Amor Inalcançável

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Por mais que o mundo gire, pra mim, parece que não sai do lugar. E por causa dos meu pecados, eu estou preso neste lugar a mais de 100 anos.

Tudo começou quando eu conheci a Tulipa, uma bela princesa dos cabelos dourados que reluziam os mais belos raios do Sol. Seus olhos, da cor de jades, eram os mais delicados que eu já vi. Sua beleza ia muito além do que todos imaginavam.

Eu a via crescendo, todas as manhãs ela saia para brincar nos jardins do palácio, e todas as manhãs eu ficava em cima de uma das torre apenas observando-a.

Quanto mais os anos foram se passando, mas ela crescia, e mais linda ela ficava, quanto mais ela crescia, mais bondade e gentileza ela tinha.

Mas apesar de tudo, Tulipa estava infeliz, ela não sabia o que era amar. E a maior idade estava cada vez mais próxima. Em breve ela teria que se casar. E quanto mais os dias iam se passando, mais perto esse casamento ia chegando.

A tamanha infelicidade de Tulipa fez com que ela querê-se fugir, mas pra onde? Ela não tinha pra onde ir.

Foi ai que ela se lembrou.

-Ora, -Pensou ela chegando de uma viagem com sua mãe, olhando para o castelo, pela janela da carruagem -esse castelo é tão grande. Eu poderia me esconder nele por muito tempo, até eu conseguir fugir para outro lugar!

Demorou meses para ela conseguir descobrir cada canto do castelo, mas ela conseguiu. O único lugar que ela não se atrevia ir, era um lugar em que todos diziam que viviam um monstro. Mas essa historia, há muito foi esquecida, e não havia monstro, era apenas eu.

Mas quanto mais o tempo ia passando, ela ia perdendo o medo desse suposto monstro. E no lugar do medo, ia surgindo outra coisa, outro sentimento. A curiosidade.

E ela foi, sabia que ninguém iria lhe procurar nessa torre. E ela estava certa. Não pensou duas vezes. E em uma noite , no final do outono, pegou todas as coisas que achou necessárias, conseguiu subornar uma servente da cozinha para lhe dar alimento suficiente para alguns dias e foi em direção às Torres Proibidas.

Eu até hoje me lembro desse momento, mesmo tendo se passado 100 anos, mesmo eu estando preso.

Ela apenas foi subindo até a torre mais alta, até a minha torre. Abriu a porta de carvalho, entrou, e a fechou novamente. Eu levei um susto naquele momento.

-Tem alguém aqui! -Pensei. Nunca ninguém entrara naquela torre. -Isso é muito estranho!

Eu me virei e vi a linda princesa recuperando o folego de uma longa caminhada de fuga. Quando ela olhou para cima e me viu, ela quis gritar. Mas ela não podia, se ela gritasse, ela poderia chamar a atenção de quem estivesse em volta.

-Se segura Tulipa! -Ela pensou -Você não pode gritar! Não pode estragar isso.

Mesmo não gritando, sua feições estavam aterrorizadas, mas ao mesmo tempo, uma curiosidade que ela não sabia de onde vinha estava emergindo dentro de si. Ela não sabia o que fazer. Ela queria gritar, correr, mas também queria ficar e descobrir o que era o monstro.

Eu apenas fiz uma reverencia a ela para que a mesma não tivesse medo de mim.

-Princesa. -Falei com a cabeça para baixo em meio a reverencia.

-O que é você? -Ela perguntou assim que eu subi a cabeça.

-Eu sou um fantasma. -Falei com medo de que ela sentisse medo de mim. Afinal, eu estou morto e os seres humanos têm medo do desconhecido

Mas a reação dela foi totalmente diferente da que eu imaginava. A expressão assustada de seu rosto sumiu, dando lugar a uma euforia, curiosidade e admiração, junto a um sorriso encantadoramente meigo. Ela estava encantada por mim, assim como eu estava por ela.

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