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POV Eun Park

Quando o sinal tocou mostrando que a aula havia acabado eu me levantei pegando as minhas coisas e saindo da sala rapidamente.

Suspirei ao pensar por que tinha aceita aquela proposta do Jaebum, não queria contar o motivo do meu quase suicídio para uma pessoa que nem era minha amiga Mas nunca volto com minha palavra.

Quando cheguei no refeitório fiquei na fila e senti alguns olhares em cima de mim, e já sabia que era Taeyon e suas amigas.

Realmente não sei o que fiz para elas para me infernizarem tanto... Pensei.

Quando eu peguei a minha bandeja com a comida a segurei com as duas mãos e fui até uma mesa no canto do refeitório vazia, e quando sentei comecei a comer minha comida calmamente.

– Oi.

Eu levantei o olhar da minha comida e vi Jaebum sentado na minha frente me olhando, e acabei levantando uma sobrancelha interrogativa.

– Oi... – Soou mais como uma pergunta então voltei a minha atenção para a minha comida.

– Quer ir lá no terraço? – Eu fiquei atenta as palavras dele enquanto comia. – Quero colocar em ação aquela proposta que te fiz...

Eu olhei para ele, não havia sorriso em seus lábios, ele nunca sorriu de verdade para mim então desde cedo deduzi que não era um homem de sorrir muito. Mas seus olhos negros transparenciam outra coisa.

– É um fardo ser tão observadora. – Eu falei deixando uma expressão confusa em seu rosto. – Esqueça... Bom, podemos ir. Estou vendo que você vai encher meu saco até eu aceitar.

Ele levantou rapidamente pegando minha bandeja já vazia colocando em um apoio, e me olhou até eu começar a andar ao seu lado. Quando chegamos na escada que dava para o terraço ele olhou em volta e abriu a porta logo me dando espaço para passar.

Quando ele fechou a porta atrás de si comecei a andar e me sentei encostada na parede onde batia o sol, com certeza eu estava com falta de vitamina do sol. Logo Jaebum veio e se sentou ao meu lado colocando a sua mochila junto com a minha.

– Então. – Eu disse de olhos fechados me aconchegando o máximo possível. – Vai começar falando por onde?

– Te disse antes que falaria uma coisa importante sobre mim para você me contar a sua... – Ouvi ele suspirando.

– Se for difícil não conte... – Eu disse abrindo meus olhos lentamente e o olhando, e ele também me olhava.

Ele balançou a cabeça negando e também se aconchegou ao meu lado pronto para falar.

– Foi há uns dois anos atrás mais ou menos... Eu tinha uma irmã, Sunny. – Ele mexia seus dedos em seu colo nervosamente. – Ela tinha um namorado, e esse namorado a maltratava mas ela se recusava a larga-lo, o amava...

[...]

– Logo depois do aniversário de 16 anos dela eu a encontrei com o pulso cortados dentro do banheiro, embaixo do chuveiro ligado... – Ele engoliu em seco enquanto eu o observava. – Tinha muito sangue, eu não sabia o que fazer...

Ele mantia seu olhar fixo no seu colo em seus dedos, mas eu sabia que em sua mente toda a história voltava. E eu me senti mal ao fazê-lo lembrar disso.

– Eu chamei a ambulância, mas ela não resistiu... – Ele respirou fundou e finalmente me olhou. – Agora sabe por que eu te salvei? Não queria que isso acontecesse de novo na minha vida mesmo com uma pessoa que eu não conheça, e ainda mais na minha frente.

Ele encostou a cabeça na parede e fechou seus olhos deixando o sol tomar conta de seu rosto, e percebi o quanto ele sofria mesmo com esse acontecimento antigo.

– Ontem fui em um jantar de família na casa de uns amigos dos meus pais, são como uma família para eles...

Ele abriu seus olhos me olhando enquanto eu falava, e percebi que arregalou os mesmos quando comecei a tirar meu moletom mas suavizou sua expressão quando viu que eu vestia uma blusa por baixo. O mesmo soltou uma exclamação logo colocando a mão na boca quando viu os roxos nos meus braços.

– O filho deles foi me apresentar a casa... – Eu ri ironicamente. – Quando chegamos na varanda ele me prensou na parede e começou a me beijar, e passar a mão em mim...

– Meu Deus... – Provavelmente era a única coisa que ele conseguia falar.

– Ele só parou por que a mãe dele o chamou no andar de baixo... – Eu passava os dedos levemente nos roxos dos meus braços. – Mas sabe... Isso nem se compara ao que acontece na sua casa.

– Como assim? Não me diga que seu pai...

– Não, ele não me estupra. – Eu ri triste. – Na verdade fico surpresa que isso nunca tenha acontecido... Mas na verdade ele me espanca quando faço algo errado, quando ele chega bêbado do trabalho ou quando simplesmente quer me ver sofrer de dor.

Eu estava perdida em pensamentos quando senti a mão de Jaebum apertar a minha, e fiquei surpresa como o seu toque era quente. Mas não sabia se era do sol ou de seu próprio corpo.

– Sei que não estou no seu corpo então não entendo sua dor, nem dá minha irmã eu entendia para ela tomar uma decisão tão extrema... – Ele olhou para nossas mãos e de novo para meus olhos. – Mas saiba que independente de tudo você tem um novo amigo para procurar socorro...

Ele apertou a minha mão antes de sorrir, um sorriso de verdade. Eu novamente não sabia se era o sol ou meu corpo se esquentando por dentro, mas a única coisa que eu pude fazer foi dar um sorriso na mesma medida para ele.

Ele devia sorrir mais, o sorriso dele é realmente lindo... Pensei.

IAYS - JAEBUMOnde histórias criam vida. Descubra agora