A água estava muito fria.

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Você foi amor mais lindo que eu não tive.

Nas noites frias de Seul, enquanto eu procurava por algum bolso quente dentro de um sobretudo escuro, eu encontrei você.

Mas logo que encontrei, o perdi.

Descobri que as pessoas não costumam mais ficar presas a um lugar ou pessoa por muito tempo, pelo menos não a maioria delas.

E você fazia parte da maioria, e eu como minoria estava oprimido.

Quando te vi novamente, seu bolso já estava ocupado por outra mão.

E sua boca por outros lábios.

E seu coração por outro calor.

Mas eu continuava ocupado com meus sentimentos, preocupado demais sobre como eu conseguiria seguir em frente.

E você estava preocupado demais pensando em que restaurante iria comer naquela noite.

Assim como eu também comecei a me preocupar com aquele tremor em minhas mãos ao fitar a imensidão negra que era o Rio Han.

Assim como você começou a se preocupar quando viu meu corpo boiando dentro do vazio escuro.

Assim como eu sorri quando a água fria, semelhante a milhões de agulhas entrando em minha pele, atingiu meu corpo e me deixou paralisado.

E você chorou.

E eu sorri pensando que o amor mais bonito que eu não tive se chamava Bambam.

E a água fria engoliu meu corpo, sentimentos e vida. E você engoliu o choro e começou a agir como se eu não existisse.

E nós dois desaparecemos um para o outro.

Porque nosso amor não existiu. Porque Jackson Wang e Bambam não existiram. Porque um sem o outro era semelhante à água noturna do Rio, escura e vazia.

Quase que inexistente. 

InexistenteDär berättelser lever. Upptäck nu