Elisa

XI

XI

O inverno chegara e a manhã estava cinzenta, Elisa caminhava rapidamente, pois começava a garoar e não havia levado nada para se proteger. Agora a garoa ficara mais forte e não podia voltar, pois já estava a uma certa distancia e se o fizesse certamente iria se atrasar, assim continuou mais rápido, pois também não estava próxima a escola. Quando ouve uma buzina, mas ignora, aliás, isso sempre a irritara aqueles que a conheciam sabia bem disso. Um carro pára e ao ouvir seu nome se volta;

- Oi, venha que te dou uma carona – sorrindo.

- Tudo bem, – quando já rodavam – obrigada prof... desculpe.

- Não tem importância, já me acostumei. Acho que você nunca irá, e chamar pelo nome – sorrindo.

- Não diga isso estou tentando, mas é difícil.

- Tudo bem – ficaram alguns minutos em silencio – você mora longe?

- Não...

- Gosta de caminhar?

- Gosto e você?

- Um pouco, mas não sei se o bastante para ir e voltar a pé

- Moro perto, em vinte minutos estou em casa, nem vale a pena vir de carro ou ônibus.

- Tem razão – chegaram – espero que tenha uma vaga

- É essa é uma das razões porque quando posso evito sair e carro

- Achei já me acostumei.

Quando saíam Clóvis também chegava.

- Será um longo dia

- Tem aula depois dele?

- Tenho –respirou fundo – estou prevendo que vou me irritar novamente.

- Talvez esteja na hora de ter uma com ele, caso aconteça novamente.

- É

Entraram na sala dos professores onde todos já aguardavam o sinal.

- Não se chateie antecipadamente – continuou Rui

- Sei que não vale a pena, mas não consigo

- Tente pensar em outra coisa

- Em que?

- Não sei qualquer coisa, num livro, uma música – sorrindo – pode ser que funcione.

- Que bela dica. Pensei que essa técnica já havia sido testada.

- Como acabo de pensar nisso, será minha cobaia

- Vou pensar – neste momento Solange se aproxima

- Bom dia – diz para ambos – trouxe o livro – estendendo- o

-Não sei se vou mudar de ideia sobre ele

- Faça de conta que nunca ouviu falar dele

- Vou tentar

- Não tenha pressa e não desista, leia devagar para quem não está acostumado Machado não é tão palatável, bem usa uma linguagem de sua época.

- Tudo bem vou começar a lê-lo ainda hoje

- É Machado de Assis? Rui falava pela primeira vez

- É tentei lê-lo várias vezes, mas não consigo, acho que peguei implicância desde os tempos de escola

- Por quê?