Natureza morta

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Os mares espumejam e rugem

em um tom retumbante,

o magma ferve aquecido

jorrando, escorrendo, borbulhante.

Raios e relâmpagos,

rasga-se o céu

em uma tromba d'água.

Ciclones, tormentas, terremotos

o firmamento desaba.

encostas deslizam e derretem

como gelo em dia quente.

Morte, desespero, choro...

Esmiúça o coração da minha gente.

Violentam nossas florestas,

com roçadas, derrubadas e queimadas.

A natureza morre  sufocada,

pelo homem destruída, incendiada!

O homem rege seu fim

como a batuta do maestro

rege uma orquestra sinfônica,

queimando, poluindo, destruindo.

Construindo a bomba atômica.

E a natureza morre sem o ar para viver.

O homem constrói com sua ignorância,

seus curtos trilhos.

Escuridão, desalento, mutilação.

Mãe morta pelas mãos dos próprios filhos!

Dos seus próprios filhos...

Natureza morta
Pelas mãos
de seus
Filhos.


Maria Boaventura

*que este poema sirva de alerta.

devemos preservar nossa 

mãe natureza!*

Sangue nos OlhosWhere stories live. Discover now