pela frente

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Não me odeiem por postar no fim do dia, é que eu queria deixar vocês no suspense, adoro fazer isso, e espero que estejam gostando de tudo, ainda tem um pouco mais de suspense pela frente. Então. Até o próximo capítulo. Beijos

Família Acima de Tudo - Volume I da Série FamíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora