Capítulo II - O Gouvea mais safado

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Visto uma saia preta social, gosto do desenho dela, me deixa sensual sem ser vulgar. Meu camisão pink de seda sem mangas e um pepetoe preto no pé completam minha vestimenta para mais um dia de batalha.

Aplico pouca maquiagem no rosto, não gosto de nada carregado de dia. Prendo meu cabelo em um rabo alto, com certeza hoje fará um calor intenso e mais certeza ainda que ele estaria em um coque desajeitado antes do almoço caso em insistisse nele solto.

Alimento Theo que já sabe que será deixado sozinho, por isso ele mal me deixa andar pela cozinha, pois está fazendo aquela coisa de trançar entre as minhas pernas. Olho para meu relógio de pulso e percebo que estou em cima da hora. Saio correndo, pego minhas chaves, bolsa, pasta e rumo para o metrô. Odeio chegar atrasada.

Entro no Studio digitando uma mensagem no celular para minha mãe, ela tem o costume de falar comigo nesse horário quase todos os dias e ai de mim se não responder.

Estou tão distraída que não percebo as que inevitavelmente acabo trombando na recepção do Studio. No impacto meu celular escapa da minha mão e vai ao chão.

— Não acredito! — falo um pouco alto demais e me abaixo para resgatá-lo.

Pego o aparelho abaixada e começo a conferi-lo para ter certeza de que não quebrou nada. Respiro aliviada que não trincou a tela e aparentemente nada foi danificado. Estou tão distraída que me assusto com o timbre da voz que escuto se desculpando comigo.

Levanto rapidamente e meus olhos seguem a linha corporal que está na minha frente. Mauro, o tal pai de uma garotinha linda que me deu um vinho de presente, está parado e sorrindo para mim.

— Oi, me desculpe, Mauro. Eu estava distraída — falo envergonhada.

— Não por isso, Iolanda — ele sorri de forma acolhedora.

— Veio trazer Tina para a aula?

— Sim! Ela já entrou, mas eu resolvi esperar um pouco mais para ver se conseguia ter uma palavrinha com você.

— Comigo? Claro! No que posso ser útil?

— Na verdade, eu gostaria de conversar fora daqui, será que poderia ser na cafeteria do outro lado da rua? — Seus olhos esperançosos me encaram e eu me incomodo com isso.

— Se for sobre o Studio é melhor na minha sala. Por favor, queira me acompanhar.

Ele concorda com a cabeça meio desanimado, eu lidero a frente e ele me acompanha. Entro na minha sala e indico a cadeira em frente a minha mesa para que se sente e eu logo me acomodo na minha.

— Então, Mauro. Em que posso te ajudar?

— É Tina. Eu não sei mais o que fazer. Sei que o Studio não tem nada a ver com os problemas pessoais de seus alunos, mas Tina está tendo um comportamento cada vez mais fechado. Só aqui ela consegue ser a menina cheia de vida que sempre foi. Acredito que a falta da mãe esteja sendo demais para ela.

— Entendo. Não deve ser fácil para uma menina de oito anos lidar com uma perda tão séria.

— Não, não é! Como aqui ela ainda se sente à vontade, eu já vi que vocês tem um acompanhamento assistencial e psicológico, por conta da ONG. Queria saber se, mesmo ela sendo uma aluna comum, pagante eu quero dizer, se ela poderia passar por alguma consulta. Eu pago o que for preciso.

— Mauro. Não é política do Studio atender casos assim. A nossa parte social e psicológica é realmente por conta do trabalho com crianças carentes, que sofrem problemas sociais, familiares, enfim.

[DEGUSTAÇÃO] Doce & Libertino - LIVRO IV - SEAAOnde histórias criam vida. Descubra agora