Atração

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  Olhei para ele e percebi que realmente ele estava muito triste. Senti uma vontade imensa em passar a mão em seu cabelo, de lhe dar um abraço, porém me controlei. Falei algumas palavras para animá-lo, mas não foi suficiente.

Fomos para a Universidade. Eu e os outros rapazes tentamos animá-los mais uma vez, porém ele estava realmente triste. Vimos a Bianca chegar e ela sequer olhou ou dirigiu uma palavra para nós e muito menos para o Renato. Isso acabou com ele. Esqueci de falar que ela não fazia Medicina, mas fazia Arquitetura.

Seria mais difícil se os dois estudassem na mesma sala.


Durante o intervalo conversamos e o Renato parecia um pouco mais animado, porém era notável a sua tristeza.

Tiago: Pessoal, o que vocês acham de sairmos num bloco amanhã? Vamos aproveitar o Carnaval!!

Sei que o Tiago fez essa proposta tentando animar o clima e o Renato. Embora não gostasse de pular carnaval, topei na hora, pois também queria animar o meu mais novo amigo. Combinamos e deixamos tudo certo para o dia seguinte. A aula terminou e eu e Renato pegamos o carro para ir embora.

RENATO: Enzo, o que você irá fazer agora?


EU: Não tenho nada programado. Ia ficar em casa, arrumar algumas coisas do curso, mas nada muito sério. Por que?


RENATO: Posso ficar lá um pouco com você? Não tô muito afim de ir para casa, não quero ficar lá curtindo a tristeza. Preciso me distrair um pouco.

Nem preciso dizer o quanto me alegrei com a proposta. Meu coração gelou. Falei que poderia ir sim e estava contente pela proposta dele. Antes passamos pelo supermercado, compramos algumas cervejas, aproveitei para comprar algumas coisas para comer ou preparar algo caso precisasse. Guardei o carro dele na vaga da garagem que tinha no prédio e subimos. Nem acreditava que passaria a tarde com ele lá no meu apartamento.

No apartamento deixei ele a vontade, guardei as compras e liguei o som numa rádio qualquer.


Sentamos no tapete da sala e começamos a beber e conversar.

Busquei assuntos para tentar fazer ele esquecer da Bianca e acho que consegui.

Pegamos algumas coisas para comer, rimos muito, ele quis saber sobre como era minha vida em Pernambuco, o que fazia, sobre minha família. Contei tudo!!! Ele também falou sobre ele, sobre a infância, sobre o desejo dele em querer ser médico. Realmente estava uma tarde deliciosa ali com ele.


Estava um dia extremamente quente. Ele perguntou se poderia tirar a camisa e falei que poderia numa boa. Meu coração disparou ao vê-lo com aquele peitoral ali na minha frente. O suor escorrendo do seu pescoço pelo tórax. As axilas peludas e a barba por fazer. Ele era um cara muito bonito e atraente. Não era o tipo de homem que fazia academia e era bombado, mas tinha um corpo maravilhoso. Só naquele momento me dei conta o quanto estava atraído por aquele homem. Que me sentia bem em estar ao seu lado não só por ele ser uma pessoa agradável e bonita, mas por estar me sentido atraído por ele. Ele realmente mexia comigo. Tentei disfarçar meu olhar para o corpo dele para ele não perceber o que estava sentindo.

RENATO: Você não está com calor também Enzo? Aqui tá muito abafado.

EU: Me desculpe, por enquanto não tenho ventilador ainda e nem ar condicionado.

RENATO: De boa, não estou reclamando disso não. Por que não tira a camisa também?

EU: Ah, não tenho o corpo legal como seu. Sou branquelo e não me sinto bem.

RENATO: Que nada cara!! Você tá bem! Mas fique da maneira que achar melhor.

Resolvi tirar a camisa também.

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Aproveitei e fui no quarto e coloquei uma bermuda. Ofereci uma para o Renato também, que não se fez de rogado e aceitou, se trocando ali na sala, na minha frente. Mais um momento que meu coração disparou, que suei frio.... Ele estava com uma cueca vermelha e o volume era muito interessante...


