Sede

12 0 0
                                    

Eu não deveria estar nesta casa.
Passei a noite na casa de um amigo (noite dos manos... Eu sou dos manos).
Sábado de madrugada eu acordo com uma sede inumana, não penso duas vezes em transpor a pequena distância da sala onde estava dormindo até a cozinha. Resolvo deixar as luzes apagadas para não acordar os outros 2 meninos que estavam dormindo no outro cômodo. Abro o armário e pego o cálice dos deuses que conduziria o tão desejado líquido até minha garganta seca. Uma sombra alta surge na porta da cozinha e como não consigo enxergar nada além disso, deixo minha tola intuição acreditar que seja o garoto por quem estou surpreendentemente apaixonada. Foi o que pensei. Me encosto na mesa para dar-lhe a passagem até a geladeira, imagino que ele também tenha tido um ataque de sede, estranhamente, ele anda lentamente em minha direção, não enxergo seu rosto, não consigo ver a expressão de desejo que se encontra nele. Ternamente ele segura minha cintura e me empurra de encontro à pequena mesa, planta beijos carinhosos no meu pescoço, bochechas, testa e enfim em meus lábios. Suas mãos acariciam minhas costas e me puxam de encontro ao seu corpo que não reconheço, julgo o estranhamento por estar com sono e não ter muita percepção do que estava acontecendo naquela cozinha. Eu seguro seu pescoço e acaricio sua nuca e encontro seus cabelos um pouco mais liso que o normal, maldito sono. Ele não pronuncia nenhuma palavra, somente nossas respirações são audíveis no ambiente silencioso, tenho o leve conhecimento de que apenas seus beijos não serão o suficiente para nós. Sinto suas mãos agarrarem mais uma vez minha cintura, mas desta vez acompanhada de uma força que considero agradável , me fazendo virar. Oh. Ele me quer de costas.
Desta perspectiva eu me encontro muito mais vulnerável e de certa forma submissa aos seus atos, ele percorre meu pescoço com sua respiração e meu corpo com suas mãos.
Ele -finalmente- encontra meus curtos shorts mas não o abaixa, simplesmente introduz sua mão esquerda por dentro da minha roupa íntima. Seus movimentos são suaves mas objetivos, com a mão direita ele me inclina levemente para frente e levanta minha perna, posiciona seu braço direito por baixo de mim e encontra minha intimidade por baixo da minha roupa e me penetra com seus dedos. Então este momento foi só meu. Eu segurava na mesa e em seu braço, lutando para que minhas pernas trêmulas não fizessem com que eu caísse e acabasse com o que estava acontecendo ali. Ele intensificou seus movimentos no instante em que percebeu que eu estava chegando no lugar que queria. Meu orgasmo foi forte e me acertou em cheio, inesperadamente lutei para não soltar nem sequer um som, não estavamos sozinhos na casa, apesar de tudo. O garoto faz com que eu me vire para ele novamente e me abraça cobrindo meu pescoço de beijos confortantes, depois do que pareceu uma eternidade, ele sussura no meu ouvido:
"Foi isso que você perdeu escolhendo ele e não a mim."
O frio se instala no meu estômago como um tiro.
Eu me desprendo de seus braços e abro a geladeira.
A luz levemente ilumina o rosto da pessoa que me proporcionou esta explosão sensorial.
"Você?"

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Mar 21, 2018 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

ContosWhere stories live. Discover now