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— Você está pronto?

— Não.

A garota pega nas mãos do loiro e ambos sorriem.

— Vai dar tudo certo.

— Você fica comigo?

— Sempre. — sorriu.

O garoto aperta a campanhia.

— Mingus!? Eu pensei que você...

— Precisamos terminar aquela conversa.

— Assim tão tarde?

— Assim. Tão tarde. — respondeu.

— Ok, entra. — abriu espaço. — A, oi Katelyn.

— Oi. — sorriu fraco.

— Helena... Eu conversei com o Norman.

— É? E como foi?

— Foi... bom. — suspirou. — E eu quero ter um diálogo bom com você também.

— Isso é possível? — ela perguntou. — Não temos um diálogo bom desde que você fez treze anos.

— Eu sei. — falou.

Katelyn mantinha-se quieta apenas segurando na mão do garoto e observando tudo.

— Não sei o que mais podemos falar Mingus... Eu amo você e eu sinto tanto por tudo.

— Você sente? Realmente sente?

— Sim! — diz. — Eu passei tantas noites em claro pensando o que você poderia estar fazendo naquele momento, pois você nem retornava minha ligações ou mensagens... Eu passei noites stalkeando suas redes sociais ou as redes sociais de todos os seus conhecidos para ter um sinal de vida seu... Mingus, eu... — parou.

— Você o que?

— Eu falhei como mãe. — falou. — Não fui a melhor mãe e muito longe disso. Eu dei prioridade para o meu trabalho quando na verdade minha prioridade deveria ser você.

— É, deveria.

— Eu... Eu escutei uma criança de cinco anos quando ela me pediu para parar de ir nas apresentações dela. Eu errei! Eu fui uma péssima mãe. Mas, em momento algum eu duvidei do amor que sinto por você.

— Mas me fez duvidar. E isso.... Isso fodeu com toda a minha vida.

— Eu sei. Eu sei disso agora.

— Por sua causa eu não sabia como deixar alguém se aproximar. Por causa de você eu vivi minha vida inteira envergonhado porque ela estava vazia.

— Eu nunca soube o que fazer... Eu era tão nova.

— Por sua causa eu não confiava em ninguém à minha volta. Por sua causa eu... Eu peguei caminhos errados.

— Eu nunca quis isso.

— Você só pensou em você. Na sua dor, nos seus sentimentos... E o meu coração... Nem se quebrar ele podia... Pois nunca esteve inteiro.

Eles permanecem em silêncio.

— O que eu preciso fazer? — a mulher pergunta.

— O que?

— Pra você me perdoar.

— Eu... Eu inevitavelmente vou acabar te perdoando. Só, só não sei se vou esquecer.

— Eu sei que nunca será a mesma coisa de quando você tinha quatro anos. Sei também que talvez eu nunca mais escute você me chamar de mãe ou dizer que me ama...

— Eu amo você. — ele diz e a mulher congela. — Eu amo você, Helena... Só não queria.

— Não queria me amar?

— Eu não queria que esse amor doesse tanto.

— E-eu sinto muito..

— Eu sei. Você já falou isso diversas vezes... Mas, dizer que sente muito não faz as coisas se apagarem ou melhorarem...

— Então o que eu faço?

— Você fica.

— Fica?

— Na minha vida. — falou. — Faça seu papel de mãe. Se interesse por mim.

— Eu vou.. Eu vou fazer.

— Eu não sei se as coisas um dia vão voltar a ser boas entre nós... É tanto, tanto ressentimento... Mas, eu prometo que vou fazer o possível.

— Só de você me dar essa chance...

— Eu estou fazendo isso mais por mim do que por você.

— Como?

— Eu preciso disso. Eu preciso matar todo esse meu lado ruim e o topo dele sempre foi você e o Norman.

— Lado ruim? — perguntou confusa.

— Eu passei anos pensando que eu era ruim por completo, mas alguém... — olhou para a garota ao seu lado e sorriu. — Alguém me mostrou que era apenas um lado. E eu quero dar adeus para esse lado.

Katelyn sorriu.

— Sou parte dele?

— Você está no topo. Norman também. Na verdade... Ele começou por vocês.

— Eu sint...

— Eu sei. Eu também.

Os dois se calaram.

— Olha... Eu não posso prometer que vou voltar te chamar de mãe ou dizer que te amo sempre que você me dizer... Mas, eu vou tentar melhorar, desde que você tente também.

— Eu vou.

— Norman me disse que se nós três se esforçar... Vamos conseguir.

— Nós vamos. Eu prometo.

O garoto sorriu.

— Helena..

— Sim!?

— Posso.. Te pedir um abraço?

A mulher sorriu e correu até seu filho.
Katelyn se afastou um pouco.

— Oh! — suspirou ainda abraçada com o garoto. — Acho que não recebo um abraço teu desde quando tinha doze anos.

— Treze. — ele diz. — Desde que eu tinha treze.

Os dois ficam alguns minutos abraçados. Helena passava as mãos no cabelo do filho, sempre amou fazer isso e Mingus... Ele só estava ali, curtindo aquele momento e sentindo o perfume da mãe. O perfume que tanto sentia falta.

— Acho que eu preciso ir agora... — falou.

— Só mais um pouco. — a mãe pediu.

Katelyn deixou algumas lágrimas caírem, estava emocionada com a cena e também com coragem do garoto.

— Helena.. — ele riu. — Eu preciso ir.

— Eu sei... Só estou com medo desse momento bom acabar.

— Então não deixe acabar.

— Não vou.

Eles saíram do abraço. A mulher beijou a testa de seu filho e os levou até a porta.

Quando estavam saindo ela segurou a mão de Katelyn que a olhou confusa.

— Obrigada.

— Pelo o que? — riu sem entender.

— Eu sei. Eu sei que você foi a salvação dele. Obrigada por não ter desistido.

— Eu nunca desistiria. — sorriu.

Bad Reputation || Mingus Reedus [TERMINADA] Where stories live. Discover now