A tarde voou, passou muito rápida. Mostrei minha coleção de cds, ouvimos muitas músicas, rimos bastante. Nós dois ali juntos, de bermuda, descalços e sem camisa no meu apartamento, bebendo e conversando. Era tudo o que eu queria naquele momento, e estava aproveitando cada segundo. Já estávamos alterados com a cerveja e resolvi preparar algo para comer. Modéstia parte sempre cozinhei muito bem.

RENATO: Enzo, posso abusar da sua recepção e tomar um banho aqui na sua casa, enquanto você faz algo aí. Não sou muito bom na cozinha, mas prometo que lavo a louça depois. (risos)

Peguei uma toalha e lá foi ele para o banho. Minha vontade era entrar junto, vê-lo sem roupa, mas não poderia abusar. Não queria, de maneira alguma, perder a amizade dele por bobeira.

Concentrei no jantar que preparava.

Já eram quase 19 horas. Marcos e Alana me ligaram querendo saber se tinha notícia do Renato, pois ligaram na casa dele e avisaram que ele não estava e que estavam tentando ligar no celular dele e nada. Contei para eles da nossa tarde e eles ficaram mais sossegados e felizes por eu estar tentando animá-lo

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Renato saiu do banho.

Vi que ele colocou a sua cueca no meio da sua calça dobrada sobre o sofá. Isso era sinal que ele estava usando a bermuda que emprestei sem cueca por baixo. Seu corpo ainda estava molhado, as gotas de água escorrendo pelo seu peitoral, por meio de alguns dos pêlos ralos que tinha.

Respirei profundamente.

Contei que Marcos e Alana ligaram e que provavelmente os pais dele deveriam estar preocupados com o sumiço dele.

Ele contou que o seu celular estava desligado, pois ele não queria falar com ninguém.

Mas convenci para que ele ligasse para os seus pais somente para tranquilizá-los.
Fiz uma macarronada com molho branco e bacon, assei alguns pedaços de carne com batata, e enquanto terminava de cozinhar e arrumar a cozinha Renato ficou ao meu lado conversando.

Resolvi abrir um dos vinhos tintos que tinha.

Sempre adorei vinhos e sempre tive em minha casa.

Ofereci uma taça para Renato e peguei outra para mim. Tudo estava tão perfeito e queria que aquele dia não terminasse.


Jantamos, Renato elogiava o tempo todo a comida.

Ele comeu e repetiu.

Como prometido ele lavou a louça e aproveitei para colocar um cd que tinha acabado de comprar do Coldplay. Fomos para a sala e continuamos a conversar e com as nossas taças de vinho.

Abri mais uma garrafa.

Estava um clima perfeito, meu coração disparado com tudo aquilo. Renato estava olhando pela janela o movimento da rua.

EU: Estou gostando muito da nossa amizade! Você foi o primeiro amigo que fiz aqui no Rio e agradeço por isso.

RENATO: Também estou gostando muito da nossa amizade. Você é um cara muito legal. E obrigado por te me deixado ficar aqui hoje. Estava precisando de um momento assim com um amigo. Gosto muito dos meninos, mas o Tiago sempre está com a Alana, que é outra garota que admiro muito, e o Marcos sempre atarefado com o estágio dele. Acho que a nossa amizade começou numa hora perfeita.

Eu sorri nesse momento, pois sentia sinceridade por parte do Renato. Nessa hora começou a tocar a música "Charlie Brown", sucesso da época. Renato sentou ao meu lado no sofá e ficou um tempo calado apenas escutando a música e bebendo o seu vinho. Também fiquei. Tinha vontade em tocá-lo, mas não queria estragar aquele momento e nem nossa amizade.

Quando percebo Renato chorava. 

AMIGO DA FACULDADE (Romance gay) #Wattys2018Where stories live. Discover now