Quem trabalha em comércio sabe que só temos uma folga por semana e falta tempo pra tanta coisa que a gente quer fazer. Dou aquela reunida nas manas que ainda estão avulsas e de folga no mesmo dia que eu e vamos no Shopping concorrente, com certeza.
Sério, eu passo quase dez horas dentro de um e já conheço quase todo mundo ali, preciso ver caras diferentes. E a mudança de ambiente também é pra ver se dou um esbarrão no crente, daqueles esbarrões que rolam nas "fanfics" que eu leio.
Eu queria estar numa fanfic dessa, mas "certas pessoas" não vão facilitar pra mim... (culpa do autor). Não importa, eu sou mais.
— Abi, solta a língua. — Abi tava de "folga" do boy dele.
— Quê? Que tu tá fazendo um papelão por causa desse macho?
— Cala a boca, esquece. Fefê?
— Ele tem mulher, tu vai se meter no meio disso?
— Quem te perguntou alguma coisa, viado! — Gente que tanta gente do contra. — Cid?
— Concordo com Abi e o Fê.
— Qual é o problema de vocês?
— Na boa, eu acho suuuper errado tu invadir uma igreja por causa de um homem. É falta de respeito, Cley. Não acho legal desrespeitar.
— QUEM TÁ DE DESRESPEITO, SUA PORCA! Abi tu não era assim, tô achando que o teu bofe é da igreja.
— Não é da igreja. Mas eu não curto misturar as coisas. Eu até vou na igreja, uma vez por ano ou cada dois ou três anos, mas é com respeito. Ali perto de casa tem a Bola de Neve, sempre tem uns caras mais nesse estilo que tu comentasse.
— Ei Cley, e se a mulher dele não é da igreja? Vai que ela só curte usar moda gospel.
— Quê? Não acredito nisso, tá louca!
— Verdade, bem pensado, Fê. Pode ser que o boy tem fetiche em mulher com roupa de crente.
— Credo! Isso eu não faria. Me vestir de mulher jamais...
Dou uma pesquisada bem rápida no tipo de roupa que as moças da Bola de Neve usam. Me vestir de mulher, sem o menor problema, sou muito gatinha de menina, mas de crente... sei não. O legal dessa igreja é que rola mais liberdade e vou passar despercebida. Contei pra ninguém dessa vez sobre minha ideia, só pro Cidinho. E o Abi, o Fê...
Pela manhã quando desço do "busão", passo na frente da sala comercial onde está estabelecida a dita Igreja, vejo o horário do culto e de tarde aproveito o horário da minha folga e entro no Outlet onde o Cid trabalha pra achar uma saia.
— Tu não vai fazer isso! — Cidinho fica meio indignado. Meio não, fica inteiro indignado.
— Até parece que nunca amou uma pessoa na tua vida, bicha!
— Amor????? Hahaha. — Ele ri, mas com tanto sarcasmo que quase faço um fiasco lá mesmo — Ai, tu tá me deixando puta de raiva. Pare de se humilhar pelo rapaz. Cley, tu vai se dar mal nisso, tô avisando.
— Tu ganha comissão nessa porra?
— Vem que tem mostro as saias, tem umas lindas. — EU sei onde dói e ele muda na hora, vira a maior putiane, mas destila. — Quero ser a primeira a ver tu tomando uns tapas da mulher dele.
...
Tô arrependido, juro! Briguei com Cidinho e mandei ele se fuder, taquei a saia (linda) na cara dele e quase espanquei minha miga. Agora tenho que ir na igreja sem saia mesmo, pra pedir perdão por ser tão malévola.
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Amor Ariano
RomanceFinalizado! Pessoas afrontosas, malvadas e arianas também sabem amar. Comédia romântica LGBT. Conteúdo Adulto. Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um...