CAPÍTULO I

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Neste mundo não há ninguém mais belo do que o Arcanjo, ele é cheio de artigos e grandeza

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Neste mundo não há ninguém mais belo do que o Arcanjo, ele é cheio de artigos e grandeza. Seu longo cabelo loiro escorre com fios de ouro e prata para baixo em suas costas como um clarão apagado que gosta de jogar luz e vento em seus olhos azuis insondáveis, escondido atrás de pedaços finos de pontos de magia de vidro.

Qualquer um se afogaria perdido para sempre adorando sua beleza. Uma figura ideal, um rosto perfeito, uma voz cruel, por causa disso, qualquer mulher, mortal, anjo ou demônio, estava pronta para ir à morte dela por ele.

Sentado em um trono de ossos e caveiras, em um jardim escuro, contemplando o espelho do mundo através de seus olhos imortais, observando o que estava acontecendo no chão, Miguel sorriu em seu tédio. Os olhos do Arcanjo variavam entre o mais profundo azul ao mais cristalino verde. O sorriso de um demônio e o olhar de um anjo.

Para o anjo, era o único entretenimento, mas mesmo agora ele estava entediado. O senhor de inúmeras vidas e almas, conhecedor da majestade de Deus e seu Arcanjo, não sabia o que fazer consigo mesmo e o que achava do significado de ser eterno.

Às vezes, parecia-lhe que estava cumprindo sua sentença. Mesmo assim ele nunca se humilhou apenas arrastou sua existência cinza pelos séculos e milênios além da morte e da vida.

O anjo está cansado do fato de que seu mundo é preenchido apenas com cores pretas e cinzas, e ele mesmo é forçado a permanecer na escuridão. Ele permaneceu trancado em um jardim negro, sentado debaixo da noite.

Sua túnica negra contra a claridade de suas asas. O anjo sofria por ser eterno e perfeito. Mesmo pedras preciosas e ouro, que o anjo tinha mais que o suficiente, agradou os olhos dos homens, mas não os seus.

Cada vez mais, queria mudar algo, ele estava mais sozinho por toda a sua vida... Mas, quem pode compreendê-lo e aceitar, quem não terá medo de sua grandeza e poder? Mesmo os anjos têm medo dele ...

Ele estava eternamente destinado a ficar sozinho. Mas isso é justo? Através das idades e séculos ele se sentia recluso por trás de muros de silêncio, esperando que o riso da morte o salve. Ele sabia que enlouquecia.

O anjo pensava contemplando o céu escuro: — Eu quero exclusivamente me retirar de mim, me reduzir em mim até sobrar espaço para eu mesmo pensar. Suas eras de vidas eram irreconciliáveis com a razão e com a ideia de tempo.

O anjo se debruçou rindo pensando na sua inveja dos macacos de Deus, que ele mesmo amara e talvez ainda amasse. — Por que ele não poderia me amar também? Eu era muito perfeito para ser amado?

Seu riso era belo e triste, fazendo o amanhecer chorar. Examinando esse riso que o explicitou completo, o Arcanjo percebe o riso, ele nasce em sua consciência. Sua gargalhada é um rastro pendente de humanidade, que o arcanjo queria guardar consigo através da sua loucura, em todas as partes de si, na forma de um som.

O AMOR E A LOUCURA DE MIGUEL ARCANJOWhere stories live. Discover now